Capítulo 24

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— Terno do Hanji  —

A casa estava uma bagunça

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A casa estava uma bagunça. Eu olhava pela janela e via pessoas correndo de um lado para o outro organizando a decoração na praia. No quarto onde eu, e provavelmente todos os outros homens dessa casa estavamos, várias pessoas falavam ao mesmo tempo, meu irmão surtava, meu tio reclamava do terno e minha mãe alternava entre falar ao telefone e espiar pela janela, como eu estava fazendo. A verdade é que todos estavam muito nervosos mas, pelo menos, a chuva havia passado.

Minha maquiagem era mais simples, só para esconder olheiras e marcas na pele. Não quis fazer nada muito elaborado, afinal, o casamento era na praia.

- Han? - Minha mãe me chama. Desvio os olhos da janela para olha-la e vejo uma ruginha de
preocupação em sua testa.

- O que? - Pergunto e ela se aproxima.

- Você pode descer para dar uma olhada nas coisas para mim? Não posso sair daqui ainda. - Ela pede baixinho.

- Tudo bem. - Assinto.

Desco as escadas e vejo algumas pessoas na sala. Hyunjin está conversando com o pai e ainda nem começou a se arrumar. Eu mereço. Se Felix o visse agora daria uma bela bronca.

- Hyunjin, pelo amor que você tem a sua vida, por que ainda não está se arrumando? - Pergunto me aproximando.

- Faltam duas horas, relaxa. - Ele diz sorrindo calmamente.

- Relaxa? Felix está no quarto surtando há horas enquanto se arruma e você parece que nem tomou banho. - Digo impaciente.

- Tudo bem, vou me arrumar. Mas não tem muito que eu possa fazer. - Ele tem razão, só precisa tomar banho, vestir o terno e arrumar o cabelo. Mas poxa, ele devia dar mais importância, é o seu casamento.

- Depois que terminar desça e me ajude a receber os convidados. - Eu digo e ele balança a cabeça, confirmando.

Continuo meu caminho até a praia, estava tudo
organizado na beira do mar. Ando pelo tapete e paro no altar, onde tinha um enorme arranjo
de flores rosas e brancas. As cadeiras estavam
espalhadas pelo lado direto e esquerdo deixando um espaço no meio, cercado por flores e velas, que seriam acendidas só a noite. Estava muito lindo, exatamente como Lix queria. Fico ali parado admirando até me lembrar que preciso voltar para dentro, eu ainda tinha que colocar meu terno já que estava de roupão. Claro que eu não sairia por aí exibindo meu terno antes da hora.

Volto para o quarto e aviso minha mãe que está tudo certo. Vejo sua expressão relaxar.
Não comento que encontrei com o Hyunjin desarrumado na sala, ela não precisava saber.
Aliás, depois tenho que me lembrar de conferir se ele está se arrumando direitinho.

Tiro o roupão e coloco meu terno. Ele fica ainda mais bonito que a primeira vez que o experimentei na loja. Decido mandar um foto para Seung, ele vai querer saber como eu estou. Procuro meu celular mas não o, encontro, provavelmente deixei no outro quarto.

Saio disfarçadamente e vou para o meu quarto. Quando entro, me deparo com uma cena engraçada. Minho, muito concentrado, tentando fazer o nó da gravata em frente ao espelho. Ele não me vê, está de costas.

- Precisa de ajuda? - Pergunto e ele dá um pulo, assustado com a minha aparição repentina.

- Há quando tempo está aí? - Diz confuso enquanto me analisa de cima a baixo.
 
- O bastante para notar que você não sabe fazer um nó na gravata. - Debocho e ele revira os olhos.

- Eu sei sim. Só estou com... dificuldades. - Ele diz e eu rio.

- Admita. Eu vi você tentando e falhando miseravelmente. Olhe a minha, simples e bem amarrada. - Ele me encara sério mas não
consegue conter um sorriso.

- Tudo bem, você venceu. Eu não sei mesmo. Pode me ajudar?- Ele pede.

- É claro. - Me aproximo e começo a fazer o nó. Eu costumava fazer isso todo dia para ir a igreja perto de casa.

- A propósito, você está lindo. - Ele diz enquanto ajeito a gola da sua camisa e eu ergo meu olhar para o encarar. Queria agradecer mas nenhuma palavra sai da minha boca. Eu travei olhando para ele. Estavamos muito próximos e ele se aproximava ainda mais. Eu sabia o que iria acontecer e eu acho que queria.

- Ei Han, você pode me ajudar com iss... - Hyunjin aparece na porta e com o susto me afasto de Minho rapidamente. - Opa, acho que atrapalhei o momento.

Momento? Eu ia mesmo beijar ele? Estou confuso.

- É a gravata também? - Mudo de assunto.

- Sim. - Ele suspira. - Estou há cinco minutos tentando fazer esse nó. - Ele aponta para a gravata toda amarrodata.

- Você não é o único. - Minho se pronuncia. - Também não consegui fazer, foi o Hanji que me ajudou.

- Isso é preocupante. Que tipo de adultos vocês são se nem um nó na gravata sabem fazer? - Eu reclamo enquanto termino de arrumar Hyunjin. - Pronto. - Digo quando termino.

- Obrigado, Han. - Ele diz. - Você pode descer comigo? Acho que os convidados já começaram a chegar.

- Tudo bem, vamos. - Eu olho para Minho. - Você vem? - Pergunto.

- Só vou terminar aqui e já te encontro lá.

- Ok.

Desço com o Hyunjin e encontro algumas pessoas conhecidas. Como nós estudavamos juntos, ele manteve contato com alguns amigos da nossa classe e eles estavam aqui agora.

- Nossa, Hannie, quanto tempo! - Exclama Yeonjun, se aproximando para me cumprimentar. Ele era um dos melhores amigos do Hyunjin durante e ensino médio e, coincidentemente, minha paixãozinha da adolescência.

- Oi, Yeon. - Digo meio pasmo. Era estranho vê-lo depois de tanto tempo. Ele estava mais bonito do que eu me lembrava.

- Você está lindo, como sempre. - Ele me elogia e eu sorrio. Não nos falavamos direito na escola, nem diria que éramos amigos. Ele nunca me deu bola.

- Concordo. - Minhi diz, antes que eu possa agradecer. Ele passa o braço ao redor da minha cintura, me puxando para perto. Isso pode ser uma atitude normal para um casal, mas não para nós.

- E você quem é? - Pegunta Yeonjun analisando Minho.

- Lee Minho, namorado do Jisung. - Ele diz dando
ênfase na palavra.

- Namorado? Que sorte a sua, o Hanji aqui é incrível. - Ele diz e toca no meu ombro.

- É, eu sei. - Minho responde seco e o encara sério.

O clima fica meio tenso e eu não sei o que fazer. Não sei porquê Minho está agindo de forma tão estranha nem porquê Yeonjun de repente pareceu se interessar por mim. Ele teve o ensino médio todo para isso.

- Minho, vem aqui um pouquinho. - Digo e o puxo para longe. - O que foi isso? - Sussuro.

- Por que você está sussurrado? Não tem ninguém por perto. - Ele ri e eu semicerro os olhos.

- Não muda de assunto.

- Só fiz meu papel como namorado. - Ele da
ombros.

- Namorado de mentira. - Lembro.

- Que seja. Eu ouvi ele dando em cima de você,
queria que eu fizesse o que? - Pergunta.

- Não sei, só acho que você foi um pouco grosso com ele. - Eu digo.

- Bom, ele mereceu. - Minho diz e eu rio enquanto nego com a cabeça.

- Você não tem jeito.

 

The Proposal | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora