Capítulo 11

283 20 2
                                    


Melada caminhou para frente até estar a cerca de dez metros dos criminosos e do refém. A boca do revólver calibre .357 Magnum dos criminosos estava não muito longe de sua linha de visão, mas desta vez o colete à prova de balas deveria cumprir sua função caso algo inesperado acontecesse. A negociadora parou a cerca de sete metros dos dois.

— Qual é a sua decisão? — ela gritou. A esta distância, quase não era necessário gritar

— Jogue a bolsa de dinheiro aqui — A arma apontada para a cabeça de Ben, o jovem que agora estava tão tremendo que mal conseguia se controlar, foi redirecionada para a doutora. Ela lançou um olhar para o outro homem esperando no carro. Ele também estava com uma arma, mantendo a situação sob controle.

— Envie o senhor Ben e eu te envio o dinheiro. Vou contar até três... Um — A voz dela ecoou pela área. Ela observou os dois homens através de seus óculos de armação retangular.

— Dois — Ela balançou o braço que segurava a bolsa preta para trás e a lançou para fora.

No momento em que a bolsa de dinheiro voou para o outro lado, o corpo magro e alto do filho do ex-conselheiro foi empurrado para fora quase ao mesmo tempo. Melada se moveu rapidamente em direção a ele e, ao alcançá-lo, empurrou-o pelas costas para que ele se deitasse no chão, usando seu próprio corpo para protegê-lo.

— Três!

Bang! Bang! Bang!

Após o comando da Dra. Melada, vieram os tiros de Thos. Embora ele fosse o atirador de elite, suas habilidades com a arma curta também eram notáveis. Dois tiros dele perfuraram o corpo do criminoso, fazendo o sangue jorrar, e a arma que ele não estava usando caiu ao chão junto com o corpo sem vida. Melada sacou sua arma e atirou de volta no outro criminoso, que estava se afastando com o carro.

— Ligue para o Kan e informe a Prae que um dos criminosos conseguiu escapar. Ele pode voltar para lá — ordenou à Thos, que rapidamente seguiu as instruções. No entanto, o criminoso não voltou.

Prae conseguiu capturar os dois outros membros da gangue com base na localização obtida do telefone, enquanto um conseguiu escapar. A partir de agora, a tarefa seria da polícia local para expandir a investigação e rastrear o criminoso restante. Quanto ao filho do ex-conselheiro, além de algumas escoriações, ele estava seguro. Acredita-se que, após esta noite, ele tenha aprendido uma lição.

Uma parte dela pensava que Ben poderia ter armado a situação para obter dinheiro para pagar dívidas de jogo, mas, ao olhar para o estado dele, não parecia estar em conluio com os criminosos. O dinheiro de seis milhões também não foi perdido.

Esses criminosos não esperavam mais do que dinheiro e geralmente não matavam ou feriam reféns, mas consideravam ferramentas de negociação até que tivessem o que desejavam. Isso certamente era uma vantagem.

Como ela havia suposto desde o início, o Senhor Kamthorn sabia que seu filho e a esposa estavam envolvidos em apostas esportivas. Por isso, ele fez com que a empregada limpasse o quarto, removesse o pôster do time de futebol favorito de Ben da parede, e não notificou a polícia ou a imprensa.

Melada sabia que isso não estava certo, mas ela e sua equipe não podiam fazer muito mais. O único trabalho que ela tinha era garantir que ele voltasse em segurança. Considerava o trabalho concluído. Outras questões além disso estavam fora de seu alcance, pois não era uma autoridade legal. O trabalho dela e de sua equipe estava apenas relacionado à preservação da vida das vítimas.

— Bom trabalho, todos vocês — Melada elogiou toda a equipe ao se reunir no prédio do escritório — Muito obrigada a todos

— De nada, chefe — responderam os três novatos com um sorriso antes de se despedirem e irem para casa descansar.

Jogo de amor e negociaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora