The Proposal | Minsung

Capítulo 38

Até o momento eu ainda não tive tempo, nem
coragem, de falar com o Minho sobre o que eu vi antes de vir para cá. Eu o encarava enquanto ele conversava com a minha mãe do outro lado da sala.

Depois do enterro nós voltamos para casa e minha mãe chamou ele para vir junto, é claro. Ela não perderia essa chance.

Eles começam a vir na minha direção e eu disfarço os meus olhares curiosos.

- Oi, meu amor. - Minho diz e eu arqueio a sobrancelha. Minha mãe solta um risinho e me
encara esperando que eu diga algo mas eu fico
quieto. Depois eu conto para ele que ela já sabe que não somos um casal.

- Sabe, Hanji, você deveria passar o final de
semana aqui. Precisa de um tempo, filho. - Minha mãe diz com um ar de preocupação.

- É verdade. - Minho afirma com a cabeça.

- Parece uma boa ideia. - Eu digo. Ficar aqui perto da minha família seria o ideal no momento.

- Por isso não fica também Minho?- Minha mãe diz e eu faço minha melhor cara de indignação. O que ela pensa que está fazendo? Depois de eu ter contado tudo, ela ainda continua insistindo.

- Pode ser. - Ele diz mas vê minha expressão de
negação. - Quer dizer... se não estiver tudo bem
para você eu vou embora, Ji. - Ele completa e
eu me sinto mal. Poxa, ele dirigiu de outra cidade até aqui só para me apoiar e eu o despacho assim? Sou mesmo uma pessoa horrível.

- Não, tudo bem. Eu quero que fique. - Eu sorrio
fraco.

- Então está tudo resolvido. - Minha mãe diz. - Vou deixar vocês sozinhos.

Dito isso ela se afasta e caminha até a cozinha. Eu permaneço calado sem olhar para o Minho. Essa situação é tão esbarasosa.

- Sabe - começo - eu contei a verdade para minha mãe. - Digo e ele me encara confuso.

- Que verdade?

- Que não namoramos. - Eu suspiro e me sento no degrau da escada.

- Por que contou? - Ele questiona se sentando do meu lado.

- Ela me perguntou sobre você e eu estava
cansado de mentir. - Respondo e enterro a cabeça nos braços, escondendo meu rosto.

Eu deveria estar horroroso, não lavei o cabelo e só passei uma água no rosto hoje de manhã. Como chorei o dia todo, devo estar com o rosto todo inchado. Era melhor nem me olhar no espelho hoje.

- Eu sei que não é a melhor hora, mas eu queria
conversar com você sobre algo. - Ele diz e eu
levanto a cabeça para olhá-lo. Finalmente tinha
chegado a hora de ter essa conversa.

- Eu também queria resolver esse assunto. - Digo.

- Olha, eu sei o que você viu, mas não era o que
parecia. - Ele diz e eu rio fraco. Eu sei o que vi. Eu vi um beijo. Não tem como explicar isso.

- Quanto à isso não se preocupe, você não me deve nada, Minho. Pode beijar quem quiser. - Digo. Eu sei que não estou sendo sincero, mas estou falando isso para o bem dele. Não quero que ele pense que eu vou ficar chateada se ele ficar com outra pessoa. Seria muito egoísta colocar os meus sentimentos acima dos dele agora, principalmente depois da minha falta de atitude quando ele se declarou. Não é justo.

- Mas eu me declarei para você antes...

- Antes. - Eu o interrompo. - Os seus sentimentos mudaram, eu entendo.

- Você entendeu errado, Hanji. - Ele diz e eu nego com a cabeça.

- É serio, Minho, eu não vou ficar chateado. É
melhor assim, não quero perder sua amizade. -
Digo. Realmente, a última coisa que eu preciso
é ele afastado. Os dias sem conversar com ele,
sem seus conselhos, foram terríveis. Então se é preciso enterrar os meus sentimentos para que ele continue na minha vida, eu vou fazer.

- É isso que você quer? - Ele pergunta visivelmente incomodado.

- É o que eu quero. - Afirmo e espero alguma
reação positiva dele, que permanece calado. Acho que está assimilando tudo.

- Eu também não quero perder a sua amizade.
Você é muito importante para mim, Ji. - Ele
sorri e segura a minha mão.

- Obrigado. - Eu o abraço forte.

É um alívio resolver isso. Mesmo que eu ainda
sinta uma dorzinha no peito. Eu consigo superar.

- Ji... - meu irmão aparece. - Opa, acho que
estou atrapalhando. - Ele diz.

- Não, não, tudo bem. - Eu rio. - O que foi?

- Nada, só queria falar com você.

- Tudo bem, eu acho que vou embora. - Minho diz se levantando.

- Como assim embora? Você não ia ficar até
amanhã? - Pergunto.

- Acho melhor não. Você precisa passar um
tempo com a sua família agora, quando voltar nos falamos, ok?

- Tem certeza? - Digo. Não quero ser mal agradecido depois de tudo que ele fez por mim.

- Absoluta. - Ele sorri.

- Obrigado por ter vindo, Min. Significou muito para mim.

- Pode contar comigo sempre. - Ele diz e beija a
minha testa.

- Até segunda. - Me despeço.

- Até. - Ele fala e se vira.

Observo até que ele entre no carro e desapareça da minha vista.

- Nossa, vocês seriam um casal incrível. - Meu irmão diz.

- É, seríamos. - Eu concordo e sorrio fraco.