Capítulo 2

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- Alô? Quem está falando? - uma voz suave diz.

Respiro fundo, pronto pra explicar o que aconteceu.

- Oi, meu nome é Han Jisung. Encontrei esse celular na cafeteria e guardei para devolver ao dono - digo nervoso, não gosto de falar no telefone, principalmente com estranhos.

- Eu sou o dono do celular, usei o telefone de um amigo para ligar. Você poderia me encontrar para devolver o celular? Ainda está na faculdade?

- Estou sim, podemos nos encontrar na cafeteria - sugiro.

- Pode ser, te vejo em 10 minutos - ele diz.

Antes que eu possa responder, ele encerra a chamada. Continuo encarando o celular até começar a escutar a voz de Seung me enchendo de perguntas:

- Você pode me explicar tudo isso? Quando aconteceu? - Ele diz com olhar confuso.

- Não tem muito o que explicar, aconteceu exatamente o que você ouviu. Eu estava na cafeteria, encontrei esse celular no caixa e guardei para devolver ao dono - explico sem entrar em detalhes.

- Mas por que você guardou se poderia deixar com o atendente caso o dono voltasse para pegar? - pergunta desconfiado.

É claro que eu guardei o celular porque tem uma pequena possibilidade de ser do garoto que eu vi hoje de manhã, confesso. Mas eu não quero demonstrar tanto interesse, Seungmin ficaria animado e imaginaria muitas coisas.

Então apenas digo:

- Não sei, eu estava com pressa, fiz a primeira coisa que passou pela cabeça.

Isso também não era mentira.

Ele dá de ombros e volta a comer. Não deve ter acreditado em nada.

Termino meu almoço e me despeço de Seungmin, caminhando até a cafeteria para me encontrar com estranho bonito.

O que será que ele cursava? Tinha cara de fotógrafo.

Perdidao nos meus pensamentos, chego no local marcado e percebo que não sabia como encontraria o dono do celular. Eu não sei se é mesmo garoto que eu vi, pode ser outra pessoa.

E como era mesmo o nome dele? Eu não me lembro e acho que nem perguntei.

Não acredito que eu consigo ser tão burro!

Fico parado em frente a cafeteria feito uma idiota até que escuto alguém me chamar:

- Han Jisung? - diz um garoto se aproximando e, para minha sorte, era o mesmo que eu tinha visto hoje de manhã.

Era ainda mais bonito de perto.

- Sou eu, e você deve ser o dono do celular, não é? - digo sorrindo timidamente tentando soar simpático.

- Sim, eu fiquei desesperado quando não o encontrei.

Ele era muito alto, tinha cabelos catanhos e lindos olhos escuros. Sem contar o sorriso que encantaria qualquer um. E eu também tinha notado um sotaque que não consegui identificar de onde era.

- Posso imaginar seu desespero, se eu perdesse meu celular provavelmente surtaria - digo e ele sorri.

- Obrigado por ter guardado - agradece e eu sorrio tímido ao perceber seus olhos analisando cada parte do meu rosto.

- Eu vi ele ali largado no balcão da cafeteria quando fui pagar a conta e imaginei que fosse seu já que tinha acabado de sair - explico.

Ele parece pensar em algo e, então, sua boca forma um sorriso malicioso e seus olhos se apertam, com se fosse insinuar algo.

- Parece que prestou muita atenção em mim - diz e eu sinto todo o sangue do meu corpo ir para as minhas bochechas.

Como ele se atreve a insinuar isso sem nem me conhecer direito?

Eu sei que ele estava - completamente - certo. De fato, eu estava prestando mais atenção nele do que eu deveria, mas também não dava o direito dele jogar isso na minha cara.

Que arrogante.

Não sabia se estava com vergonha ou irritado.

- Não se ache, eu observo todo mundo - digo dando de ombros tentando disfarçar meu constrangimento por ter sido flagrado.

- Tem certeza? - ele se aproxima mais e eu dou um passo para trás, mantendo certa distância. - Pelo o que eu vi, você faz mais o tipo distraído.

- Parece que prestou muita atenção em mim - repito sua fala e ele desvia seus olhos de mim, sorrindo de lado de um jeito adorável.

Que droga de homem bonito.

- Me pegou - diz ele e eu arqueio a sobrancelha. - Pelo menos eu admito.

Reviro os olhos e pego o celular dele na minha bolsa com pressa.

Precisava sair dali logo. A presença daquele garoto estava me fazendo sentir muitas coisas. E eu ainda não sabia se eram boas ou ruins.

- Tento fazer uma boa ação e guardo o celular que um estranho esqueceu na cafeteria para devolver e ainda temho que ouvir essas insinuações. Boa, Han Jisung, hoje é seu dia de sorte - digo mais para mim que para ele.

O garoto me encara e ri do meu pequeno monólogo, pegando seu celular de volta em seguida.

- Obrigado, de novo - ele diz guardando o aparelho no bolso. - À propósito, meu nome é Minho.

Ele estende a mão e eu encaro, decidindo o que fazer.

- Seja educado e aperte a minha mão, Hanji - ele usa meu apelido e eu franzo a testa.

Aperto sua mão.

- Hanii, sério? Acabou de me conhecer e acha pode usar meu apelido? - implico e ele sorri.

- Algo me diz que vamos nos encontrar mais vezes - fala como se soubesse de algo que eu não sei.

The Proposal | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora