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Gabriela

Tento abrir a porta, e adivinha? A porra da porta emperrou, sorte ou azar?

— Apollo, não tá abrindo — tento abrir a porta novamente.

Ele me olha confuso e vem até mim

— Como assim? — Ele tenta abrir a porta e também não consegue. — Carai, e agora? Tu tá com teu celular?

Nego com a cabeça.

— Pior que não, deixei lá fora e a música tá altona.

Suspiro e me encosto na parede.

— Ah, oh beleza — ele bufa e se encosta na parede da minha frente de braços cruzados — Agora nós vai ficar mofando aqui, se fuder.

Nossa, ele tá maior né? Magro e definido, puta que pariu, simplesmente o pior e melhor tipo de homem.

Eu vou enlouquecer, não tô bêbada, mas um copo de caipirinha já é o bastante pra acender um fogo da porra.

E vamo combinar? Nem precisa de álcool quando se tem um gostoso desse na tua frente.

— Que isso, Apollinho? Assim você me ofende, ruim assim ficar aqui comigo? — ironizo rindo.

Ele me olha e ri fraco negando com a cabeça.

— Claro que não me importo de ficar contigo, só que tem nada pra fazer né? Espaço pequeno ainda, vai ficar um calor da porra aqui.

Engoli o "tira a roupa, lindo" que ficou entalado na minha garganta e assinto.

Vai ficar um calor da porra? Meu amor, desde que eu te vi já tá um calor da porra.

Tá, mas e se?
E se esse for o meu momento de finalmente criar coragem de chegar nele?

— Eu sei de uma coisa que a gente pode fazer.— Me aproximo dele e intercalo meu olhar entre seus olhos e sua boca.

Que porra eu fiz?

Já tô até vendo ele me chutando e falando "não te quero pirralha estranha".

Eu espero que o máximo que ele vá dizer é um "não".
Mas qualquer coisa eu coloco a culpa na bebida né?
Eu bebi muito? Não, uma caipirinha só.
Mas ele precisa saber disso? Claro que não.

E sinceramente, não é fácil esconder esse tesão por ele por tanto tempo.

Ele franze o cenho em confusão.

— O que? 

— Pô, só nós dois trancado, som alto lá fora abafando qualquer barulho daqui de dentro, jura que não sabe do que eu tô falando? — eu cruzo os braços dando um sorrisinho presunçoso.

Puta que pariu alguém me cala.

Ele ri surpreso, me olhando incrédulo.

Meu deus, eu não me atentei ao fato que eu vou ter que fazer anos de terapia para superar o enorme fora que eu vou levar agora.

— Tá doida, Gabi? Para de graça parça, cheia das brincadeira né — ele nega com a cabeça rindo e descruza os braços.

Homem é lerdo, né? Porque eu aqui, com a maior cara de queropica e ele achando que eu tô brincando, puta que pariu.

Será que eu falo que é brincadeira? Mas e se eu perder uma oportunidade única?

Ah, tá no inferno abraça o capeta né

Eu rio e me aproximo, pegando suas mãos e  colocando na minha bunda, fazendo ele me olhar um pouco assustado ao perceber que eu não estava brincando.

PONTO FRACO, apollo mcOnde histórias criam vida. Descubra agora