sixty six

953 83 51
                                    

ANA FLÁVIA CASTELA

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ANA FLÁVIA CASTELA

-- Benício Castela! - grito quando eu vejo a situação dele.

Choramingo e coloco as mãos na cabeça, pensando o que fazer com essa criança.

-- Olha mamãe, o José aprendeu a pedir bença.

José vem na minha direção e apoia as patinhas cheias de lama nas minhas pernas.

Olho pro José e depois pra criança cheia de lama, que me olha sorrindo sapeca.

-- Benício o que... - desisto de falar ao ver a terra vermelha a alguns metros de nós.

-- Estavam brincando perto da pista? - coloco as mãos na cintura.

-- Eu sei que você disse pra não ir lá, mas o José começou a correr e eu fui atrás dele e quando eu vi, eu tinha caído na lama e o José veio junto - fica de cabeça baixa e mexe as mãozinhas nervoso -- Desculpa mamãe...

Respiro fundo e me agacho um pouquinho.

-- Filho... tá tudo bem, hum? Só não deixa o José solto perto de lá. Ali é perigoso e as vezes as pessoas estão treinando ali com os cavalos, promete que não vai chegar perto de lá sem a mamãe ou o papai, ou qualquer outro adulto?

-- Prometo mamãe - sorri e eu bagunço seus cabelos.

-- Já pro chuveiro rapaz - me levanto e ele saí correndo na minha frente.

Coloco as mãos nas costas e fecho os olhos ao sentir uma pontada forte na barriga, me apoio na árvore e respiro fundo.

-- Mamãe tudo bem? - nem percebo quando vejo que Benício voltou e está do meu lado.

-- Tudo amorzinho, só uma dorzinha chata na barriga - tento o tranquilizar e sorrio, mas ele continua me olhando desconfiado.

Um pouco disso é culpa do Gustavo, ele disse pra Benício que era pra ficar de olho me mim quando ele não estivesse por perto e agora ele parece um mini segurança na minha cola.

Pego em sua mãozinha e voltamos juntos pra casa.

Estávamos na fazenda, não via a hora de chegar aqui e curtir a natureza e a tranquilidade que eu tanto senti falta.

-- Vai procurar seu pai pra te ele te dar um banho - me sento no sofá e apoio as mãos na barriga. Ele assente e logo saí correndo.

Quando acaba a fase em que a criança param de correr por tudo e por todos os lugares?

Não adianta mais eu falar.

Me apoio no encosto do sofá, estico minhas pernas, sentindo dor nos meus pés e sinto um sono.

Não posso encostar em nada que já quero dormir.

Nesse final da gravidez eu só quero saber de dormir, dormir e dormir.

Deixa eu pousar em você (miotela)Onde histórias criam vida. Descubra agora