Jogo de amor e negociação

Capítulo 07

Melada se encontrava sentada em frente a uma pequena sala de reuniões, localizada no 32º andar de um imenso prédio de mais de 40 andares. Esse edifício havia sido construído há menos de cinco anos e servia como sede de um órgão governamental, pouco conhecido por grande parte das pessoas.

A unidade para a qual Prae a convidou a trabalhar ainda estava em fase de formação. Seu foco principal era lidar com casos de reféns, sendo frequentemente requisitada por outras agências que solicitavam cooperação direta ou através de ordens vindas de instâncias superiores. Os funcionários ou agentes dessa unidade não tinham seus nomes registrados em nenhum banco de dados, e suas identidades eram removidas dos sistemas para garantir a segurança dos operativos.

Na verdade, Mintara também teve uma participação significativa na criação dessa unidade. Apesar de ainda não ter um nome oficial, a unidade estava diretamente subordinada aos mais altos escalões do governo, pertencendo ao Departamento de Casos Especiais. Por essa razão, a maior parte de suas atribuições envolvia responder a solicitações para assumir a responsabilidade por casos diversos.

A questão do resgate ou invasão para salvar reféns não era algo novo, tanto no setor público quanto no setor privado. No entanto, nos últimos tempos, a gravidade desses incidentes havia aumentado significativamente, o que levou à criação dessa unidade especial, embora o processo tenha sido bastante lento devido a diversos obstáculos. Especialmente na questão dos operativos.

Se Mintara conseguiu realmente dar forma a essa unidade, foi graças à sua persistência e determinação. Nesse aspecto, o mérito deve ser dado a ela.

Dra. Melada estava sentada em uma mesa de trabalho com um computador portátil à sua frente, do lado de fora da sala. Ela se sentia como se estivesse esperando para dar uma aula a estudantes, como fazia quando ainda era professora universitária. Seu olhar, por trás dos óculos, fixou-se nos três recém-chegados que haviam chegado há menos de dez minutos.

— Entre, P'Mel — disse Prae com um sorriso. Hoje era o primeiro dia em que a equipe, que Mintara levou cerca de três semanas para selecionar, se reuniria. A ex-professora universitária assentiu antes de ajustar os óculos sobre o nariz, um hábito de longa data.

— Olá, a todos — ela começou a falar para os três visitantes, dois homens e uma mulher, que a cumprimentaram com um wai, gesto tradicional de saudação tailandesa. — Meu nome é Dra. Melada — ela continuou, vendo os três acenarem com a cabeça e responderem quase ao mesmo tempo.

— Ex-Tenente Mintara, — apresentou Mel, explicando que, assim que a unidade estivesse oficialmente estabelecida, Mintara mudaria seu cargo de Tenente da Polícia para o de Agente Especial. Em seguida, Melada pediu que os três novos membros se apresentassem.

— Acredito que Prae já conversou com vocês sobre a natureza do nosso trabalho de forma preliminar — Mel começou a falar novamente, enquanto girava o controle remoto para alternar entre os slides no computador — Hoje, vamos discutir isso em detalhes — ela disse, antes de abrir um leve sorriso— Após hoje, vocês terão quinze dias para tomar uma decisão. Se, ao final desse prazo, algum de vocês não entrar em contato, assumiremos que não está interessado e seu nome será removido da lista. Estamos todos de acordo?

Os três novos recrutas concordaram com firmeza.

— Ok, vamos começar — Mel apertou o botão no controle remoto, revelando a imagem de um criminoso mascarado com uma balaclava preta, segurando uma arma de guerra e encarando a câmera. Atrás dele, um grupo de reféns estava ajoelhado, com as mãos amarradas nas costas, em um ambiente apertado, com roupas manchadas de sangue e terra.

Melada observou atentamente os rostos dos três novos membros da equipe antes de continuar: — Vocês sabem que este é o tipo de trabalho que seremos responsáveis por conduzir — Ela notou que o jovem sentado à frente acenou com a cabeça em sinal de compreensão — Nosso objetivo é fazer o que for necessário para garantir que possamos resgatar as vítimas mantidas como reféns com vida