Jogo de amor e negociação

Capítulo 10

Ela caminhou até o telefone e levantou o fone para atender. Melada fez um sinal com a mão, mostrando o número seis, indicando que Prae precisava ganhar tempo por cerca de seis minutos para que Kan pudesse rastrear a localização, conforme haviam combinado anteriormente. O Senhor Kamthorn e sua esposa se aproximaram rapidamente para ouvir.

— Alô?

— Você não é a mesma pessoa de antes. O que está tentando fazer?

— Eu consegui o dinheiro, e o agente Kan está aqui. Qual é o acordo? — Ela tentou manter a atenção do sequestrador focada no dinheiro, que era a condição principal.

— Se você demorar, vamos aumentar o valor — A voz do sequestrador soou pelo viva-voz — Era exatamente como Melada havia previsto. Eles iriam tentar renegociar para mostrar que estavam no controle da situação — Ou então o garoto aqui vai acabar morto

— O acordo foi de cinco milhões. Se aumentarem, como vou conseguir mais dinheiro a tempo?

— Com o status do Kamthorn, você não consegue arranjar mais um ou dois milhões? — A voz do sequestrador soou sarcástica do outro lado da linha.

— Um milhão não é dez mil — respondeu Prae, tentando ganhar o máximo de tempo possível. Ela viu Melada levantar a mão, indicando que já haviam se passado cerca de dois minutos. Prae precisava manter a conversa por mais quatro minutos. Então, ela fez uma pausa, fingindo estar pensando.

— Preciso consultar o dono do dinheiro. Pode esperar na linha?

— Se você tentar me enganar...

— Senhor — disse Prae, sem esperar pela resposta do sequestrador, dirigindo-se ao antigo conselheiro, de propósito para que o sequestrador ouvisse — Consegue arranjar seis milhões a tempo? — Embora estivesse falando com Kamthorn, seus olhos estavam fixos em Melada, que estava posicionada atrás dela. Já havia se passado mais de três minutos. Melada rapidamente fez um sinal para que Prae continuasse a conversa, pois não deveriam ficar em silêncio por muito tempo, o que poderia levantar suspeitas.

— Como posso saber se Ben ainda está vivo? — Prae perguntou rapidamente. Não houve resposta imediata do sequestrador, e Melada levantou quatro dedos. Então, um grito alto, que Kamthorn reconheceu imediatamente como sendo de seu filho, ecoou pelo viva-voz conectado à chamada. Ele provavelmente estava sendo torturado de alguma forma. O rosto de Kamthorn perdeu toda a cor ao ouvir o grito.

— Agora sabe que ele ainda está vivo, mas se vocês demorarem... não posso garantir nada

— Onde será o encontro?

Houve uma breve pausa do outro lado da linha antes de o sequestrador fornecer a localização.

— Que rua? Não ouvi direito — Prae continuou a tentar ganhar tempo, enquanto Melada levantava a mão, sinalizando que já se passaram mais de cinco minutos e mostrando o sinal de "tudo ok".

— Em duas horas, se vocês não chegarem, o Ben será cortado em pedaços e enviado de volta para casa. E venha sozinha — a voz do sequestrador soou ameaçadora. Prae trocou olhares com sua chefe, e Melada assentiu em confirmação.

— Está bem, combinado

Kan conseguiu o que prometeu. Agora eles tinham a localização do telefone dos sequestradores. Era em um armazém antigo, alugado, a não mais de vinte minutos de distância daqui, se o trânsito não estivesse muito ruim. Embora estivesse localizado na cidade, era uma área pouco movimentada.

Melada suspeitava que esse sequestro fosse mais complexo do que parecia. Na verdade, ela estava inclinada a acreditar que tinha ligação com apostas de futebol, considerando as movimentações financeiras e os sites encontrados no computador. Na maioria das vezes, a vida de um jovem como Ben não estaria envolvida em algo tão grande. O fato de haver grandes quantias de dinheiro entrando e saindo da conta, sem origem clara, indicava que havia apostas envolvidas. Contudo...