Capítulo: 05/03

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Segunda-feira de manhã

— E o que você acha que aconteceria se dissesse suas suspeitas à polícia?
— Eu pergunto.

— Nada. Nada mesmo— responde a frágil idosa. Ela tem que ter pelo menos noventa anos. Seus cabelos brancos estão em ondas perfeitas, e seu vestido é um tom bonito de violeta. — Eles são inúteis.

Eu rabisco obedientemente a resposta dela no meu bloco de notas. Hoje estou em campo, seguindo minha própria pista. Ultimamente, tem havido uma série de pichações satânicas na frente das casas, na casa dessa mulher em particular foi realizada três vezes. Farta pela falta de apoio do departamento de polícia, ela entrou em contato com a Miles Media, e eu fui a sortuda que atendeu ao telefone.

— Então... diga-me quando tudo isso começou? — Pergunto.

— Em novembro. — Ela faz uma pausa enquanto tenta se lembrar.
— 16 de novembro foi a primeira vez. Um mural enorme do próprio diabo.

— Certo. — Levanto os olhos das minhas anotações. — Como isso se parecia?

— Maligno. — Ela tem um olhar distante nos olhos. — Puro mal, tão realista, com enormes presas e sangue pingando por toda parte.

— Deve ter sido assustador para você.

— E foi. Essa foi a noite em que uma joalheria foi roubada na esquina, então eu me lembro bem.

— Oh. — Eu franzo a testa.

Ela não mencionou isso antes.

— Você acha que está relacionado?

Ela olha para mim sem entender.

— O grafite e o roubo, quero dizer,
— eu esclareço.

— Não sei. — Ela faz uma pausa por um momento e depois contorce o rosto como se sentisse dor. — Nunca pensei nisso antes, mas agora tudo faz sentido. A polícia está nessa conspiração. — Ela começa a andar.
— Sim, sim, é isso. — Ela bate a mão no topo da cabeça enquanto caminha para frente e para trás.

Hmm. Tem algo estranho aqui. Essa mulher tem uma mente sã?

— O que você fez quando encontrou o grafite em sua casa?

— Liguei para a polícia e eles me disseram que não tinham tempo para vir aqui apenas por um grafite, mas era para eu tirar uma foto e enviar por e-mail para eles.

— E você fez isso?

— Sim.

— O que aconteceu então?

— Meu filho lavou minha casa com ácido e a removeu, mas três noites depois aconteceu novamente. Mas desta vez era uma imagem de alguém sendo assassinado. Uma mulher havia sido esfaqueada. O grafite era tão complexo que parecia uma pintura.

— Oh. — Eu continuo fazendo anotações. — O que você fez desta vez?

— Fui até a delegacia e exigi que alguém viesse ver a minha casa. Meu vizinho também teve sua casa vandalizada.

— OK. — Eu escrevo a história dela.
— Qual é o nome do seu vizinho?

— Robert Day Daniels.

Olho pelas minhas anotações, surpresa pelo nome dele.

— O nome dele é Robert Day Daniels?

— Ou será Daniel Day Roberts? — Sua voz diminui enquanto ela pensa.
— Hmm.

Eu a encaro enquanto espero que ela decida qual é.

— Eu esqueci o nome dele. — Ela esfrega as mãos nos cabelos como se estivesse prestes a entrar em pânico.

Amor Extranjero (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora