Capítulo 21

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pov' seungmin

O único motivo de eu não ter ido para o casamento do Felix foi porque eu tinha que estar no estágio na sexta-feira. Se não, eu poderia estar agora lá curtindo a praia e relaxando. No entanto, ontem eu tive um ataque de bronquite e Chan surtou. Coitado, ele não está acostumado. Isso acontece com certa frequência e já não me assusta mais. Só que ele age como se eu estivesse morrendo, até queria me levar para o hospital. Credo.

Enfim, acabei ligando na clínica e avisei que não iria hoje. Chan praticamente me obrigou a ficar em casa até que eu melhorasse. Ele é tipo outra versão do Han, sinto como se ele estivesse incorporado nele.

- O que ele disse? - Pergunto para ele assim que desliga o telefone. Han tinha me ligado mas não quis falar comigo. Acho que é porque eu não estou falando nada com nada, mas a culpa é dos remédios que o Chan me deu. Eu não contestei muito, afinal, o futuro médico aqui é ele, deve saber o que está fazendo. Eu espero.

- Só queria se certificar de que você ficaria bem.- Ele diz e se senta no lado da minha cama. Além de tudo, tenho que ficar deitado o dia todo. Estou na cama desde ontem.

Chan me encara, deve estar analisando se eu melhorei. Sinto alguns calafrios e trago a coberta mais para cima.

- Está com frio? - Afirmo. - Preciso ver se está com febre. - Ele aproxima sua mão para tocar o meu rosto e eu estremeço. O toque gelado me causa arrepios.

- Eu vou ficar bem, você já me encheu de remédios.

- Acho que não. Melhor irmos para o hospital. - Ele afirma e eu balanço a cabeça repetidas
vezes, negando. Esse gesto me faz parecer uma criancinha teimosa mas eu não me importo. Odeio hospitais. - Por favor, Seung. Não quero que você piore. - Ele suspira e eu fico apenas o encarando. Chan é tão bonito que fica difícil me concentrar no que ele está falando. Eu apenas vejo sua boca mexer enquanto ele solta as suas preocupações.

- Ei, essa camisa ficou linda em você. Verde é definitivamente a sua cor, combina com os seus olhos. - Eu solto e ele fica vermelho. Não sei porquê disse isso, mesmo que seja verdade,
eu não falaria em meu estado normal. São os remédios, com certeza.

- Obrigado. - Ele ri sem graça. - Mas não mude de assunto, você precisa ir para o hospital.

- Relaxa. O pior que pode acontecer é eu morrer. - Digo rindo exageradamente. Não sei mais o que eu estou falando. Estou descontrolado.

- Não diz isso. - Ele me encara sério mas depois sorri.

- Eu sei que você sentiria minha falta.

- Eu sentiria sim. - Ele diz e eu fico calado. Não sei o que falar. Sinto que sempre que abro a boca falo o que não deveria. Melhor ficar quieto. - Bom, pelo menos durma um pouco. Eu sei que está com sono por causa dos remédios.

- Tudo bem, você está certo. - Confesso e fecho os olhos. - Boa noite, Chan.

- São 11 horas da manhā, Seung. - Diz rindo.

- Tanto faz.

...

Acordo tossindo, com dificuldade para respirar. Não sei que horas são e Chan não está por perto.

- Chan!- Tento gritar mas minha voz não sai tão alta quanto eu gostaria devido a falta de ar.
Continuo tossindo. - Chan! - Chamo de novo.

Depois de alguns segundos ele aparece na porta, que por sorte estava aberta, facilitando para que ele me escutasse.

- O que aconteceu? O que você está sentindo? - Pergunta enquanto mede a minha febre.

- Não consigo.. respirar. - Respondo com a voz
falhada.

- Onde está a sua bombinha? - Ele diz olhando em volta e eu balanço a cabeça indicando que eu não sabia.

- Temos que ir para o hospital, Seung. - Ele afirma e eu não nego. Não tenho forças para contestar dessa vez. Ele me segura e me ajuda a levantar. Pega a chave do carro e me arrasta até o elevador.

No carro, encosto a cabeça na janela enquanto
tento controlar a minha respiração. Inspiro e expiro diversas vezes.

- Já estamos chegando. - Chan diz e me encara com preocupação. Eu sorrio fraco para o tranquilizar.

Me apoio nele para sair do carro e caminhar até o hospital. Vamos na recepção e ele fala com a secretária enquanto eu me sento para esperar. Mesmo dormindo durante todo esse tempo, me sinto muito cansado.

- Vão te atender em alguns minutos. - Ele diz e se senta do meu lado. Deito minha cabeça em seu ombro e fecho os olhos, não consigo mais os manter abertos. Depois de um tempo, ele me chama para avisar que vou ser atendido e me leva até um médico.

Com ajuda de Bang Chan, que explicou toda a situação para o médico, fui medicado e agora estou tomando soro. O doutor disse que logo posso ir embora.

O clima nesse lugar é tão negativo, não sei como o Jisung fica animado em estar aqui todos os dias. Só consigo ver gente infeliz, médicos rabugentos e tristeza. Hospitais exalam desespero.

- Que horas são? - Pergunto para Chan. Ele que não saiu do meu lado desde que cheguei.

- Duas horas. - Ele responde.

- Quero ir para casa logo. Preciso de uma banho, devo estar horrível. - Reclamo.

- Você nunca está horrível. - Ele diz e eu sorrio envergonhado. Eu não costumo ficar sem graça,
na verdade, sou eu quem deixa as pessoas com vergonha.

- Pijamas, Chan. Estou de pijamas. - Digo para quebrar o clima e ele ri. - Agradeço o seu apoio mas sei que a minha aparência não está das
melhores. Enfim, você não vai para a faculdade
hoje? - Pergunto.

- Claro que não, vou ficar aqui até você melhorar. - Ele afirma. Posso ver que está cansado pelas suas olheiras. Sei que não descansou muito desde ontem, mas pelo menos conseguiu colocar seus conhecimentos médicos em prática.

- Desculpa. Estou te dando muito trabalho, não estou? - Eu digo.

- Só um pouquinho. - Ele brinca e se aproxima. - Mas fico feliz em te ajudar.

- Obrigada, de verdade. - Sorrio e me estico para tocar a sua mão.

The Proposal | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora