33. Finalmente

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P.O.V. CARINA DELUCA-BISHOP

A casa estava silenciosa de uma maneira quase surreal. Depois de tanto tempo, éramos apenas eu e Maya, sozinhas. 

Liam estava animado para dormir na casa de Andy e Jack, e Nina ficaria sob os cuidados de Ben e Miranda, que foram mais do que prestativos em nos proporcionar uma noite tranquila. Mesmo sabendo que nossos filhos estavam em boas mãos, minha esposa parecia um pouco aflita com a ideia de ficar longe deles por algumas horas.

Eu, por outro lado, estava determinada a fazer desta noite algo especial. Nosso casamento, nossos filhos e nossas vidas corridas muitas vezes deixavam o tempo para nós duas em segundo plano. 

Então, me vesti com um conjunto novo, um pouco provocador, e preparei um jantar à luz de velas na sala, criando um ambiente acolhedor e intimista. Era uma forma de lembrar a nós mesmas do que nos unia, do que tínhamos antes de tudo isso.

Quando Maya finalmente chegou, ouvi a porta se abrir e fechei os olhos por um momento, sentindo uma onda de antecipação. Estava ali, diante da mesa, aguardando, quando seus passos hesitantes entraram na sala, seguidos de um suspiro abafado.

— Carina... Uau! — sua voz soou suave, quase em um sussurro.

Abri os olhos e a vi parada na porta, os olhos grandes e admirados correndo pelo ambiente e, finalmente, pousando em mim. Ela parecia ao mesmo tempo surpresa e encantada, e um sorriso lentamente tomou seus lábios.

— Bem-vinda ao nosso refúgio por uma noite — brinquei, me aproximando dela, e estendendo a mão — Consegue aproveitar um jantar só para nós duas, ou está pensando em como estão nossos bebês a cada cinco segundos?

Maya soltou uma risada curta, olhando para nossas mãos unidas antes de me puxar para um abraço apertado. Aquele toque era tão confortável e familiar, mas também carregado de uma tensão que estava ali, latente, já há um bom tempo.

— Eu sei que eles estão bem. Só vai demorar um pouco para me acostumar — murmurou contra meu pescoço, os braços ainda ao meu redor — Mas acho que posso sobreviver uma noite sem os dois, se você estiver por perto.

— Só uma noite, então? — perguntei com uma sobrancelha arqueada, fingindo decepção — Eu tinha alguns planos mais longos em mente.

Ela riu e me puxou pela cintura, um sorriso travesso se formando.

— Depende. Quais são esses seus planos?

— Primeiro, uma noite de paz. Depois... — deslizei meus dedos pelo seu braço até segurar sua mão, guiando-a para a mesa decorada — Eu queria nos lembrar de que não somos apenas mães... Ainda somos Carina e Maya.

Ela olhou ao redor, seus olhos azuis brilhando com a luz das velas que piscavam suavemente na mesa. Ela entrelaçou os dedos nos meus e me puxou, fazendo-me sentar ao seu lado.

— Obrigada por isso, amor — ela disse com a voz suave — É tão fácil esquecer o que tínhamos... Antes de tudo.

— Então vamos nos lembrar, juntas — segurei seu rosto entre as mãos e, sem dizer mais nada, fechei a distância entre nós em um beijo profundo, carregado com o peso de meses de desencontros e sentimentos acumulados.

Quando nossos lábios finalmente se separaram, ambas respirávamos pesadamente, mas em silêncio, como se aquele momento fosse sagrado. Ela abriu um sorriso leve e me olhou com um carinho que só nós duas compartilhávamos.

— Vamos jantar, bella?

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Depois do jantar, o ambiente parecia ganhar uma nova leveza, uma sensação de intimidade que nos rodeava, como se o mundo lá fora tivesse desaparecido. Ainda com nossas taças de vinho nas mãos, deixamos a mesa para trás e seguimos para o corredor. 

Maya sorriu para mim, aquele sorriso que sempre pareceu um convite, e foi o suficiente para eu sentir uma faísca dentro de mim. Antes que ela pudesse reagir, tirei sua taça da mão e a coloquei de lado em um móvel próximo. Com um movimento rápido, a pressionei contra a parede do corredor, olhando em seus olhos e vendo a surpresa e o desejo neles.

— Carina... — ela começou a falar, mas suas palavras se perderam quando capturei seus lábios em um beijo profundo.

A mão dela escorregou por minhas costas, e senti seus dedos entrelaçando-se na minha pele, enquanto eu explorava o caminho da sua cintura até seu quadril, tocando cada pedaço dela como se fosse a primeira vez. Sentia sua respiração ofegante e sua entrega naquele momento, e me vi completamente tomada pelo calor do nosso contato.

Ela se afastou apenas o suficiente para me olhar, uma expressão divertida, misturada com um brilho de desejo.

— Está tentando me embebedar ou apenas me deixar louca?

— Talvez um pouco dos dois — respondi com um sorriso provocante.

Sem dizer mais nada, peguei sua mão e a guiei pelo corredor. Mas estávamos tão envolvidas que acabei tropeçando no móvel da entrada, fazendo um pequeno barulho. 

Nós rimos juntas, abafando o som, mas continuamos, meio que esbarrando em tudo pelo caminho até finalmente chegarmos ao quarto. Fechei a porta atrás de nós e a puxei para perto, sentindo seu corpo se moldar ao meu. Nossos olhares se cruzaram novamente, e a intensidade era quase esmagadora.

Empurrei Maya para a cama, sorrindo ao ver sua expressão de surpresa e expectativa. O quarto estava com a iluminação baixa, e o ambiente parecia ter se transformado em algo ainda mais íntimo, como se fosse apenas para nós duas.

Ela caiu suavemente sobre os lençóis, e eu me aproximei, subindo sobre ela com delicadeza, sem tirar os olhos dos dela. Havia um entendimento silencioso entre nós, algo que não precisava de palavras. Eu desci lentamente, deixando beijos leves por sua clavícula, ouvindo sua respiração se aprofundar à medida que meus lábios deslizavam pela sua pele, marcando cada pedaço que sentira falta.

— Carina... — minha esposa suspirou, seu tom carregado de emoção e um toque de urgência.

Continuei meu caminho pelo seu corpo, explorando-a com carinho e desejo. Podia sentir a tensão de meses sem estarmos assim, sem esse contato que era tão nosso. 

Não havíamos tido essa intimidade desde pouco antes de Nina nascer, e cada toque parecia uma redescoberta, cada beijo era um lembrete do quanto sentia falta dela desse jeito, da forma como seu corpo respondia ao meu, e de como ela me fazia sentir em casa em seus braços.

— Eu senti tanto a sua falta, Maya — murmurei contra sua pele, deixando um rastro de beijos que iam descendo lentamente.

Ela riu suavemente, suas mãos deslizando pelas minhas costas, respondendo com um toque carinhoso, quase reverente.

— Eu também, meu amor. Mais do que você imagina — disse ela, suas palavras carregadas de sentimento.

Eu a observei por um momento, apenas admirando-a, vendo o brilho em seus olhos e o sorriso suave em seus lábios.

One Shots Marina (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora