Resonance High: Alvorecer dos Ecos

-Capítulo 12: Sob o Olhar do Adversário-

Com um último aceno de cabeça, os três amigos se separaram, cada um indo em direção à sua arena designada. O ginásio, antes vibrante e cheio de vida, agora se esvaziava rapidamente. O burburinho constante de conversas animadas e risadas nervosas deu lugar ao som solitário de passos ecoando pelos corredores da Ressonance High. A mudança na atmosfera era palpável, como se o próprio prédio estivesse ciente da tensão crescente que envolvia cada aluno.

Sora, caminhando lentamente em direção à Arena 1, sentiu o peso da responsabilidade aumentar a cada passo. Os corredores pareciam mais longos e estreitos, como se tentassem prender suas esperanças e sonhos. As paredes brancas, geralmente tão tranquilas, pareciam opressivas sob as luzes fluorescentes. Ele notou que seu reflexo nas janelas de vidro, que antes parecia forte e determinado, agora revelava uma ansiedade que ele tentava esconder.

Enquanto avançava, a realidade do que estava prestes a enfrentar começou a se solidificar em sua mente. A arena não era apenas um campo de batalha; era um palco onde ele precisaria provar seu valor. Para Sora, essa competição não era apenas sobre ganhar ou perder. Era sobre mostrar que, apesar de ter sido um Null, ele merecia estar ali tanto quanto qualquer outro Ressonante.

O corredor que levava à Arena 1 se estendia à sua frente como um desafio silencioso. A cada passo, ele ouvia os ecos de conversas passadas, palavras de encorajamento e descrença que o acompanharam desde sempre. Ele sabia que não estava lutando apenas por si mesmo, mas por todos os Nulls que poderiam um dia seguir seus passos. Aqueles que, como ele, foram subestimados, ridicularizados e marginalizados.

Quando a porta da Arena 1 finalmente surgiu à sua frente, Sora parou por um momento. A porta, de um metal escuro e polido, era imponente, com detalhes gravados em seu contorno que brilhavam com uma luz azulada, alimentados pelos Echoes que mantinham a estrutura. Havia algo de enigmático na simplicidade daquela entrada, como se ela guardasse segredos que só poderiam ser revelados àqueles corajosos o suficiente para cruzá-la.

Ele estendeu a mão e, ao tocar a superfície fria do metal, sentiu uma leve vibração percorrer seu braço, como um lembrete do poder que se escondia do outro lado. Com um último suspiro, empurrou a porta, atravessando o limiar que o separava de seu destino.

A visão que o aguardava do outro lado era impressionante. A Arena 1 era vastamente maior do que qualquer coisa que ele poderia imaginar. O espaço parecia infinito, desafiando todas as leis da física e do espaço que ele conhecia. As paredes da arena eram altas e intransponíveis, desaparecendo na escuridão que cercava o local. O teto, se é que existia, estava tão distante que se fundia com o horizonte, criando uma sensação de pequenez e vulnerabilidade.

O chão era um mosaico de terrenos diferentes, cada um oferecendo um tipo de desafio único. Havia uma área coberta por uma floresta densa, com árvores altas e folhagem espessa, oferecendo esconderijos e oportunidades para emboscadas. Outra parte era dominada por rochas áridas e montanhosas, onde a escalada e o terreno acidentado testariam a resistência dos competidores. No centro da arena, um lago cristalino refletia a luz que parecia vir de todos os lados, suas águas tranquilas contrastando com a intensidade que o local emanava.

Outros participantes começaram a entrar na arena, seus rostos expressando uma mistura de determinação e apreensão. Sora não precisou esperar muito para sentir os olhares dos outros sobre ele. A hostilidade era palpável, como um peso no ar que dificultava a respiração.

Um grupo de três alunos, todos vestindo uniformes brancos intactos e brilhantes, aproximou-se dele. Seus passos eram calculados, suas expressões de desdém eram impossíveis de ignorar. O mais alto deles, um garoto com cabelo castanho liso e olhos frios, foi o primeiro a falar.

— Olha só quem decidiu aparecer — provocou ele, com um sorriso que não alcançava os olhos. — O famoso Null com sorte. Você realmente acha que tem chance aqui?