Jogo de amor e negociação

Capítulo 22

Mintara e Sirin chegaram à sala dos professores da faculdade de psicologia da universidade mais próxima ao local onde os corpos foram encontrados, como informado por Kan. Era uma distância de apenas dez quilômetros do ponto de descarte.

— Você acha que é um professor ou um aluno? — perguntou Mintara.

— Pode ser qualquer um — respondeu a analista comportamental — Ou talvez não seja nenhum dos dois. Não vamos nos concentrar em uma pessoa específica ou focar em alguém em particular. A análise do comportamento do criminoso serve para estreitar o círculo de suspeitos, mas pode ser qualquer um. Estamos aqui apenas para verificar as possibilidades — disse Sirin, enquanto caminhavam pelo corredor em direção à sala dos professores da faculdade de psicologia, que era o destino.

— Espere aqui — Sirin pediu — Se entrarmos as duas, vai parecer suspeito e intimidante. Se ele estiver lá, vai perceber e resistir. Esteja pronta para qualquer emergência

— Entendido, P'Si — respondeu Prae, enquanto se afastava pelo outro corredor.

Enquanto esperava Sirin entrar na sala dos professores, Mintara apenas andava por perto, pronta para qualquer emergência que pudesse surgir. Durante a espera, ela notou um pequeno quadro de avisos no corredor, destinado a comunicados da universidade. Sem muita expectativa, Prae se aproximou para dar uma olhada, tentando matar o tempo enquanto Sirin buscava informações. Os olhos da oficial rapidamente se fixaram em algo. Era um cartaz anunciando a busca por voluntários interessados em participar de um projeto de pesquisa.

"Recrutamento de voluntários para pesquisa através de terapia individual para estudo de caso. Interessados em participar deviam entrar em contato com..."

Os olhos de Prae desceram até o final do cartaz, onde encontravam-se o nome do professor responsável pela disciplina em que as vítimas estavam matriculadas, além do número de contato. A pergunta que ela havia feito a Sirin momentos antes já tinha uma resposta em sua mente. Este era o método usado para escolher as vítimas. Vinte minutos depois, Sirin saiu da sala dos professores, indo ao encontro de Prae, que agora andava inquieta pelo corredor.

— Descobriu algo, P'Si? — perguntou Prae, ansiosa.

— Este professor é novo aqui. Está dando aula pela primeira vez neste semestre. Aqui está a foto dele — Sirin entregou a foto colorida impressa recentemente para Prae.

— Eu acho que já entendi como ele escolhe as vítimas — Prae respondeu, apontando para o quadro de avisos que havia visto antes. Em seguida, puxou uma das tiras de papel com o nome e o número de telefone de contato e entregou para Sirin.

— Sessões de terapia individual. Isso permite que ele escolha e passe bastante tempo com suas vítimas

— Sim, é exatamente isso — concordou Sirin — Vamos até a sala de aula rapidamente — Sirin então arrancou o cartaz do quadro de avisos.

Melada estava esperando na frente da grande sala de conferências, onde a aula do suspeito estava ocorrendo. Ela segurava uma barra de chocolate nas mãos, observando atentamente a entrada. Dentro da sala, havia quase cem alunos de diversas faculdades, o que tornava difícil notar a ausência de alguns até que seus corpos fossem encontrados. Melada não se apressou a entrar. Suspeitos desse tipo eram extremamente perigosos para as pessoas ao redor. Qualquer aproximação precisava ser cuidadosamente planejada, e a ação deveria ser rápida e eficaz.

Sirin e Prae se juntaram à doutora, que avaliava a situação do lado de fora. Assassinos em série tendem a ser extremamente inteligentes, entrar sem um bom plano poderia alertá-lo imediatamente, comprometendo toda a operação.