"Ah você sumiu, deixou a gente sem capítulo, prometeu capítulo e não postou nada" shhhh, é meu charme! Oi gente, obrigada pelos comentário na fic, e sejam bem vindas novas viúvas de uma traição.
No mais, boa leitura (sim eu terminei o capítulo dessa forma de propósito)
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A cidade grande que quase nunca parava agora se tornava silenciosa, eternizando um momento que se erguia longe de tudo e todos. Abrindo uma exceção, São Paulo parara com todo prazer.
O suntuoso carro de Anita Berlinger estava parado em um ponto alto e solitário da cidade, ao que ambas as mulheres desfrutavam do silêncio quase sepulcral. A vista era linda dali, longe de absolutamente tudo o lugar, as pessoas e toda a rede de relações se tornava minúscula. Verônica ali se refugiava em braços que acalentavam seu corpo que sentia o frio reinar, se distanciando por conta própria de quaisquer pensamentos que não envolvessem Anita e assim ela permanecera com os lábios entreabertos, olhando a loira debaixo como quem adorava algo.
────Odeio quando fica em silêncio... Porque quase consigo escutar tudo o que está passando na sua cabeça! Você nunca para, não é Verônica? ────A voz cortava o momento que ali havia se instalado, mas não de forma ruim.
────Não é o que me torna interessante para você?! ────O questionamento fora devolvido com outro, junto a um sorriso nos lábios bem desenhados.
Torres se afastara um tanto, movendo seus braços para trás enquanto seu sorriso se tornava maior. Os pés andavam para trás com calma, como quem incitava mesmo que sem nenhuma palavra o contato. Até ela Anita era atraída sem forças para fazer o oposto, se movendo no mesmo ritmo. A loira meneara a cabeça sorrindo de forma amistosa enquanto molhava os lábios com a língua, sua respiração se tornava um tanto mais pesada a medida que a mulher a sua frente se virava de costas, levantando os braços como quem aproveitava o momento em pequenos detalhes.
Fora o suficiente para que o convite de se aproximar mais fosse aceito, a levando uma vez mais para perto. Seus braços enlaçavam a cintura bem feita, subindo minimamente suas mãos que a tocavam como se fosse a primeira vez. Os braços se enlaçavam a medida que a delegada a puxava para si, mirando a cidade junto a outra mulher enquanto sua boca depositava beijos calmos na volta do pescoço de Verônica.
────A vista é meu presente para você! Em comemoração a sua decisão, mesmo que ela não se fixe. ────Os olhos castanhos se fechavam em uma respiração profunda, ao morder de seu lábio inferior Verônica Torres sorrira, se sentindo completa.
────Eu não vou te dizer mais nada sobre o fixar da minha decisão... Você paga para ver e eu estou disposta. ────Os corpos se abraçavam enquanto respirações assumiam o mesmo ritmo. ────A vista é minha agora? ────A mulher a fitava pelo canto do olho, soltando o ar pela fresta que seus lábios faziam.
────Se prometer que vai cuidar e não trazer ninguém aqui... Do contrário revogo meu presente. ────O tom de voz da delegada era cordial, ainda que ambas soubessem bem a quantidade de emoções contidas naquele momento.
Anita possuía um jeito peculiar de demonstrar o que sentia, e palavras não eram exatamente seu forte. Porém, o ato em si visto tudo o que havia ocorrido na noite mostrava a Verônica que ela se importava, que ali de fato havia sentimentos para além do que seus olhos castanhos conseguiam ver.
O ar frio começava a fazer os corpos tremerem um tanto mais enquanto Torres se virava, enlaçando o pescoço da loira com calma. Os movimentos sinuosos eram calculados na medida correta para fazer Berlinger perder o pouco juízo que possuía quando o assunto era a outra mulher. Seus lábios se curvavam em um sorriso enquanto suas mãos se moviam para trás, se cruzando na base de suas costas. Totalmente aberta, sua postura deixava claro que Verônica poderia fazer o que bem entendesse.
────Eu quero esquecer que essa noite teve um momento ruim... ────A mulher fazia a ponta de seu nariz deslizar pelo pescoço quente da loira, sorrindo em pura lascívia. ────...Então porque você não me tira daqui, me leva para onde você quiser e tira meu vestido como prometeu? ────Suas mãos se espalmavam no peito de Anita, subindo e descendo com a ponta das unhas, as cravando conforme seu desejo aumentava. ────Você costuma cumprir o que promete, delegada? ────O olhar de Berlinger se tornava um tanto pesado no momento em que sua mão dominante tomara os fios de cabelo de Verônica para si.
────Se a sua voz não fosse tão gostosa de ouvir quando está assim... Cheia de tesão... ────Com sua outra mão, a mulher levava seu indicador aos lábios da escrivã, que prontamente passava a brincar com o toque, mordiscando o dedo de Anita enquanto a fitava de baixo. ────...Eu te faria calar a boca, Verônica! ────Com os dedos ainda emaranhados nos fios castanhos, a delegada a puxava para si, suspirando ao ver seu dedo se perder na boca da outra mulher que agora fechava os olhos enquanto sua língua brincava.
────Me leva daqui. ────Em um sorriso, Verônica mordera a ponta do dedo da mulher, se afastando em direção ao carro.
Por alguns segundos os olhos azuis se fechavam em meio a um suspirar lento e quase doloroso. Verônica testava vários de seus limites, a fazendo perder a cabeça com pouco, afinal, ela bem sabia que aquilo era ponta de um longo iceberg. Suas mãos se fechavam com força, ao que ela sentia o vento gelado tocar seu rosto. Um sorriso cínico surgia em seus lábios a medida que ela virava para trás, tendo a certeza que Torres lhe olhava já dentro do carro, com um sorriso péssimo que se tornara seu por direito. Um suspiro longo suas pernas um tanto bambas passavam a caminhar, só parando ao chegar até a porta que fora aberta de uma só vez.
────Eu preciso dirigir para te tirar daqui... ────As mãos firmes se espalmavam no volante após a partida no veículo.
────Você está constatando o óbvio, delegada! ────As pernas se cruzavam, revelando a pele branca por baixo do vestido.
────...Pra dirigir eu preciso ter foco, Torres! ────Ao final da frase, a loira apenas ouvira uma risada cínica que lhe fizera coçar o meio de suas sobrancelhas.
────Eu não tiro seu foco, Anita... Nunca fiz nada similar a isso, não estou entendendo. ────O sorriso se tornava lateral a medida que ela se inclinava, deslizando os dedos pela coxa da outra mulher. ────Não seria nada educado da minha parte, não é? ────Como uma cobra prestes a dar o bote, Verônica se enroscava como podia no corpo quente ao seu lado, chegando próximo a orelha da delegada. ────Não consegue esperar para sentir meu gosto? ────Os olhos baixavam, fitando os seios que subiam e desciam rapidamente.
Enquanto engolia seco como nunca antes, Anita percebera a outra mão de Verônica Torres a se aproximar, se abrindo em seu colo como quem não fazia ideia do estava acontecendo.
────Verônica! ────O tom era de total e completo aviso ao passo que seus olhos se fixavam na calcinha minúscula a descansar em suas pernas.
────É só um incentivo para você me levar logo daqui... ────Ela sorrira, baixando o tom de voz em um sussurro. ────...Eu estou escorrendo, molhando minhas pernas por sua causa. ────De súbito Anita pisara no acelerador a ponto de fazer barulho, arrancando uma risada gostosa da mulher ao seu lado.
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Under a secret | veronita fanfic
FanfictionQuantos segredos São Paulo era capaz de guardar sob suas luzes coloridas e prédios bem apessoados? O casamento de Verônica e Paulo sempre fora sinônimo de harmônia para quem quer que tivesse o prazer de cruzar o caminho dos dois, uma paixão avassal...