Resonance High: Dawn of the Echoes é uma história ambientada em um mundo onde, há cinquenta anos, humanos começaram a manifestar habilidades extraordinárias ao ressoar com uma energia misteriosa que envolve a Terra. Esses indivíduos, conhecidos como...
Após o intenso treino com Sora, Kazuo e Kenjiro se afastaram para um canto tranquilo do pátio do dojo, situado em uma das várias ilhas do grande arquipélago flutuante que compõe Horizon City. O sol estava começando a se pôr, pintando o céu com tons alaranjados e violetas. O ar estava calmo, mas uma tensão sutil pairava no ambiente, um reflexo das preocupações que se acumulavam.
Sora e Aiden já haviam se despedido e ido embora, deixando Kazuo e Kenjiro a sós no pátio. A vastidão do arquipélago, com suas estruturas flutuantes e vistas panorâmicas, criava um ambiente impressionante, mas também fazia com que o pátio parecesse pequeno e íntimo em contraste com o cenário expansivo.
Kenjiro, de pé, observava o horizonte com um olhar distante e preocupado. Seu rosto, geralmente sereno e sábio, mostrava sinais claros de inquietação. Kazuo, conhecendo bem seu avô, percebeu a gravidade da situação e se aproximou com cautela.
— O que foi, vovô? — Kazuo perguntou, sua voz carregada de preocupação. Ele sempre respeitou os momentos de reflexão de Kenjiro, mas a intensidade da expressão do avô o deixava inquieto.
Kenjiro suspirou profundamente e desviou o olhar do horizonte para encontrar os olhos de Kazuo. — Kazuo, preciso que preste muita atenção no que vou te dizer. O garoto que você trouxe aqui hoje, o Sora... ele é especial, muito especial. Mas isso não é necessariamente algo positivo.
Kazuo franziu a testa, confuso. — Especial como? Ele parece apenas um cara normal que está começando a entender seus poderes. Sim, ele tem habilidades únicas, mas...
Kenjiro levantou uma mão para interromper Kazuo gentilmente. — Não é apenas isso. Durante o treino, quando ele tentou absorver meu Echoe, não foi uma simples imitação ou cópia. Sora realmente mimetizou minha habilidade de controlar o vento, e eu senti algo incomum. Meu próprio controle sobre o Echoe diminuiu, como se uma parte dele tivesse sido sugada. Há algo em Sora... ou algo dentro dele... que parece parasitar os Echoes dos outros.
Kazuo recuou, chocado com a revelação. — Como assim? Você está dizendo que ele está roubando habilidades?
Kenjiro balançou a cabeça lentamente. — Não é um roubo completo, mas uma drenagem. Uma perda sutil de controle que pode ser muito perigosa. Quando ele absorve o Echoe de alguém, não apenas o replica, mas enfraquece o original. Isso pode causar sérios problemas. A habilidade dele pode acabar drenando a energia vital de quem ele toca, se isso continuar.
Kazuo mordeu o lábio, seu rosto agora preocupado. — Eu sabia que ele era diferente, mas não imaginava que pudesse ser algo assim. O que devemos fazer? Não posso simplesmente abandonar ele agora.
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Kenjiro colocou uma mão reconfortante no ombro de Kazuo, seu olhar sério, mas cheio de compaixão. — Sei que você quer ajudar, e isso é algo que admiro em você. Mas precisa ser cuidadoso. Sora pode não ter controle sobre essa habilidade, e isso o torna um perigo para ele mesmo e para os outros. Continue sendo seu amigo, mas esteja atento. Ele precisará de orientação para entender e controlar isso, e talvez até de proteção contra si mesmo.
Kazuo assentiu lentamente, absorvendo a gravidade das palavras do avô. — Vou cuidar dele, vovô. Prometo.
Kenjiro apertou o ombro de Kazuo com firmeza, um gesto de confiança e encorajamento. — Confio em você, Kazuo. Apenas não subestime o que está acontecendo aqui. Algo grande está em movimento, e Sora pode estar no centro disso. Seja vigilante, mas não deixe que o medo guie suas ações. Ajude-o a encontrar um caminho, porque se ele perder o controle... todos nós poderemos estar em perigo.
Kazuo olhou para o avô, a gravidade da situação finalmente pesando sobre ele. Ele sabia que Sora era especial desde o momento em que o conheceu, mas agora entendia que esse "especial" vinha com riscos que ele ainda não havia considerado. Determinado, ele decidiu que faria o que fosse necessário para proteger Sora e, ao mesmo tempo, garantir que ele não se tornasse uma ameaça para os outros.
— Vou tomar cuidado, vovô. Não vou deixar nada sair do controle. — Kazuo disse com firmeza.
Kenjiro assentiu, soltando o ombro de Kazuo. — É o que eu esperava ouvir de você. Agora vá, seu amigo vai precisar de você mais do que nunca.
Enquanto Kazuo se afastava, um peso extra parecia repousar sobre seus ombros. O que começou como um simples desejo de ajudar Sora a entender seus poderes agora se revelava como uma missão complexa e perigosa. Mas Kazuo estava resoluto em estar ao lado de seu amigo, não importa o que viesse pela frente.
Kenjiro permaneceu sozinho no pátio, observando o sol se pôr completamente sobre o vasto arquipélago flutuante. Ele sabia que Kazuo faria o seu melhor, mas o futuro de Sora ainda era incerto. As habilidades únicas do garoto eram uma bênção e uma maldição, e apenas o tempo diria qual delas prevaleceria.
