Nathalia
Quando entrei no carro senti aquele cheiro forte do perfume que ele usava, ele era muito gato, cara de malandrão mesmo e estava de boné.
— E aí vida — ele sorriu pra mim e eu fiz uma marra, nem sorri muito.
— Vida você vai ver, tô chateada ainda — ele deu partida.
— Foi mal mesmo, Nathi. Poderia ficar o dia todo te pedindo perdão mas isso não adianta de nada, fui cuzão e te passei uma visão ruim de mim.
— Tudo bem ficar irritado mas o que custava me esperar um minuto? Eu só ia ver o meu amigo e você já saiu porta fora, parecia até que tava fugindo de mim.
— Isso jamais, gata — botou a mão na minha coxa — Tava curtindo pra caralho e os putos tinham me dado a palavra que não iam atrapalhar ou fazer gracinha, podia ter te levado ficar comigo, nem sei o que me deu na cabeça. E tenho nojo daquele Diego, ele ainda fica de graça pra cima de você, quem não vê o ciúme que ele tem é cego.
— Que ciúme, Renan — eu ri — A gente mal se conhece.
— Já ficaram? — corei na hora, acho que não precisava disso.
— Faz tempo — ele deu uma risadinha.
— O cara vem querer competir comigo, aí não né — acho que quem tava apaixonado no diego era ele, sem falar do ego gigante do querido.
— Quanto tempo seus pais tem restaurante? — mudei de assunto.
— Abiraram quando eu era criança, sempre movimentado graças a Deus.
Em uns 10 minutos chegamos lá e era bem bonito e organizado, tamanho médio e as paredes com pinturas lindas.
— Nathi — ele me chamou enquanto eu observava lá e olhei pra moça do balcão — Essa é minha prima, Daniela — ela deu um riso nasal e olhou pra mim em seguida.
— E ai, prazer em te conhecer — ela disse sorrindo e era bem bonita.
— Oie, prazer é meu — sorri de volta mas o jeito que ela falava era estranho, um ar meio irônico.
— Será que vai ser a minha nova parente? — ela disse e eu ri.
— Fica na tua ai, metida — ele disse pra ela e me puxou pela mão até uma mesa.
— A tua família toda trabalha aqui? — falei enquanto sentávamos.
— Só minha prima mesmo — deu um riso e me olhou — Prima de um grau distante, mas é prima.
— Hum, entendi — falei pegando o celular e ele tirou da minha mão.
— A divindade já me perdoou? — eu ri e dei um tapa em sua mão.
— Para de me debochar, cara — desviei o olhar por um segundo e voltei a olha-lo, seus olhos me encarando me deixavam tímida — Deixei pra trás, tá? Mas se vacilar comigo de novo nunca mais vai me ver.
— Eita caralho, olha só — falou e peguei meu celular da sua mão — Não vai acontecer de novo, relaxa vida.
Cada vez que ele me chamava de vida eu pensava: não vale um real esse safado. Se ele querer brincar com a minha cara vai ver só.
Estávamos indo nos servir no buffet e vi que ele resmungou algo.
— Que? — olhei pra ele e vi que ele estava olhando para a porta de entrada.
— Só pode ser brincadeira — ele soltou um riso e voltou a olhar a comida. Meu olhar encontrou com o do Diego que entrava junto com o Marcelo e o Leonardo.

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Era pra ser
RomanceEra uma viagem de réveillon normal como as outras, ou pelo menos Nathalia e Diego pensavam que seria até se conectarem um ao outro. Como se não bastasse ser encontro, foi amor.