Capítulo 31

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As palavras de Minho continuavam embaralhando a minha mente enquanto eu ouvia o Chan tagarelar sobre seu encontro com o Seung. Eu sei que deveria estar ajudando ele, ou pelo menos o escutando, mas minha cabeça está longe agora.

- Então eu pensei se deveria levar ele no cinema, mas aí nāo poderíamos conversar muito, o que talvez não sería tão ruim porque eu vou ficar nervoso e falar um monte de besteiras, você me conhec..

- Chan, respira. - Eu digo e ele me encara. - Leva
ele para jantar, não tem erro.

-Tem certeza? E sobre o que nós vamos
conversar? - Ele pergunta.

- Sobre o que normalmente vocês conversam.
Digo e ele revira os olhos. - Você não precisa se
preocupar tanto, o Seung já gosta de você. - Ele
sorri e volta a atenção no trânsito.

Estávamos indo embora da faculdade, o Seung
não voltava com a gente porque tinha o estágio.

- E quando é o encontro? - Pergunto. Teria que
planejar uma noite solitária no apartamento,
provavelmente assistindo uma comédia romântica e me lamentando.

- Amanhã.

- Hum. - Respondo.

- Ji... - Ele diz de modo hesitante.

- O que foi?

- E você e o Minho? - O encaro confuso. Eu não quero ser intrometido mas sem querer ouvi a sua conversa com o Seung ontem...

- Sem querer? - Falo sem acreditar.

- Não tenho culpa se as paredes são finas e vocês não sabem falar baixo. - Ele diz dando ombros e eu rio.

- Tudo bem. Bom, não tem "eu e Minho". - Digo e ele me encara.

- Por favor, é tão óbvio que vocês se gostam. Por que não toma logo uma atitude?

- E o que você quer que eu faça? Apenas cheguee me declare?

- Por que não? Funcionou para mim. - Ele diz e eu balanço a cabeça negativamente.

- Você e o Seung são diferentes.- Digo saindo do
carro quando ele estaciona.

- Claro que não. Imagine que eu sou você e o Seung é o Minho. - Ele diz e eu arqueio a sobrancelha. - Qual é, não dá para negar que eles se parecem.

- É, um pouco.- Eu digo entrando no elevador.

- Enfim, eu sei que nāo sou tão bom conselheiro como o Seung, ou até mesmo o Minho, mas eu realmente acho que vocês dois estão perdendo tempo. - Ele diz.

- É complicado, Chan. - Eu suspiro e me encosto na parede do elevador.

- Você é complicado. - Ele diz e eu sorrio.

- Eu sei. Mas obrigada mesmo assim, você é um ótimo amigo. - Ele sorri.

O elevador se abre e nós entramos no
apartameto. Vou direto tomar um banho porque estou exausto. Os meus dias na faculdade tem sido cada vez mais cansativos.

De banho tomado, me jogo na cama e fico
contemplando o nada apenas para passar o
tempo.

- Hanji! Hanji! Hanji! - Seung entra agitado no meu quarto, se apoia na batente da porta e respira fundo, como se tivesse corrido muito.

- O que aconteceu? - Pergunto.

- Eu estava entrando no prédio e ouvi aquela
senhora que mora no andar de cima conversando com o porteiro...

- E? - Digo para que ele continue a história.

- Bom, ela estava dizendo que a sobrinha dela
trabalha na mesma empresa que o Changbin e que semana passada ele foi acusado de assédio e demitiram ele.

- Mentira! - Digo chocado.

- Eu achei é pouco, macho escroto tem que se dar mal. - Ele diz. 

- Eu espero que ele aprenda a respeitar as
mulheres um dia. - Digo.

- Eu ainda nem contei a melhor parte.

- O que? - Pergunto curiosa.

- A senhora disse que ele comentou que voltaria para a cidade dele, agora que está sem emprego. - Ela diz animado.

- Não acredito! Finalmente eu vou ficar bem longe desse traste. - Digo levantando aos mãos para cima.

- Essa cidade vai ser muito melhor sem ele. - Ele diz.

- Com certeza. - Concordo.

- Mudando de assunto, você falou com o Chan? - Ele pergunta.

- Falei. Ele vai te levar para jantar. - Digo.

- Que ótimo! Eu estava com medo que ele
inventasse um programa maluco.

- Que tipo de programa maluco? - Pergunto rindo.

- Sei lá, parque de diversões, patinação no gelo...

- Eu acho patinação no gelo legal. - Digo. Eu
realmente achava incrível, parece muito com um cenário de encontro nos romances.

- Mas você nem sabe patinar. - Ela diz.

- Eu poderia aprender. - Dou ombros. Eu não acho que poderia mesmo aprender, não tenho cordenação motora para isso. Mas não custa
nada sonhar.

- Sei. - Ele diz. - E como foi com o Minho? - Ele pergunta. Parece que todos estão querendo saber disso.

- Eu pedi desculpas, ele aceitou, estamos bem. - Digo.

- Só isso? Nada de "eu te amo, Minho" ou "me
apaixonei de verdade por você". - Ele fala de forma dramática.

- Ele sairía correndo se eu dissesse qualquer uma dessas frases. - Digo rindo.

- Ele correría para os seus braços. - Ele diz e eu
reviro os olhos.

- Tá bom, já chega desse assunto. Você quer ajuda para escolher a roupa de amanhã? - Digo mudando de assunto.

- Claro que quero. Seria bom se você me
maquiasse também. - Ele diz.

- Isso não vai dar. Amanhã eu tenho monitória,
lembra?- Digo.

- Mas o que eu vou fazer sem você? Eu não tenho nenhuma habilidade com maquiagem. - Ele diz.

- Vê um tutorial no YouTube.

- Olha, se eu sair parecendo uma palhaça, a culpa vai ser sua. - Ele diz e eu rio.

- Vai dar tudo certo.

The Proposal | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora