Capítulo 39

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Estou de volta ao apartamento. Cheguei hoje de manhã e resolvi não ir para a faculdade. Estou cansado da viagem e ainda não me sinto muito bem para voltar a rotina.

É estranho, eu não me sinto mal, mas algo mudou em mim. Acho que ainda preciso de um tempo para processar, talvez conversar com alguém.

Mandei uma mensagem para Seung avisando
que eu tinha chegado, mas ela deve estar na aula agora. Então, vou ficar sozinho o dia todo.

Escuto meu celular tocando e reviro as almofadas para procurá-lo.

- Alô? - Digo finalmente.

- Ji! Que bom que atendeu, como você está? - A voz de preocupação do Minho invade os meus ouvidos.

- Oi, Minho. Eu estou bem e você? - Respondo
com calma.

- Bem também. Você já voltou? Não te vi hoje na faculdade.

- Cheguei de manhã. Resolvi não sair, estava
cansado. - Respondo.

- Tem algo que eu possa fazer por você? Se
quiser conversar eu estou disponível. - Ele diz
e eu suspiro. Eu queria ver ele, queria ele aqui
agora para me animar e me dar ótimos conselhos. Queria sua companhia e queria ver seu sorriso.

- Que tal amanhã? No café? - Pergunto. Se é uma boa idéia eu não sei, mas eu preciso disso. Preciso dele.

- Tudo bem, mas você consegue ficar sem me ver até amanhã? - Ele diz em um tom de deboche.

- Vou me esforçar. - Respondo rindo. - Até amanhã.

- Até. Fica bem, Hanji. - Ele diz e desliga.

Desligo o celular com um sorriso no rosto. Eu sou um idiota iludido.

- Hum, esse sorrisinho aí é por que, ou melhor, por quem? - Seungmin diz abrindo a porta e me tirando dos meus pensamentos, que deveriam estar bem longe mesmo pois nem notei ela chegando.

- Seungmin! O que você está fazendo aqui, não tinha
que estar na aula? - Pergunto indo abraçar ele.
Senti muita falta de ter ela por perto.

- Eu vi sua mensagem e vim direto para cá,
precisava saber como você estava. - Ele diz.

- Eu estou bem. - Afirmo.

- Estou vendo, quando eu cheguei te peguei
olhando para o nada com uma carinha de boba. Vai, me conta. - Ele se senta no sofá e me encara esperando que eu comece a falar.

- Se eu disser tudo que aconteceu nesses dias você não acredita. - Eu digo e ele arqueia a
sobrancelha.

- Então pode começar, me deixou curiosa.

- Na sexta feira, antes de chegar aqui e você me dar a notícia... - Eu digo me lembrando da cena. - Eu estava passando em frente a cafeteria que sempre me encontro com o Minho.

- E...? - Ele pede para que eu continue.

- Eu pensei que seria o momento perfeito para
conversar com ele e finalmente...

- Se declarar? - Ele completa.

- Sim, me declarar. Mas então eu vi que ele estava acompanhado pela Yeji.

- Só me faltava essa. - Ele bufa. - E então, o que
aconteceu depois? Me diga que você entrou
mesmo assim e pegou seu homem. - Eu rio.

- Claro que não. Eu ia me virar para ir embora mas eles também se levantaram para sair, então eu fiquei lá parada por alguma razão.

- Mas você entrou ou não? - Seungmin diz sem
paciência.

- Então, para ser bem direto, eles se beijaram. -
Digo e sua boca forma um "O" gigante.

- Não! Como assim se beijaram? Os dois beijaram, ele beijou ela ou ela beijou ele? - Ele diz e eu fico confuso.

- Faz diferença? - Questiono.

- Toda! - Diz como se fosse óbvio. - Talvez ele não quisesse o beijo.

- Espera, a história não acaba aí. - Eu digo.

- Por que? Você entrou lá e fez barraco? - Ele
pergunta e eu nego.

- Saí correndo. - Ele ri.

- Previsível. - Diz.

- Mas antes que eu saísse, ele me viu parado
observando eles do lado de fora. - Digo e o seu
olhar culpado invade a minha mente. Ainda não tinha conseguido tirar aquela cena da cabeça.

- Não acredito! E depois, vocês se falaram? Ele te ligou? - Ele pergunta eufórico.

- É aí que a história começa. - Eu digo fazendo
suspense e ele revira os olhos.

- Fala logo, meu filho. Vou morrer de curiosidade. - Ele me apressa.

- Então, durante o enterro, eu me afastei do
pessoal. Precisava de um pouco de ar, não
aguentava ficar ali vendo meu pai ser enterrado. - Eu digo e ele acaricia meu braço com um olhar
compreensivo.

- Imagino que deve ser sido difícil, queria poder ter estado lá. - Ele diz.

- Tudo bem. - Eu sorrio. - Em fim, quando eu estava vagando pelo cemitério encontrei o Minho.

- O que? Ele foi até lá? - Ele diz e eu afirmo. - Não acredito, ele veio aqui para te procurar e eu contei o que aconteceu, mas não achei que ele iria até lá.

- Realmente foi uma surpresa.

- Ai, Ji, se isso não é prova de amor, eu não sei o que é. - Ela diz e eu rio.

- Ok, foi muito legal da parte dele, admito. - Eu
digo. - Mas isso não significa nada.

- Tá bom, mas vocês conversaram sobre? - Ele
pergunta.

- Sim. Eu disse para ele que tudo bem se ele
ficasse com a Yeji, que eu não ficaria chatead...

- Oi? Como assim? - Ela pergunta sem acreditar. - Por que disse isso?

- Eu não posso ser egoísta e dizer que eu gosto
dele agora, Seung. Demorei muito tempo para
falar e agora ele não está mais interessado. Não quero fazê-lo se sentir mal.

- Mas ele gosta de você, Ji. - Ela diz impaciente.

- Então me explica por que ele estava beijando
a Yeji? - Eu digo e ele se cala. - De qualquer forma, combinamos que seríamos amigos.

- Meu deus, que anta. - Min bate na própria
testa. - Você é muito tapado, Han Jisung. Mas muito
mesmo. - Ele dá ênfase na palavra.

- Me entende, prefiro ser só amigo dele do que não tê-lo por perto. - Suspiro. - Esses dias em que eu fiquei sem falar com o Minho foram péssimos, eu senti que faltava algo para estar completo. - Desabafo.

- Você está tão apaixonado. - Ele diz e dessa vez eu não tento negar pois sei que é verdade.

- Eu sei.

The Proposal | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora