GABRIELA
São PauloNós tomamos café e conversamos sobre fazer algo nesse final de semana, nós todos juntos, mais alguns Mc's amigos dos meninos.
Estávamos pensando em alugar uma casa no rio, mais perto da praia e pá, pra podermos aproveitar que o tempo tá ficando bom de novo.
Os meninos estavam querendo arrumar algo pra gente fazer a noite, mas eu não aguento mais sair, mal saí ainda, mas já tô cansada dessa vida.
Como eu sei que as meninas não vão me deixar ficar em casa, já tô pensando na minha roupa.
Tavin também não para de mandar mensagem no grupo, enchendo o saco pra sair todo mundo pra resenha.
Ainda tá de tarde, tá todo mundo atoa e o Bask decidiu que vai ser o cozinheiro de hoje
— Aí rapaziada — Ele sai da cozinha com um avental que, aliás, era meu — quem vai lá no mercado comprar uma coca? Tô fazendo minha parte.
— Última vez eu fui, vez da Gabriela — Neo aponta pra mim.
— Ah não, sozinha eu não vou — reclamo — tô com dor no braço, quem vai comigo? — Olho para as meninas, que viram o rosto disfarçando. Então olho para Apollo — Vai você então — aponto pra ele.
— Tudo eu — ele nega com a cabeça e levanta.
Nós pegamos a chave e saímos da casa, pra ir a pé mesmo, já que o mercado era até perto daqui
Fico pensando em tudo que rolou com o Ajota, sei lá, vai que ele acha meio pá eu ficar com ele? Mas assim, quem quis ficar com outras pessoas foi ele, né? A culpa não é minha.
Até porque, infelizmente, a gente nem tem nada, ele deve ligar zero pra isso, então não tem porque eu ficar pensando nisso, acho que já tá na hora de eu parar de me prender tanto.
— Qual foi, menorzinha? Tá pensante — ele fala, andando ao meu lado.
— Pode pensar mais não? — debocho.
— Claro, ue — ele dá de ombros — tá pensando no que tanto?
Nem te falo.
— Nada, só pensando mesmo — nego com a cabeça
Ele me olha estranho, e assente, parecendo desconfiado.
— Tô te estranhando, tá muito calada, nada de provocação, nada de piadinha, o que tá pegando? Normal tu num tá — ele passa o braço pelo meu ombro e bagunça meu cabelo — fala pra nós o que tu tem.
— Aí, idiota — ajeito meu cabelo — não tenho nada, só não dá pra ficar a vontade contigo quando a gente tá rodeado de gente, né? — olho para ele, que concorda.
— Mas pô, se o bagulho desse final de semana for pra frente memo', nós vai poder ficar mais a vontade na casa de praia — ele fala olhando pra mim, enquanto entramos no mercado.
— É, verdade — assinto — Mas e depois? Você não acha melhor contar pro meu irmão? A gente nem se aproveita direito, porque tem que ficar escondendo.
Confesso, esse nosso lance ser escondido deixa sim com uma adrelina boa. Deixa tudo mais gostoso, mas eu queria aproveitar ele quando eu quisesse, e não só quando a gente pode, e a gente quase nunca pode.
— Ah, bagulho nem é teu irmão saber, tá ligado? Mas conheço ele, tô ligado que ele não vai querer que nós só fique, vai querer que eu te namore logo, vai achar errado eu tá só te "pegando" — gesticula enquanto fala — não quero ficar ouvindo cobrança, e eu acho que é melhor sem ninguém saber, sem ninguém querer ficar se metendo.
Traduzindo: ele não quer nada sério comigo, e quando cansar de mim ele vai poder seguir a vida normal, já que só nós dois sabemos disso.
Nossa, é impressionante como eu não parei pra pensar nas consequências de me envolver com ele, eu só fui.
Óbvio que ele não gosta de mim, não vai gostar, e no fim eu acabo fudida da cabeça. Paro pra pensar em como eu fui idiota de achar que ele ia gostar de mim.
— Sim, entendi — assinto, ignorando o nó na garganta — vai lá pegar o refrigerante, vou procurar uns negócios que tá faltando pra mim — me desvencilho dele.
Ele só assente e segue em direção ao lugar das bebidas, enquanto eu vou para o lado de produtos de cabelo, pra ver se conseguia ajeitar a minha respiração, que estava desregulada.
Não posso de jeito nenhum chorar na frente dele, já é vergonhoso chorar por homem, na frente dele então? Eu me mato logo. Respiro fundo um pouco, e então consigo me recuperar, ainda sentindo uma dor no peito.
Não consigo não me sentir fútil, ingênua, boba, e várias outras coisas.
Me sinto idiota por estar assim, estar apaixonada é ridículo, sempre tive medo disso, medo de como eu iria ficar, medo de não me reconhecer, medo de tudo. Mas eu sempre deixei esse medo de lado quando o assunto era ele.
Mesmo assim, sinto como se fosse algo tão fútil para eu estar quase chorando, que me sinto mal por estar assim.
Ignoro meus pensamentos e vou procurar Apollo, o encontrando com uma coca na mão.
— Bora? Pegou nada pra tu não? — ele franze o cenho, olhando para as minhas mãos vazias.
— Não, não achei nada — menti, negando com a cabeça.
Nem sequer pensei em procurar, mesmo faltando várias coisas lá em casa.
— Tendi — ele assente — Bora pagar então — ele vai até o caixa, e eu o sigo.
Ele paga o refrigerante e nós saímos do mercado, não falamos nada, apenas seguimos o caminho para casa.
Ele até puxa uns assuntos, que eu respondo naturalmente, fingindo estar feliz, o que parece funcionar, já que ele aparenta não desconfiar de nada.
Acho que um dos ditados que mais me define é aquele "tá no inferno abraça o capeta". Porque eu só aceito as coisas da minha vida. Sinto que vou me fuder ficando com ele? Sim. Vou parar? Não. É isso gente, tem burra pra tudo nesse mundo.
Chegamos em casa e almoçamos. O pessoal até falou que arrumou a casa que a gente tanto queria para o fim de semana, mas eu tava tão distraída, que nem me animei tanto, só comi e fui tirar um cochilo da tarde.
Ooi galera
Falei que não sabia quando ia voltar, porém voltei hoje 😝
10k d visualização, obrigada gente 🙏🏻😭
Não julguem a Gabriela gente, vou me sentir ofendida, me identifico um monte 💔
Votem e falem o que tão achando, por favor❤️
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PONTO FRACO, apollo mc
RomanceVocê joga sujo Sabe que você é o meu ponto fraco Tenta ser feliz, mas tá fazendo errado Procurando em outro alguém o que está do seu lado