Capitulo 26

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A enfermaria do colégio era um espaço cinza e frio, tingido por uma luz fluorescente que pulsava como um coração fraco. O som do monitor cardíaco era uma batida constante e angustiante, preenchendo o ar com um ritmo que lembrava a fragilidade da vida.

Red estava inconsciente, seu corpo pálido e frágil cercado por fios e aparelhos que pareciam se conectar com a essência dela, como se cada um deles estivesse buscando manter a chama da vida acesa.

Ella estava em pé ao lado, seus olhos fixos na amiga. Apesar de não conhecer Red há muito tempo, ela sabia que aquela garota tinha uma força que iluminava até os dias mais sombrios. Pensamentos confusos se embrenhavam em sua mente, enquanto memórias de momentos compartilhados dançavam à sua volta. Cada risada, cada vitória e até mesmo os pequenos desentendimentos que agora pareciam tão distantes. Red havia sido uma aurea nas vidas delas, e agora ela estava ali, vulnerável. Ela sabia que Red iria superar isso. A certeza ressoou em seu coração como um mantra. Ela podia sentir no fundo de seu ser que essa luta não havia terminado.

Do outro lado da cama, Malevola observava com um olhar distante, o coração pesado com culpa. Ela se lembrou das primeiras conversas com Red, uma sensação confusa que tinha ao conhecer alguém tão forte e, ao mesmo tempo, tão fácil de se conectar, mesmo com as sombras de desconfiança. Uma verdadeira alma gêmea, apesar das divergências de suas histórias, duas almas que batalhavam em lados diferentes, mas que, de alguma forma, se tornaram aliadas.

Hook, apoiado contra a parede, sentiu seu coração apertar à medida que relembrava a confiança que Red tinha depositado neles, mesmo após a traição que havia prevalecido. Ele pensou nas noites em que partilhava risadas com ela, nas conversas que fluíam tão naturalmente. Era como se cada palavra trocada reforçasse um elo que ainda existia, mesmo que agonizasse sob os escombros da dor que causaram. "Ela ainda nos perdoou" Como isso foi possível? A coragem que ela tinha, a capacidade de perdoar e unir pessoas era algo admirável e, ao mesmo tempo, perturbador.

Chloe, em um canto, a mente fervilhando em lembranças confusas e doces, olhou para Red como se buscasse respostas. Ao recordar suas interações, a memória daquelas trocas de farpas surgem. No início, ela e Red apenas se provocando em meio a uma amizade, a rivalidade que parecia formidável. Mas, uma série de eventos a levara a um momento que mudaria tudo. O cabelo vermelho, que antes simbolizava um aviso do perigo, agora representava algo mais, o amor que brotava de maneira imprevista e transformadora. Aquele beijo, desconexo e cheio de significado, havia se tornado um dos últimos momentos de clareza em meio ao caos. "Eu não posso te perder, Red". O pensamento a golpeou como uma onda, e uma sensação de desespero se apoderou dela.

Bridget sentada ao lado da cama, segurava a mão pálida de Red com toda a força que conseguia, como se um toque pudesse trazê-la de volta. Dentro daquela enfermaria, o ar sem vida e silencioso contrastava com as memórias vibrantes que dançavam em sua mente. Ela se lembrou de quantas vezes tentou se aproximar de Red no passado. Era como se houvesse uma barreira invisível entre elas, uma parede construída com silêncios e olhares afastados.
Red sempre foi tão distante, tão fechada em seu próprio mundo. E no entanto, mesmo com a dor da rejeição, algo sempre empurrou Bridget a continuar tentando, como uma linha que as unia, mesmo quando Red parecia ignorá-la

Mas agora, enquanto o coração dela batia forte e descompassado ao lado de Red, Bridget compreendia que, mesmo nas maiores dificuldades, a conexão que surgira entre elas era única e preciosa. A relação construída durante aqueles momentos difíceis era mais forte do que qualquer barreira que tivesse existido antes. Red não era apenas sua irmã, ela era sua âncora, a única que conseguia ancorá-la em um mundo que muitas vezes parecia imprevisível e caótico.

Bridget olhou para o rosto sereno da irmã, desejando que a força de seu amor pudesse percorrer suas veias e trazê-la de volta. - Você precisa voltar - sussurrou, sentindo as lágrimas escorrem pelo rosto. - Você é tudo para mim. Eu não posso perder você - Naquela fração de segundo, as barreiras que uma vez as separaram pareciam insignificantes diante da profundidade do que realmente significavam uma para a outra.

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