Jogo de amor e negociação

Capítulo 08

— Preciso sair um momento

Enquanto estava sentada discutindo detalhes do trabalho com Melada na sala, Mintara de repente mudou de expressão e tom ao olhar para a tela do celular que estava tocando. Ela se desculpou com uma testa franzida e saiu rapidamente do escritório. A reação repentina fez com que Mel levantasse uma sobrancelha, a olhando com curiosidade sobre a mudança instantânea de comportamento. Prae saiu rapidamente e deixou a sala de trabalho.

[Mintara!]

Melada tentou ouvir o que estava acontecendo, mas só conseguiu ouvir o som da porta se fechando atrás dela. Um pressentimento a fez pensar que a ligação era importante, pois normalmente Prae nunca sairia para atender um telefone, mesmo que não estivesse diretamente envolvida com Mel. No entanto, as duas ainda mantinham plena confiança uma na outra como colegas de trabalho.

Dra. Melada tentou não pensar muito sobre o motivo da saída repentina. Devido ao passado que ainda pesa, pode-se dizer que, desde o encontro com Mintara após mais de três anos sem se verem, até o momento em que ela aceitou voltar ao trabalho, Melada manteve a relação apenas como colegas de trabalho. No entanto, Prae pelo menos admitiu que havia cometido erros, mesmo que não tenha especificado quais.

Embora Melada não fosse alguém que guardava rancor, era natural que, depois de se magoar, ela ainda lembrasse, mas e se ajustasse com o tempo. Às vezes, o tempo pode não ajudar, mas se o afastamento de Mel ajudou Prae a lidar melhor consigo mesma, então ela considerava que os quase três anos foram compensadores.

Mintara era uma excelente colega de trabalho, uma aluna inteligente e cheia de ideais. Como alguém poderia se dedicar a um trabalho perigoso nos bastidores se não fosse por essas qualidades?

Mas no que diz respeito a ser uma parceira romântica... Talvez fosse melhor deixar isso de lado, especialmente devido à diferença de idade de cerca de sete a oito anos entre elas. Melada estava entrando em seus trinta e seis anos, enquanto Prae tinha apenas vinte e nove. A pressão constante no trabalho também podia dificultar o gerenciamento das emoções.

Mesmo assim, Mel percebeu que Prae parecia muito mais madura agora. A expressão, o olhar e o tom de voz de Prae eram mais sérios do que antes. Mel não sabia o que Mintara passou nos últimos três anos, mas espera que tenha sido um tempo bom.

Prae voltou para a sala após doze minutos, com uma expressão claramente mais tensa do que quando saiu.

— Há algo de errado, Prae? — A voz de Melada expressava preocupação genuína, como colega de trabalho. Melada tentou se convencer disso.

— N-não, não é nada — Um sorriso estranho surgiu após sua resposta, e então ela se deixou cair na cadeira, suspirando discretamente. Depois de retomar o trabalho por apenas vinte minutos, o telefone de Mintara na mesa tocou novamente e a secretária anunciou — Senhora Mintra, é uma ligação do Consultor

— Obrigada — Prae respondeu e levantou o telefone, pressionando o botão dois na linha.

— Sim, senhor — Ao atender, ela ficou em silêncio para ouvir do outro lado — Sim... Sim, claro. Sim, eu vou imediatamente — Após a última frase, ela colocou o telefone de volta — Vamos — Melada percebeu imediatamente que uma nova tarefa importante havia surgido.

A grande casa de três andares, com um terreno superior a uma área de um campo de futebol, se ergue imponente diante delas. Mintara levou Melada e a equipe para a casa de uma pessoa importante, localizada nos arredores da cidade. O lugar era tão calmo que parecia impossível que algo de ruim pudesse acontecer ali.

Tempestades costumam se formar a partir da calma. Após um breve período de espera, Mintara e sua equipe se juntaram a elas. Kan, um jovem alto com cabelo curto e usando uma camiseta cinza, carregava uma grande bolsa retangular na mão e uma mochila com um computador portátil, seu equipamento essencial. Em sua mão direita, ele segurava outros dispositivos eletrônicos necessários para o caso.