𝑨𝑝𝑜𝑐𝑎𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒 𝑴𝑜𝑟𝑡𝑎𝑙 - ⁴⁸

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Hoje faz exatamente 80 meses que estou sem a minha amada

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Hoje faz exatamente 80 meses que estou sem a minha amada. Dês que cheguei nessa linha do tempo eu não a vi, o que sinceramente acabou comigo. Não sei como estou vivendo sem ela, honestamente tiraria a minha própria vida se não fosse pelos meus irmãos, e o pressentimento de que eles ainda vão precisar de mim.

Não importa onde for, eu sinto que se fosse com ela seria mil vezes melhor, e não um castigo na terra. Eu já tentei entrar mais de 100 vezes naquela merda de mansão Hargreeves para poder ter a minha Angelina de volta com a ajuda do velho, mas.. eu nunca tenho resultados. Cada dia sem ela está se tornando um sufoco, como se mãos estivessem apertando cada vez mais o meu pescoço e coração, me matando aos poucos.

No momento, eu estou aqui, reunido com os Keepers, para me manter vivo e com dinheiro para o meu trabalho. Eu não podia ficar dependendo dos esforços dos meus irmãos.

– O meu nome é Gus. - Um homem barbudo dizia. - Eu procurei pela verdade a minha vida toda. E aí eu achei esse grupo. Foi como se uma lâmpada se acendesse. Pela primeira vez, falaram sobre o que eu estava passando. Eu percebi que não tinha nada de errado comigo. É essa linha do tempo, cara.

Não acredito nisso.

– Ela tá ferrada. - Ele completou. - Eu sei que eu posso vir aqui e dizer qualquer coisa. Eu posso dizer que o Sr. Hargreeves na verdade é um alienígena que tá secretamente criando uma cabala de super soldados adolescentes. E todos vocês vão saber do que eu tô falando.

Indireta?..

– E agora.. - Ele apertou firmemente a mão do homem em seu lado. - Eu tenho esperança. Porque eu sei que a purificação está chegando.

Todos começaram a bater as suas mãos, e assim, para me misturar eu também bati. Ele não estava totalmente errado.. Confesso.

– Obrigado, Gus. obrigado. - disse o homem ao meu lado, logo olhando para mim. - Mas e você? Quer compartilhar alguma coisa?

– Quero, claro. - Me ajeitei na cadeira. - Oi, meu nome é Jerome. - Eles me cumprimentaram. - Eu ainda sou novo em tudo isso. Só o que eu posso dizer é: o que vocês estão dizendo é real. Vocês não são doidos. Sei porque eu estive em outras linhas do tempo. Não parece, mas eu tenho 63 anos. Eu passei 45 anos perdido em um apocalipse do futuro.  E eu me envolvi no assassinato do Kennedy. Tudo que tá acontecendo agora, eu não sei mais o que é e o que não é real. Sinto como se não pudesse confiar em ninguém depois que a minha Angel se foi. Ela literalmente ficou comigo a minha vida toda, é difícil viver sem a minha cara metade.

Eu achei um meio de soltar tudo que estava preso na garganta, o que particularmente eu não faço de maneira alguma.. Principalmente falar sobre a minha Angelina.

– Você quer ouvir uma parada seria, garoto? - O homem ao meu lado disso. - Eu vou te levar em uma reunião.

A reunião acabou, e então eu saí daquele prédio olhando para o relógio vendo que eu estava atrasado. Eu olhei para frente, vendo pessoas passando por todos os lados, conversando, brincando com seus filhos e passeando com seus cachorros.. Mas ao apertar mais meus olhos, e olhar além da multidão eu pude ver o que eu presumia que nunca mais iria ver.

Angelina.

– Angelina?.. Angelina?! - Eu corri até quem parecia a garota, e a mesma corria até mim. Eu a olhei mais de perto, com medo de que fosse apenas uma alucinação, mas não.. não era.

Ela correu até mim, pulando e se agarrando em meu colo quando me alcançou. Eu acabei caindo junto a ela com o impacto, porém não deixei de abraçar a minha garota. Tanto eu quanto ela chorava, e eu pretendia não a soltar nunca mais.

– Eu.. eu pensei que você tinha morrido, onde você estava, meu amor? Eu senti tanta sua falta, por favor, não me de mais um susto desse.. eu imploro..

Eu agarrei a sua blusa, escondendo o meu rosto encharcado de lágrimas em seu ombro. Eu sentia ela se agarrando em meu cabelo, se encolhendo em meu colo. Ela parecia assustada, ela tremia e parecia pálida.

