Capítulo 26

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Diego

Haviam se passado três dias desde que eu e Nathi ficamos e ainda não tínhamos nos visto, percebi que ela estava fugindo de mim mas uma hora teria que parar. Era eu chegar perto na faculdade que ela fingia que não me via ou dizia que ia fazer tal coisa e saia, nem por mensagem nos falamos.

Até entendia ela ficar estranha assim, porra foi do nada ne? Parecia que ela ainda estava processando que aconteceu, já eu aproveitei o momento com ela e não nego que acordei felizão no outro dia. Tempos que eu estava desejando ela e ela finalmente cedeu, só ficar fugindo assim era paia.

Eu tinha a recém saído pro intervalo com uns colegas e de longe vi aquela figura loira saindo do refeitório sozinha, ela mexia no celular e fui caminhando até ela.

— Vem — cheguei a puxando pelo braço e ela se assustou.

— Que isso Diego? — a puxei até a lateral do refeitório e não estava nem aí se alguém visse a gente assim.

— Vai falar comigo? — falei encostando ela na parede e ela tirou o braço enquanto me olhava — Qual foi de tu tá fugindo de mim, cara?

— Não tô fugindo — ela disse sem jeito e olhava pros lados, segurei seu rosto e fiz ela me olhar.

— Para de pensar tanto em tudo, se preocupa demais sem necessidade cara — tirei a mão do seu rosto — A gente ficou e tá tudo bem, nós dois queríamos e foi bom, porque ficar me evitando do nada?

— Eu não sei, Diego — ela disse passando as mãos no rosto — Eu não sei o que eu tô sentindo, não sei. Eu lutei pra isso não acontecer aí acabou acontecendo e eu me sinto culpada, sei lá... eu não sei porque eu tava te evitando.

— É foda isso, eu entendo tu estar assim pensando na Luana mas cara... — suspirei enquanto ela me olhava — Eu e ela ficamos umas semanas e passou, não é como se a gente tivesse namorado. Se achar melhor conversa com ela então só pra tirar esse peso que tu tá sentindo das costas... mas tu não fez nada de errado Nathi, e não precisa fugir de mim — ela concordou com a cabeça e olhou pro lado enquanto um vento batia em seu rosto.

— Obrigada pelo café segunda, nem te agradeci — depois de uns segundos em silêncio ela me olhou e falou.

— Só um agrado — me afastei e ela se desencostou da parede — Bora?

— Eu já comi, agora tô sem rumo — fomos andando.

— E tuas amigas?

— Luana não veio hoje e Lauren tá na aula — pensei na Mavi e logo lembrei que ela estudava de dia.

— Fica comigo então, nem sei onde tão os caras — fomos indo pro refeitório e lá eu peguei coxinha e refri.

— Ta podendo hein? Gastando todo dia — falou enquanto sentávamos numa mesa, mal sabia ela que eram meus últimos trocos.

— Nem te falei que me chamaram da clínica ne? Tenho que fazer umas paradas e logo começo.

— Sério? Que bom que conseguiu — ela deu um sorriso e percebeu que estava querida demais — Mas tomara Deus que eu não tenha que te ver todo dia de manhã — eu ri.

— Sabe que se ficar me vendo se apaixona ne? — falei e ela riu rolando os olhos.

— Ai que ridículo — me olhava contendo um sorrisinho — Você que vai tá pensando todo dia em mim ali do teu ladinho.

— E como que não pensa né? — olhei pra sua boca depois pros seus olhos e ela empurrou meu rosto.

— Cheguei — Léo disse sentando com a gente — Tão cheio de risinho aí né, tô de olho.

— Oi querido — ela disse e começamos a conversar.

Nathalia

Voltei pra aula depois do intervalo e Diego conseguiu me tranquilizar um pouco, minha cabeça estava a mil. Não era só pela Luana mas ela estava sendo minha preocupação maior, ninguém merece sua melhor amiga pegar o cara que você gosta.

Estava perdida nos pensamentos indo pro meu prédio quando dei de cara com o Renan virando o corredor.

— E aí Nathi, bom te ver — ele sorriu.

— E aí — dei um sorrisinho e passei por ele.

— Boa aula, divindade — foi impossível eu não rir, parei e olhei pra ele de novo.

— Não esqueceu disso ainda? — ele riu pra mim e saiu andando, me sentia uma otaria por continuar achando ele um puta gostoso, me virei e continuei o caminho pra sala.

Passei o resto da aula morrendo de sono e sentindo um cansaço no corpo, quando acabou fui até o refeitório pegar uma água com gás e quando peguei o celular Lauren havia dito que saiu mais cedo, se foi minha carona.

Mandei mensagem pro Léo e Diego e nenhum me respondeu, então fui andando até a saída e segui caminho pra casa. Guardei o celular na bolsa e nisso um carro parou do meu lado, logo reconheci.

— Te levo, bora — o Renan de novo, só podia que estava me seguindo.

— Minhas pernas ainda tão boas pra ir caminhando, mas obrigada — falei e ele riu.

— Eu sei que estão, mas eu faço questão de te levar — falou e eu suspirei — Vou te seguir até em casa pra ver se chegou bem.

— Porra hein — falei irritada mas dei um riso, caminhei até o carro e entrei — Sem gracinha.

— Sem gracinha — falou acelerando e aumentando o volume da música — E aí você rola na cama tentando me encontrar, abraçava o travesseiro pensando em me abraçar — ele cantava enquanto eu mexia no celular.

— Quem canta essa? — perguntei.

— Acho que Henrique e Juliano.

— Então deixa eles cantarem — falei rindo e ele empurrou minha cabeça.

— Que engraçadinha, Nathalia — falou rindo — Tá de boa comigo então?

— Ai esquece um pouco isso, Renan — falei impaciente — Passou já, já sei que você é um bosta e tá tudo normal.

— Caralho... pisa mesmo.

— É o que eu penso de você agora e você sabe porque, queria que eu te achasse incrível?

— Eu sei Nathi, já pedi desculpa e sei que vacilei — ele disse chegando na minha rua — Eu gosto de você, não era minha intenção cagar tudo.

— Tá beleza, passou ja — ele estacionou em frente ao meu prédio. Estava todo de preto e o boné virado pra trás, eu era carne fraca mesmo, não nego — Valeu pela carona.

— Foi nada — fui descer do carro e ele segurou meu braço se aproximando — Nem um beijinho no rosto? — eu dei um riso sem humor, que canalha.

— Beijinho no seu sonho, amor — falei e ele mexeu no meu cabelo colocando a mão por dentro dele até chegar na minha nuca, eu nem tive a decência de me afastar e sair do carro, apenas fiquei parada e ele puxou minha nuca começando a me beijar. Juro que eu relutei por uns 2 segundos mas foi mais forte que eu.

Era pra serOnde histórias criam vida. Descubra agora