Sacrifices (Part 4)

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Carina insistia inutilmente penetrar na mente de Maya, na tentativa de descobrir o motivo que as estavam obrigando a retornar precocemente para Paris. Mas tudo o que conseguiu foram respostas vagas dizendo que algo errado havia acontecido em Paris.

Estranhou a mudança súbita no semblante leve e tranquilo, que agora fora substituído por uma preocupação pesada e resoluta, embora a morena pudesse sentir que existia algo muito mais perturbador por trás daquela postura da mulher que tanto amava.

E ali, sentadas no banco de trás da limusine, sendo levadas para o aeroporto de Deli, Maya estendeu a sua mão para receber a de Carina que não demorou um instante se quer para lhe retribuir o carinho. Assim que suas peles se tocaram a loura lhe olhou com forçada tranquilidade, mas o que a morena viu por trás daquele fino véu de uma frágil leveza, foi o mais profundo dos temores. Maya estava com medo.

Chegaram ao hangar e o jatinho já estava pronto e a espera delas. A eficiência de Andy já havia garantido que o plano de voo e a autorização para ele já estivessem prontos, o que possibilitaria a decolagem imediata daquela aeronave. As malas foram levadas às pressas para o compartimento adequado e Maya subiu na frente, puxando Carina pela mão.

— Boa noite Srta. Bishop. – O comandante a cumprimentou e acenou para Carina. – O plano de voo já foi modificado e o nosso pouso em Dublin já foi solicitado.

— Dublin? – Carina sobressaltou-se. – Pensei que íamos até Paris. – Parou no meio do corredor enquanto assistia Maya guardar suas bagagens de mão no bagageiro acima. — Bambina? – Insistiu!

— Vamos pousar em Dublin sim, mas você seguirá para Paris! – O tom de voz indicava que aquela decisão fora tomada e que não caberia um protesto, mas a morena não se daria por vencida e com os braços cruzados diante do peito a encarou.

— E porque achas que eu iria e a deixaria sozinha, para lidar com algo tão sério, que eu não sei o que é, mas que está lhe consumindo por dentro? – Maya a olhou surpresa. Não esperava aquele questionamento, embora já soubesse que não iria convencer sua amada tão facilmente. Era um traço marcante daquela alma, a teimosia. Virou os olhos e jogou-se em sua poltrona afivelando o seu cinto em seguida.

— Porque são assuntos da Ordem e você ainda não faz parte dela! – Usou a única resposta que pensou ser possível acalmá-la.

— Sinto muitíssimo Srta. Bishop, mas... – Sentou-se na poltrona diante dela. – Mas não irás se livrar de mim tão facilmente assim! – Cruzou braços e pernas e ergueu seu queixo levemente em um sinal de desafio.

Maya cerrou os olhos, divertindo-se com o ar desafiador de Carina e quase esqueceu da seriedade do problema que estava prestes a enfrentar. Pensou em como poderia convencer-lhe do contrário.

A encarou firmemente e admirou seu belo rosto e sentiu seu coração doer com a força do amor que a consumia. E esse sentimento era violentamente potencializado pelo medo absurdo e crescente que estava sentindo naquele instante.

Maya sabia que se Moreau utilizou de uma medida tão drástica quanto o sequestro de uma das mulheres membro da Alta Cúpula da Ordem, ele estava desesperado e disposto a fazer qualquer outra loucura.

Certificou-se com Andy como estava o esquema de segurança de Carina. Sua protetora disse que havia um grupo de 10 pessoas em Deli o tempo todo por perto delas e que no voo, a Comissária era membro do Exército de Ártemis, o que foi uma grata surpresa para ela.

Mas nada daquilo conseguia lhe tranquilizar por completa. Não que duvidasse da eficiência de Andy e das guardas de Ártemis, mas temia muito mais a loucura e o sadismo do Martelo.

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