– O que aconteceu com você? Alguém machucou você? Me diz que eu mato essa pessoa, faço ela pagar por tudo!

– Só não me solta.. fica comigo, por favor..

Eu levei a garota para o meu apartamento, deitando ela na minha cama e então acariciando o seu cabelo.

– Por favor.. - Ela disse baixo, olhando para mim e segurando a minha mão.

– O que, meu amor? Pode falar..

– Me diz que esse bigode é falso, me diz.

Ela deu uma risada, a risada na qual eu sentia tanta falta. Eu acabei dando uma risada também, tirando o bigode da minha cara. Ela suspirou dizendo que estava aliviada, o que tirou mais uma risada de mim.

– Muito obrigado.. - Eu disse a ela, segurando a sua mão.

– Pelo o que?

– Por voltar, e me trazer o sentimento da felicidade novamente. - Ela deu uma risada, porém os seus olhos foram se fechando, e ela acabou dormindo.

Eu tenho tanto para contar a ela.. tanto. Ela com certeza vai querer ver os outros quando acordar, e a festa da Grace vai ser um ótimo lugar para eles se reencontrarem. Vou dar uma boa passada em uma loja, vou comprar mimos para a minha querida Angel.

Quando eu saí do apartamento, eu não pude deixar de abrir um sorriso de orelha a orelha, saltitando feito um lunático qualquer. Entrei na loja, e então peguei um casaco de couro, que eu sabia que ela iria gostar. Uma blusa de manga longa preta com botões, peças íntimas da mesma cor e uma calça igual as aquelas que ela gostava de usar. Peguei um par de coturnos e os lencinhos que ela sempre tinha com ela. Não posso deixar ela sem suas coisinhas, seria um crime.

Peguei alguns chocolates e ingredientes, já que eu iria preparar um belo jantar para ela antes de aparecermos na festa. Ela parecia pálida de não comer.

Deixei tudo em casa e então peguei o meu celular para avisar a assistente do chefe que eu não iria, que eu estava doente. Não posso ir pra trabalho agora, não mesmo, eu tenho a minha Angel de volta, quero aproveitar cada segundo.

Deixei as roupas dela em cima da cama, e logo fui para a cozinha preparar a comida.

Após um tempo, ouvi a porta do quarto de abrir, e então um abraço por trás forte. Eu me virei para ela, olhando para a mesma completamente apaixonado.

– O que você está fazendo?.. - Ouvi ela perguntando para mim, enquanto deitava a sua cabeça em meu peito.

– Você parece pálida.. eu preparei o jantar para você. Eu sei que você também quer ver os outros, então depois de você comer, se você quiser, a gente pode ir na festa de aniversário da filha do Diego da Lila.

Ela deu um pulinho, com um sorriso grande.

– Eles.. eles..

– Sim.. e também tem gêmeos.

– Meu Deus! Eu quero muito ver eles. Cada um.

– Você vai comer antes, escutou?

Ela sorriu balançando a cabeça, e então eu vi os seus pés se levantando, e ele puxando a gola da minha blusa para um beijo. Como eu senti saudade desse beijo.. desses lábios macios. Eu quero morar no abraço dela.

Ela se sentou na mesa, e então eu a servi enquanto eu contava para ela o que tinha acontecido nesses anos. Ela chorava a cada segundo que comia, e eu não fazia diferença. Mas depois de contar, eu estava extremamente curioso para saber por onde ela estava.

– Mas.. por onde você esteve?

– Eu.. - Ela olhou para baixo. - Eu fiquei presa em um buraco de minhoca memorial. Eu estava em estado de coma sem o coma. Foi tão.. estranho e sufocante. Eu me lembrei e vivi de cada segundo da minha infância.. de novo, e de novo… eu só queria ir embora daquele inferno.

Eu me levantei, indo para perto dela e então me abaixou e pegando em sua mão, eu a beijei, acariciando a mesma.

– Eu estou com você agora, meu amor.. Vai ficar tudo bem.

𝐀𝚙𝚘𝚌𝚊𝚕𝚒𝚙𝚜𝚎 𝙼𝚘𝚛𝚝𝚊𝚕 - 𝐅𝐢𝐯𝐞 𝐇𝐚𝐫𝐠𝐫𝐞𝐞𝐯𝐞𝐬. Onde histórias criam vida. Descubra agora