-Capítulo 16: Correntes do Destino-

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O som metálico das correntes ecoava pela Arena 1, uma arena que havia sido transformada de maneira dramática e surpreendente. O ambiente era vasto e parecia expandir-se infinitamente, ultrapassando os limites visíveis da arena original. O espaço, delimitado por barreiras invisíveis, distorcia a percepção, dando a impressão de que o cenário se estendia para além do imaginável.

Sora piscou várias vezes, atônito, tentando processar a transformação ao seu redor. O chão, antes sólido e plano, havia se transformado em uma superfície irregular, coberta por raízes retorcidas e pedras ásperas. Árvores imensas se erguem ao redor, seus troncos grossos e galhos entrelaçados lançando sombras sinistras que se contorciam como se fossem entidades vivas. O ambiente, agora um labirinto denso e sombrio, tinha um aspecto onírico e ameaçador, como se tivesse sido arrancado diretamente de um pesadelo.

O que está acontecendo aqui? — Sora murmurou para si mesmo, puxando a corrente que estava acorrentada ao seu pulso esquerdo. Seu olhar se voltou para o outro lado da corrente, onde encontrou Rei Kuro. A última pessoa com quem Sora queria estar preso. Os olhos de Rei, de um branco opaco, brilhavam com a mesma perplexidade que Sora sentia, embora ele tentasse disfarçar sua surpresa. O metal frio da corrente, adornado com inscrições esverdeadas que piscavam intermitentemente, era um lembrete cruel da sua nova realidade: eles estavam irremediavelmente interligados.

Ótimo, isso é exatamente o que eu precisava — murmurou Sora, apertando o punho com frustração. — Preso a você. O que poderia dar errado?

Isso deve ser algum tipo de piada, certo? — Rei disse, sua voz gotejando sarcasmo. — Nós mal começamos, e já estou preso a você?

Sora bufou, puxando a corrente novamente com uma força resignada, como se pudesse, de alguma forma, se libertar dela. — Acredite, a última coisa que eu queria era ficar preso a você também, Kuro.

Não se preocupe, Ryujin. — Rei respondeu com um tom de desdém. — Eu também não estou exatamente animado com essa parceria. Mas, por enquanto, você não vai me arrastar para baixo com suas fraquezas. Mantenha-se fora do meu caminho, e talvez a gente saia vivo daqui.

Antes que eles pudessem continuar sua troca de farpas, uma risada grave e autoritária ecoou pela arena. Ambos se viraram para ver o Diretor flutuando acima deles, sua expressão tranquila e quase divertida, como se estivesse se regozijando com a situação.

Bem-vindos à Arena 1, senhores. — A voz do Diretor cortou o ar com uma autoridade inabalável. — Como vocês devem ter notado, a arena foi magicamente ampliada e alterada para esta etapa especial da prova.

Sora e Rei trocaram olhares confusos, a confusão estampada em seus rostos refletia a mesma perplexidade que sentiam em relação à nova realidade ao seu redor. O espaço ao redor parecia um pesadelo tornado realidade, e a presença do Diretor só amplificava a sensação de que estavam em um teste cruel e imprevisível. Ninguém interrompeu o diretor enquanto ele continuava a explicar a situação.

Vocês foram acorrentados um ao outro porque esta prova vai além de uma simples batalha de força bruta — o Diretor continuou, sua voz carregada de uma autoridade imperturbável. — Esta é uma prova de cooperação forçada. Vocês, alunos, devem aprender a trabalhar juntos ou falharão. As correntes que os ligam são encantadas com um feitiço poderoso; se um de vocês for eliminado, o outro também será eliminado. Ele fez uma pausa para permitir que as palavras ressoassem. — E antes que perguntem, não, não há como removê-las.

Resonance High: Alvorecer dos EcosOnde histórias criam vida. Descubra agora