A caminhada até o dormitório foi envolta em silêncios tensos. Red não parava de olhar para Bridget, que se esforçava para não demonstrar o quanto estava sofrendo. A estrutura de seu corpo contra os braços fortes de Hook era um lembrete constante do que havia acontecido. Como se o mundo estivesse desmoronando ao seu redor, sua mente lutava para reverter os momentos de angústia e impotência que experimentara.
Quando finalmente chegaram ao dormitório, Hook empurrou a porta devagar, a madeira rangendo levemente, como se também estivesse sentindo a gravidade da situação. A luz suave do sol entrava pela janela, mas nenhuma luminosidade parecia penetrar nas sombras que envolviam os quatro.
Red apressou-se para abrir espaço, enquanto Malevola mantinha a guarda, suas feições tensas, como se estivesse pronta para qualquer novo ataque.
Hook levou Bridget com cuidado até a sua cama e a depositou suavemente sobre os lençóis. Ela ofegou ao sentir a superfície macia sob suas costas. Sua cabeça estava cheia de zumbidos, mas ela tentou focar.
Red se agachou ao lado da cama, seus olhos analisando os ferimentos de Bridget com uma ferocidade protetora. Suas mãos tocando as de Bridget, numa tentativa de comunicar todo o apoio que poderia oferecer.
— O que você sente? — perguntou Red, com a voz trêmula.
Bridget fechou os olhos por um breve momento, respirando fundo, tentando organizar os pensamentos. — Dor... Especialmente aqui — ela tocou o lado que foi atingido com o tentáculo, um sinal visível de um golpe traumatizante.
Suas palavras eram um eco de fragilidade que cortou o coração de Red.
Hook se aproximou, examinando minuciosamente os machucados que ela mostrava. Havia cortes e roxos pelo corpo e rosto da menina, marcas que deixavam uma impressão não apenas física, mas profunda emocionalmente nos três que a observava.
- Precisamos de água e bandagens — Hook disse enquanto se levantava.
- No banheiro - Red orienta e ele se move rapidamente para garantir que tudo o que necessitasse estivesse ao seu alcance.
— Além disso, acho que ainda tenho algumas ervas. Isso ajudará a aliviar a dor dela - Malevola comentou verificando os enormes bolsos de seu sobretudo.
— Nós vamos cuidar de você agora — Hook disse voltando e sentando ao lado da garota. O olhar em seus olhos era de determinação, mas o leve tremor denunciava sua preocupação.
Com ajuda de Red, a blusa de Bridget é levantada suavemente apenas o suficiente para verificar o dano.
Hook pegou um pano limpo e o mergulhou em água morna, em seguida, começou a limpar gentilmente as feridas.
— Eu tenho um pouco de experiência em cuidar de ferimentos — Hook disse, tentando tranquilizar Bridget enquanto a tocava com leveza. — Meu pai sempre... - Ele pensa - me ensinou a me cuidar desde pequeno. — Omitiu hesitando por um momento, evitando entrar em mais detalhes sobre sua história e a dor que essas memórias traziam — Verdade seja dita, a gente aprende a fazer isso com mais frequência do que gostaria, certo? — sua tentativa de fazer humor ecoou na sala, embora não houvesse risos.
Bridget forçou um sorriso, mais pela tentativa de não os preocupar do que qualquer outra coisa. Seus olhos se fechavam mais um pouco a cada toque suave do pano sobre sua pele.
Hook continuou o trabalho, delicadamente removendo a sujeira ao redor do maior dos ferimentos. Enquanto isso, Red assistia, seu coração pesado, sentindo sua impotência crescer. Tentava focar em cada movimento de Hook, em como seus gestos eram marcados por cuidado e preocupação genuína.
Malevola se aproximou da cama — Aqui, Bridget — disse, enquanto estendia um copo de água com ervas calmantes misturadas - Beba, vai se sentir melhor - a presença dela transmitia uma força silenciosa.
Bridget pegou o copo com as mãos tremulas, bebendo devagar conciliando com sua respiração.
Quando o copo foi finalmente esvaziado, Red respirou aliviada. Mas então, um leve toque na porta chamou a atenção daquele grupo já tão marcado pela tensão.
Antes que alguém pudesse responder, Chloe e Ella entraram. O clima de momentos anteriores desapareceu instantaneamente quando os olhos delas se fixaram no cenário a sua frente. Tudo indicava que se tratava de uma situação alarmante.
— O que aconteceu aqui? — Chloe gritou, avançando com determinação, seu olhar incendiado de preocupação. Ela brandia uma expressão de raiva momentânea ao ver Hook e Malevola próximos de Bridget, como se os acusasse surpreendentemente.
— Chloe, não! — Red se levantou rapidamente, a voz cheia de urgência. — Espera... eles não fizeram nada! Estão ajudando!
- Olha, desculpa por tudo que já fizemos vocês passarem, mas realmente só estamos tentando ajudar - Hook falou sua mão agora levantada quase como uma rendição.
A tensão em Chloe se dissipou momentaneamente, confundida entre a raiva e a preocupação pela amiga machucada. Ella se colocou ao lado de Chloe, seus olhos arregalados enquanto ela avaliava a situação.
— O que aconteceu? — Ella perguntou, sua voz suave, mas carregada de temor.
Hook se afastou um pouco, permitindo o espaço para que as outras meninas se aproximassem. Ele olhou para Bridget, que estava pálida e ofegante - Ela foi atacada por Uliana e sua gangue. Agora estamos apenas tentando cuidar dela.
Chloe pareceu hesitar por um instante, então sua expressão suavizou ao ver a fragilidade de Bridget. — Oh, não... Bridget... — ela sussurrou enquanto se aproximava da cama. — O que você precisa?
Bridget, com um sorriso cansado, olhou para as amigas. — Eu... estou bem. — a voz dela era um sussurro, mas ainda assim carregava uma brava determinação.
Chloe hesitou, um conflito interno se desenrolando em seu olhar. Ela finalmente se agachou ao nível da cama, seu olhar fixo na amiga. — Não precisa ficar forte agora, Bridget. Nós estamos aqui, e nós vamos cuidar de você — disse ela, a preocupação agora predominando o tom de sua voz.
Hook observou tudo com intensidade. Ele se lembrou de como seu próprio passado moldava quem ele era, e agora, ao ver as meninas unidas por esse laço de amizade, sentiu um calor revigorante.
Malevola, durante isso, começou a organizar o que havia encontrado e, com um olhar sério, começou a aplicar alguns remédios de ervas que já haviam sido preparados para casos de feridas.
Enquanto cuidavam dos machucados de Bridget, a atmosfera começou a se preencher com um sentido de união, apesar do terror que havia ocorrido. A conexão formulada pela dor começava a criar uma luz apesar das trevas.
Espero que tenham gostado!
De tarde posto mais um.
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Uma vida mais doce
Hayran KurguBridget, uma jovem doce e alegre com cabelos rosas, sempre sonhou em se aproximar de sua irmã Red, que, com seus cabelos vermelhos e atitude fria, mantém uma barreira emocional entre elas. Red culpa Bridget pela falta de afeto de sua mãe, o que a fa...