Capítulo 12

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— Doutora — chamou Som — a polícia acabou de enviar o histórico inicial do primeiro suspeito. Ele já matou duas pessoas antes de chegar aqui — Ela disse, entregando uma pasta fina de documentos. Melada a pegou e começou a folheá-la rapidamente.

— Há um histórico de envolvimento com violência doméstica — a doutora levantou as sobrancelhas — Ele já foi preso por agressão e posse ilegal de arma de fogo

— O comportamento dele parece estar se tornando cada vez mais violento e perigoso — observou Prae — Não é surpresa que ele tenha passado de agressão para algo mais grave

— Deve haver um gatilho ou motivação — Melada comentou, com Prae e Som concordando — A casa dele foi confiscada, e ele foi condenado por fraude. Isso explica a motivação. Talvez tenha sido doutrinado em um grupo com crenças extremistas. Quem são os reféns?

— Ainda estamos aguardando a confirmação das informações — respondeu Som. Mintara pediu para ver a pasta, e quando a oficial abriu os documentos, a expressão séria de Prae se transformou imediatamente em uma de preocupação. Suas sobrancelhas se franziram, e alguém ali notou a mudança e percebeu que algo estava errado.

Embora houvesse um acordo de que não deveriam analisar o comportamento uns dos outros dentro da equipe, era difícil ignorar quando se estava tão familiarizado com as mudanças sutis na linguagem corporal.

— Mel, ele está ligado a um grupo chamado 'Pelo Solo Pátrio'. Você se lembra desse nome e desse caso? — Prae perguntou com um tom de voz que Melada achou estranho.

— Sim, lembro — respondeu a doutora — Como poderia esquecer?

Esse caso foi um dos poucos envolvendo extremistas que apareceram. Esse caso foi um dos poucos relacionados a extremistas que já ocorreram desde a criação da unidade de negociação, casos relacionados a extremistas são raros, e Melada nunca conseguiria esquecer aquele em particular. O sequestro de reféns durou quase dez horas, um verdadeiro pesadelo para todos os envolvidos.

O criminoso alegava fazer parte de um grupo chamado 'Pelo Solo Pátrio', que tinha ideologias extremistas, acreditando que certas pessoas queriam roubar os recursos de sua terra. O pior foi quando ele sequestrou treze reféns, todos empresários, ou corretores da área, e depois redigiu treze exigências. No final, todos os reféns foram assassinados.

Três dos suspeitos conseguiram escapar sem deixar rastros, enquanto um deles foi capturado. O criminoso era profundamente delirante e acreditava estar fazendo a coisa certa. Esse caso foi, sem dúvida, o maior fracasso na carreira delas, além de ser o último grande caso em que ambas trabalharam juntas antes de se separarem.

"Não vamos deixar que isso termine assim," disse a doutora com uma voz fria. Mintra desviou o olhar dos documentos e levantou a cabeça para olhar para a colega, que assentiu. Ela não tinha certeza se Melada estava falando sobre o caso em questão ou sobre algo mais.

— Não vamos deixar ninguém para trás — acrescentou Mintara com um leve sorriso.

— Vamos... começar

Depois disso, Melada convocou uma reunião com a equipe, deixando apenas Thos no telhado do prédio do outro lado da rua.

— Com base na avaliação inicial, há uma possibilidade de que o comportamento do criminoso esteja ligado a grupos extremistas ou a uma rede deles. Porém, considerando que há apenas três vítimas, parece mais provável que seja algo pessoal e não relacionado ao grupo. Mas não vamos descartar nenhuma hipótese. Prae, revise os protocolos para casos de extremismo para mim. Nos piores cenários, há pontos em comum. Se ele foi manipulado a acreditar em algo errado pelo grupo, isso pode tê-lo levado a agir

Jogo de amor e negociaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora