Capítulo 09

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— Os cinco milhões que combinamos, o seu filho está conosco

Melada escutava atentamente. Pelo tom da conversa, parecia que havia mais de uma pessoa envolvida, talvez duas ou mais. Além disso, a voz distorcida que vinha através do telefone sugeria o uso de algum programa ou aplicativo para modificar o som. A doutora se aproximou de Kamthorn, que ainda estava em choque, sem conseguir responder.

— Os cinco milhões, está de acordo? — A voz estranha, que Mel tinha certeza de que havia sido alterada por algum programa, repetiu, ao perceber a hesitação de Kamthorn. Ela então estendeu a mão para pegar o telefone dele.

— E se não concordarmos? — A doutora respondeu calmamente. Do outro lado da linha, uma risada fria foi ouvida.

— Quem é você? Polícia?

— Não sou policial — A postura e o tom de Melada eram descontraídos, como se estivessem discutindo algo trivial — O senhor Kamthorn é muito conhecido. Se a polícia ou a imprensa descobrirem, todos estaremos em apuros. O que acontece se não concordarmos?

— Então o seu filho pode ser mandado de volta em pedaços, como um cadáver

— Então, deixe-me consultar o Senhor Kamthorn antes de entrar em contato novamente. Este é o número certo para isso?

— Quem é você?

— Sou a pessoa que vai entregar o dinheiro. Você quer que entremos em contato ou que você nos ligue sobre os cinco milhões? — Melada reiterou a proposta, tentando ganhar tempo para discutir o plano

— Entraremos em contato em meia hora — O sequestrador com a voz distorcida respondeu. — Certo — Em seguida, ela foi rápida em desligar, para mostrar ao criminoso que ele não estava em vantagem.

Colocando o telefone lentamente sobre a mesa, ela quase sorriu ao ver a expressão atordoada de Kamthorn.

— Kan, se eu precisar que você rastreie a localização do número, quanto tempo precisaria segurar a ligação? — Ela se virou para perguntar ao técnico da equipe — No máximo?

— Cinco a seis minutos

— Vou te dar seis, então — Ela se virou para o ex-consultor — O senhor já preparou o dinheiro? — Ele apenas assentiu lentamente. — Vou pedir para Prae enviar Som para pegar a bolsa no porta-malas do carro — Ela foi até a funcionária encarregada da coordenação em campo e entregou-lhe as chaves do carro. Pouco depois, uma bolsa de lona preta de tamanho médio, com duas alças, semelhante a uma bagagem de mão, foi entregue a Kamthorn.

— Dentro desta bolsa, há um dispositivo de rastreamento que instalamos. Por favor, coloque todo o dinheiro aqui

— Um dispositivo de rastreamento? — O homem mais velho perguntou enquanto pegava a bolsa.

— Sim — Melada respondeu — Se essa bolsa cair nas mãos dos criminosos, nós a seguiremos. Se possível, tentaremos capturar toda a gangue

— Você mencionou uma gangue?

— Sim, senhor — Desta vez, foi Mintara quem respondeu — Pelo que ouvimos, eles estão agindo em grupo. Embora tenham um certo plano, não são exatamente profissionais — Kamthorn pegou a bolsa e subiu para o segundo andar com sua esposa.

— Khun Prae, venha até aqui um instante — Melada chamou a antiga namorada antes de sair da casa para discutir algumas dúvidas que surgiram — Eu não estou muito convencida de que este seja apenas um caso comum de sequestro por resgate.

— Eu também acho isso, P'Mel — Mintara respondeu, concordando — Pode haver algo que eles não nos contaram. O que você acha que devemos fazer? — Ela perguntou, a voz revelando certa preocupação

Jogo de amor e negociaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora