Uma vida mais doce

Capitulo 11

Na cozinha do colégio Bridget estava concentrada nos preparativos para sua nova invenção culinária. Seus olhos voltaram a brilhar ao imaginar a reação de suas amigas quando provassem sua criação.

Enquanto mexia uma mistura de massa, Bridget mal podia conter a empolgação. Sabia que suas amigas chegariam em breve, e a ideia de compartilhar isso com elas a fazia sorrir.

Então, ela ouviu passos pesados atravessando a porta. Virando-se, com um brilho no olhar esperançoso - Achei que iam chegar só mais tarde - a alegria em sua voz rapidamente se dissipou quando, ao se deparar com as silhuetas, percebeu que não eram suas amigas.

Ali, com aquele mesmo olhar de desprezo, estava Uliana, seguida de seu grupo de amigos.

- Desculpe te desapontar, princesa - Uliana declarou, seus olhos reluzindo com uma malícia que fazia o estômago de Bridget se contorcer. O peso da situação a paralisou, ela sabia que não tinha escapatória.

Os amigos de Uliana a cercaram, e a cozinha, que antes transbordava calor, agora parecia um vazio gelado.

Bridget se encostou na bancada, a mistura de massa se tornando um objeto sem importância diante do que agora se encontrava à sua frente.

Uliana caminhou em direção a ela - Sabe, fiquei sabendo de algumas coisas bem interessantes - Uliana disse, sua voz doce como veneno, fazendo Hook e Malevola que estavam mais afastados sentirem a onda de culpa.- Parece que não é só aqui que você é uma aberração - ela continuou, seu olhar como uma lâmina afiada. - O quão tosca você tem que ser para ser uma aberração em um país cheio delas? - questiona se referindo ao país das maravilhas - Deve ser por isso que seus pais tinham vergonha de te mostrar - A risada de Uliana ecoou entre as paredes da cozinha como um eco de humilhação .

As palavras da garota penetravam na mente de Bridget, rasgando seu espírito.

Com dedos firmes, ela segurou os braços de Bridget, a força dela causando dor, como um lembrete doloroso de sua posição, de sua impotência. Bridget mal conseguia respirar, a pressão em seu peito se intensificando enquanto o olhar hostil de Uliana cravava-se nela

Bridget sentiu as lágrimas se acumularem em seus olhos, quentes e pesadas, ameaçando transbordar a qualquer momento - Por favor... para... - sussurrou, sua voz mal conseguindo escapar entre os lábios trêmulos. O pedido era quase um lamento, uma súplica desesperada que parecia ecoar em um grande vazio.

Uliana, percebendo a fragilidade de Bridget, riu de forma cruel e sarcástica. - Ela está implorando - pronunciou, sua voz impregnada de uma falsa tristeza, como se estivesse se divertindo com a cena. Os amigos de Uliana se uniram à risada

Se inclinando, aproximou-se do ouvido da garota - Se você não tivesse nascido, Red não teria que carregar a dor que sua existência causou na vida dela - sussurrou, sua voz sibilante e carregada de desprezo. Bridget se encolheu, um frio arrepiante percorrendo por sua espinha enquanto o peso das palavras esmagaram seu coração.

Antes de deixar a cozinha, Uliana fez um último movimento cruel. Com um golpe rápido, empurrou Bridget que caiu no chão, o impacto fazendo a mistura de massa espirrar ao seu redor como suas esperanças despedaçadas. A dor física quase não importava diante da dor emocional que a envolvia.

Os sentimentos de humilhação e tristeza se misturando em um turbilhão dentro dela. Ao olhar para o chão de azulejos, o mundo ao seu redor desapareceu, e a cozinha que deveria ter sido um símbolo de alegria se transformou em um espaço sombrio.

Com lágrimas escorrendo pelo rosto, ela se sentiu mais só do que nunca, cercada em um silêncio ensurdecedor, enquanto os risos e as vozes dos visitantes se afastavam, deixando apenas um eco doloroso em seu coração com sua mente pensando que ela tinha razão.