Jogo de amor e negociação

Capítulo 15

Melada, que estava caminhando ao longo do corredor indo ao escritório de Prae, parou abruptamente ao ouvir a porta se abrir. Prae sorriu para a ex-namorada antes de se aproximar, mas, atrás dela, estava um jovem cujo rosto Melada reconhecia muito bem.

Claro, esse era o homem com quem Prae parecia ter se envolvido antes de terminar com Melada, três anos atrás, Tin.

- Olá, doutora - ele cumprimentou com um sorriso amigável - Como você está?

Melada apenas acenou com a cabeça em resposta, antes de olhar de volta para Prae.

- Espere por mim no meu escritório, Mel, já volto - disse Prae. Melada assentiu e caminhou em direção à porta do escritório. Quando estava prestes a entrar, ela hesitou, observando os dois enquanto se afastavam, intrigada com a ideia de que Prae ainda tinha contato com ele.

Na verdade, Mel nunca soube se Prae terminou com ela naquela vez por causa desse cara alto e de rosto simpático. Ela apenas suspeitava e guardava isso para si. Mesmo após o término e até quando voltaram a trabalhar juntas, nunca houve uma oportunidade para perguntar sobre isso. Talvez fosse mais adequado dizer que ela não se importava, mas ao vê-lo, de repente, a memória surgiu. Não importava, afinal, isso não era da conta dela. Mesmo pensando assim, Melada não conseguia evitar olhar para trás, curiosa para saber sobre o que os dois estavam conversando.

Ela tinha a impressão de que Tin era um oficial de algum departamento ou divisão, se não estava enganada, provavelmente da polícia de segurança ou algo do tipo. Tin conhecia Prae desde os tempos de escola de polícia, eram colegas de turma. Além disso, era um jovem oficial promissor e de boa aparência, não era surpreendente que as mulheres ficassem atraídas por ele.

Como Melada poderia competir com alguém como ele? Pensando nisso, ajustou os óculos antes de abrir a porta do escritório e entrar, como Prae havia pedido. Ela caminhou lentamente até parar em frente à janela, se apoiando no vidro, com os olhos fixos nos prédios altos à sua frente.

Ela não deveria se sentir tão desconfortável, deveria? Aquele sentimento de antes parecia estar voltando novamente. Ela ainda se lembrava bem de como se sentiu quando Prae desapareceu de sua vida.

Era como se estivesse enlouquecendo. Melada tentou entrar em contato com Prae inúmeras vezes, mas as ligações não eram atendidas, e as mensagens nunca recebiam resposta, como se ela fosse invisível aos olhos de Prae. Todo o tempo que passaram juntas parecia não ter significado, pois Prae parecia ter conseguido se desapegar dela com tanta facilidade.

E aquele dia, no dia em que Melada estava tentando controlar seus próprios sentimentos, mesmo que fosse incrivelmente difícil, ela tentava ao máximo não se deixar envolver por aquela mulher novamente, embora soubesse muito bem que, em breve, provavelmente sucumbiria.

Melada conhecia seu próprio coração melhor do que qualquer outra coisa, e devido à sua personalidade e profissão, era obrigada a ter essa clareza. Ela sabia que não poderia avaliar a mente de outra pessoa sem antes compreender a sua própria. Anos de experiência sempre lhe ensinaram isso. Cerca de dez minutos depois, Prae entrou na sala novamente.

- Desculpe pela demora, acabei conversando com Tin por mais tempo do que esperava - A doutora apenas esboçou um leve sorriso, que mal poderia ser considerado um sorriso, e então ajustou os óculos, se sentindo estranhamente desconfortável.

- Eu pensei que você tivesse terminado com ele - Melada perguntou, enquanto estava recostada no sofá da sala de visitas, perto da mesa de trabalho. Ela tentou manter a voz casual, como se estivesse apenas fazendo uma pergunta trivial, mas seu coração batia acelerado enquanto esperava a resposta.