Resonance High: Alvorecer dos Ecos

-Capítulo 9: Entre Luzes e Trevas: Surge um Novo Ressonante-

O sol da manhã derramava sua luz dourada sobre Horizon City, criando sombras longas e tranquilas nas ruas enquanto Sora, Aiden e Kazuo seguiam em direção à casa do avô de Kazuo. O céu azul se destacava contra o brilho dos arranha-céus flutuantes, e o zumbido constante da cidade era suavizado pelo riso descontraído de Aiden.

— Então, Sora, está nervoso? — perguntou Aiden, com um sorriso travesso, dando um leve empurrão no ombro de Sora. — Porque, se eu fosse você, estaria bem suado agora.

— Cala a boca, Aiden. — Sora tentou corresponder ao sorriso, mas a verdade era que seu estômago estava em turbulência. Sabia que o dia seria crucial para entender melhor seus poderes, mas a perspectiva de treinar com o avô de Kazuo, um Ressonante experiente, o deixava ansioso.

Kazuo, que liderava o caminho, olhou por cima do ombro e sorriu. — Relaxe, Sora. Meu avô pode parecer um pouco sério, mas ele é um cara tranquilo. Além disso, ele adora ajudar novos Ressonantes. Vai te dar dicas que você não vai encontrar em nenhum outro lugar.

Sora assentiu, mas não conseguiu evitar uma pontada de insegurança. Apesar de Kazuo e Aiden serem seus amigos, ele ainda se via como um Null tentando se adaptar a um mundo que não o aceitava completamente. Desde que seus poderes se manifestaram, tudo parecia um borrão de novas responsabilidades e expectativas.

Chegaram a uma casa modesta, rodeada por um jardim bem cuidado. A casa de Kazuo parecia uma relíquia do passado, um antigo dojo que contrastava com os modernos prédios futuristas da cidade. As paredes de madeira escura, com a textura do tempo, e a varanda acolhedora davam um ar de serenidade e tradição ao lugar.

O portão de entrada, de madeira maciça com detalhes de ferro forjado formando padrões florais elegantes, se destacava. Acima dele, uma placa de madeira entalhada com caracteres kanji exibia o nome do dojo: "Kazoku no Kaze" (Vento da Família). O caminho de pedras, polidas e dispostas em um padrão ordenado, era ladeado por lanternas de pedra que, ao anoitecer, lançavam uma luz suave e convidativa.

O telhado curvado, coberto por telhas de cerâmica preta, se destacava contra o céu, e as portas deslizantes de madeira e papel de arroz permitiam uma visão do interior tradicional. O dojo era um espaço amplo, com piso de tábuas de madeira escura que brilhavam sob a luz suave, e um altar modesto que celebrava a história da família de Kazuo com uma espada katana cerimonial.

O jardim à frente do dojo era um exemplo clássico de um jardim zen, com pequenas colinas de areia branca delineadas em padrões de ondas e montanhas. Pedras grandes cobertas de musgo estavam dispostas com precisão, simbolizando ilhas e montanhas distantes. Ao lado, um jardim de chá se escondia entre arbustos e samambaias, com um caminho sinuoso de pedras levando a uma pequena casa de chá tradicional. A casa de chá, feita de madeira clara, possuía uma varanda onde se podia apreciar a calma do jardim e o sussurro das folhas de bambu.

Nos fundos do dojo, o jardim se expandia para uma área mais selvagem, com árvores de bordo japonês cujas folhas vermelhas brilhavam no outono, e um lago tranquilo com carpas koi nadando lentamente. Flores como camélias, azaleias e peônias se espalhavam pelo espaço, criando uma explosão de cores e aromas em cada estação. Os bambus altos ao redor do lago sussurravam com a brisa, e o som suave de uma pequena fonte de água adicionava uma nota de serenidade ao ambiente.

O avô de Kazuo, o Sr. Kenjiro, estava à porta do dojo, com um olhar atento e um sorriso sutil que revelava sua sabedoria. Seus olhos, de um castanho escuro quase negro, brilhavam com a intensidade de uma vida inteira dedicada ao treinamento e à meditação. Ele usava um kimono cinza-escuro e um haori preto, com tecidos leves mas resistentes, e um símbolo familiar bordado no peito. Acompanhava-o um cajado de madeira escura, polido e entalhado, representando sua dignidade e a longa tradição da família.