Capítulo 15

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"Minha entrevista de emprego é hoje."

Recebo essa mensagem de Minho e fico aflito. Minha vida depende dele conseguir esse emprego ou eu vou aparecer sozinho naquele casamento. Acho que não posso lidar com isso.

- Para de roer essa unha, Ji. Não vai sobrar nada para pintar para o casamento. - Seung diz
irritado. Ele odiava quando eu roía a unha.

- Desculpa. Estou nervoso, Minho me mandou mensagem dizendo que a entrevista é hoje.

- Fica tranquilo. Eu vi no currículo que ele tem
ótimas notas. Não tem como não ser contratado. Além do mais, ele é simpático. Meu chefe vai gostar dele. - Ele diz e eu arqueio as sobrancelhas.

- Simpático? Tem certeza que estamos falando da mesma pessoa? - Questiono.

- Ele só implica com você, Ji. - Ele ri.

Reviro os olhos. Minho realmente só é irritante comigo. Ele é muito educado e simpático com qualquer outra pessoa.

- Tanto faz. Só espero que ele consiga. Não vou achar outro acompanhante até quinta feira.

- Então você vai ficar fora por quatro dias, Ji? - Chan se pronuncia quando termina seu almoço.

- Sim, só volto no domingo a noite. - Respondo. - Espero que vocês sobrevivam sem mim.

- Eu vou ficar bem se o Chan cozinhar todos os dias. - Ele diz piscando para ele.

- Você também só pensa nisso, Seung. - Eu digo.

- É o mais importante, não é? - Ele diz.

...

Estou vendo um progama qualquer na televisão quando o meu celular toca.

Alô?

Oi Esquilinho! - Escuto a voz e reconheço na hora. Felix era a única que me chamava de Esquilinho.

Ah, oi Lix. - Respondo um pouco desapontado. Esperava que fosse alguma notícia de Min.

Que ânimo. - Ele ri.

Desculpa, achei que era outra pessoa ligando. Mas me diz, como você está? Ansioso com o casamento?

Surtando. Nem acredito que vou me casar essa semana. - Ele diz animado.

Como estão os preparativos? Queria poder estar aí com vocês. - Eu digo um pouco triste.

Sinto sua falta aqui. É difícil aturar a mamãe sozinho. Ela só tem a mim para dar broncas.

Não seja por isso. Ela me dá broncas por telefone, sabia? - Respondo rindo.

Não acredito! - Ele ri. - Bom, eu tenho que desligar. Vou me encontrar com o Hyunjin.

Tudo bem, até quinta Lixxie.

Tchau, Esquilinho. - Ele diz e eu desligo.

Felix costumava vir me visitar com mais frequência aqui em Seul. Mas com os preparativos para o casamento, ele não vinha há um bom tempo. Mesmo assim, eu participei da organização. Fui algumas vezes para a minha cidade natal, ajudei a escolher o terno de noivo, decoração e até mesmo o sabor do bolo. Quando eu não podia estar lá, nós discutiamos por telefone detalhes da festa. Então mesmo sem estar presente, era como se eu estivesse junto com ele.

É tão estranho pensar que meu irmão iria se casar. Eu me lembro da festa de quinze anos
dele e agora ele está prestes a subir no altar. Ele cresceu tanto que me assusta.

Eu nunca me casaria antes de terminar a faculdade, ter um emprego e uma vida financeira estável. E claro, um namorado. Casar está, totalmente, fora de cogitação.

Escuto batidas na porta. Será que o Chan ou Seung esqueceram a chave? Provavelmente a
Seung, ele já perdeu a chave duas vezes só esse ano.

Caminho até a porta e, para minha surpresa, era Min quem estava ali.

- Advinha quem tem um estágio? - Ele sorri.

- Você conseguiu! -Eu digo e na empolgação do momento o abraço. Ele fica um pouco surpreso e eu me afasto, percebendo que isso estava
estranho.

- Agora eu sou, oficialmente, seu acompanhante para o casamento. - Ele diz e entra. Eu fecho a porta e me sento no sofá.

- Que bom que tocou no assunto. Tenho algumas coisas para explicar sobre o casamento. - Eu digo.

- Tudo bem, pode começar.

- Bom, o pai do Hyunjin, noivo do meu irmão, tem uma casa no Litoral de Busan. Nós vamos ir para lá quinta feira e ficaremos até domingo.

- E quando é o casamento? - Ele pergunta.

- No sábado.

- Tudo bem. Não estava nos meus planos passar quatro dias fora mas posso dar um jeito, afinal, eu te devo essa.

- Me deve mesmo, então nem pense em desistir. - Eu ameaço brincando.

- Não se preocupe, eu não vou te poupar da minha companhia. - Ele ri e eu reviro os olhos.

- Aham, claro. Enfim, você tem um terno, não tem? - Pergunto.

- Tenho sim. Mais alguma coisa? - Ele questiona.

- Na verdade, eu estava pensando. Eu iria de
ônibus até Busan, mas já que você vai comigo e tem um carro...

- Eu te levo de carro. É até melhor para levar os ternos. Assim eles não ficam amassados na mala. - Ele diz.

- Tem razão. Você está sendo mais útil do que eu pensava. - Eu rio.

- Obrigado pela consideração.

Nos rimos e a porta se abre. Seung surge cheia de sacolas e começa a falar:

- Você não vai acreditar. Discuti com uma mulher na fila do caixa porque a maluca est... - Ele para de falar assim que se vira e vê Minho. - Ah, oi Minho. - Ele me olha sorrindo.

- Oi Seung, tudo bem? - Ele diz.

- Você disse que discutiu com uma mulher? Eu já não te falei para não brigar com gente estranha no mercado? - Levanto e vou na direção dele para ajudar com as sacolas.

- A culpa não foi minha. Ela estava atrapalhando a fila enquanto falava no telefone. Eu fui reclamar e ela brigou comigo, acredita? Eu não me aguentei, xinguei mesmo. Ela ficou toda ofendida e eu disse que a minha tia era advogada.

Minho e eu caímos na gargalhada.

- Você sempre usa o argumento da tia advogada. - Eu digo.

- E sempre funciona. Enfim, o que o Minho tá fazendo aqui? - Ele pergunta.

- Ele veio me contar que conseguiu o emprego.

- Que bom. Eu não disse que você não precisava se preocupar? Agora ele tem um estágio e você um par para o casamento. Todos ficam felizes.

- Então, eu já vou indo. Venho te buscar na quinta, ok? - Ele pergunta para mim.

- Ok.

Eu caminho com ele até a porta e nos despedimos.

- Vocês formariam um casal tão bonitinho. - Seung suspira.

- Shh, não fala nada. - Eu digo.


The Proposal | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora