Capítulo 23

320 25 6
                                        

Nathalia

Saímos do filme e que filme foda, eu amei. Rimos muitos e ainda comi uma pipoquinha doce, delícia. Mavi estava meio na dela hoje mas não sou de ficar enchendo o saco pra saber o que houve, amanhã ela estaria melhor.

— Não aguento mais ser dependente de vocês, preciso de um carro — falei enquanto íamos lá pra fora.

— Eu também, CNH já tenho — Mavi disse.

— Não ligamos de levar nossas amigas do coração — Leo disse.

— Falso — falei.

— Tu sabe que eu não ligo mesmo, feia — me empurrou — Vem com nós Mavi?

— Tô de saia pra ir em moto — riu.

— Veio como amiga? — perguntei e ela desviou o olhar.

— Uber. Vou pedir um, se quiser vir comigo.

— Vou de moto que não gasto 1 real — falei sorrindo enquanto os meninos mexiam no celular.

— Beleza, tá a uns 8 minutos daqui.

— A gente espera contigo — falei passando o braço pelo seu pescoço e ela assentiu.

— Nathi vai com o Diego que eu tenho que passar num lugar — Leo dizia mexendo no celular, parecia que fazia de propósito — É pro lado contrário da tua casa, se não te levava antes.

— E eu quero levar essa aí? — Diego disse e eu ri dando um soquinho no braço do mesmo.

— Idiota, vou com a Mavi então.

— Tô zoando, te levo loira chata — falou me olhando com aquele sorrisinho e eu desviei o olhar pra rua movimentada.

Em uns minutos o Uber chegou e dei um beijo na Mavi, ia me avisar quando chegar. Léo me alcançou o capacete que eu usei para vir e se despediu indo pra sei lá onde, só podia ser mulher.

— Bora, vai pra casa?

— Pra onde eu iria? — ri subindo na moto.

— Vamos ir beber uma cerveja, eu pago — falou colocando o capacete.

— Olha, tá podendo — ele deu partida — Bora então.

Ele parou num bar ali do centro que eu já fui muito, descemos da moto e pegamos uma mesinha.

— Chamei o Marcelo mas o filha da puta nem responde — Diego disse enquanto eu mexia no celular.

— Luana e Lauren nem vão querer sair de casa — falei.

— Tô legal de Luana também — ele disse largando o celular e nisso o garçom chegou, pedimos dois chopp e ele pediu uma batata frita.

— A pipoca não te encheu? Buraco sem fundo.

— Pipoca não mata fome, tô só por uma batata — ele disse me olhando e confesso que imaginei o clima que ficaria, tentei não pensar muito e só vim, mas ficava nervosa sozinha com ele.

— Já arrumou emprego? — perguntei.

— Mandei currículo pra clínica do lado do teu escritório lá, ainda não falaram nada.

— Ali é massa, vai dar certo — falei mexendo no meu anel e sentia ele me olhando.

— Vai sim, fé — ele disse e rapidamente nosso Chopp chegou, era um copo grande e meus olhos brilhavam só de ver.

Fomos conversando assuntos aleatórios e quando terminamos os copos a batata chegou, mas eu não estava com fome, pedimos mais um chopp e já estava me sentindo mais à vontade.

— Segundo copo e já tá alegrinha, como pode? — ele disse rindo e eu virei o restante do chopp.

— E beberia mais um — falei.

— Mas não vai, pleno domingo tu quer cair de bebada — falou apoiando os braços na mesa.

— Para de ser chato, você é um mala — falei dando um tapinha mesa e ele riu.

— Parece uma criança.

— Eu amo chopp, só queria mais um — falei e ele suspirou cruzando os braços.

— Vou pedir uma cervejinha mais fraca e a gente vai embora — falou e eu assenti quieta, ele que estava pagando mesmo.

Diego

Nathalia bebada era engraçada, fazendo birrinha igual criança e querendo tomar todo o chopp do bar, estava uma graça. Ofereci algo para ela comer umas dez vezes e ela não quis, depois passa mal e eu quero ver.

Ela levantou para ir no banheiro pela quinta vez e andava meio cambaleando, pleno domingo e a garota assim, dei uma risadas mas me senti culpado. Levantei e fui até ela que estava indo para o banheiro lá no fundo.

— Espera aí — falei chegando nela e segurando sua cintura por trás, guiando ela devagar até a área dos banheiros, ela entrou e fiquei cuidando a nossa mesa dali.

Uns minutos depois ela saiu com o cabelo meio bagunçado jogado pro lado, até assim a desgraça era bonita. Ela segurou minha mão e fui indo até a mesa com ela, sentamos e ela se encostou na cadeira.

— Ai, to me sentindo mal — falou fazendo uma careta e apoiando a cabeça na mão.

— Eu falei né, tinha que ter comido e bebido socialmente.

— Fica quieto — falou manhosa e eu ri.

— Vou cancelar a cerveja e pagar, fica aí — falei e levantei indo até o caixa pagar, peguei um chocolate ali e voltei até ela — Come isso — ela pegou e comeu um pedaço, me dando de volta e levantando.

— Não quero comer, quero deitar um pouco — puxou meu braço — Me leva pra sua casa.

— Você desse jeito vai cair da moto — falei e ela apertava os olhos.

— Vamos caminhando então — me puxava pelo braço para fora dali.

— Calma aí, olha aqui pra mim — a virei pra mim — Acha que consegue ir de moto? Chegamos rapidinho.

— Acho que sim — falou meio tonta e botei o capacete na mesma, subimos na moto e ela se segurou forte em mim. Fui indo devagar e minha casa não era longe, em alguns minutos chegaríamos. Iria levar ela pra lá até ficar bem, era quase 1h da manhã e a doida ainda acordava cedo para trabalhar, depois eu levava ela pra casa.

Guardei a moto dentro de casa e ajudei ela a entrar, estava um puta calor e agora já estava esfriando.

— Oi gatinha — ela disse vendo minha gata no sofá e se atirou no mesmo, era uma versão da Nathalia engraçada de ver.

— Nathi, vem cá — estendi a mão e ela segurou levantado toda largada — Vai tomar uma água que eu faço alguma coisa pra tu comer, tem que ficar bem pra dormir.

— Não quero comer e nem dormir — ela disse parada a minha frente e se aproximou me observando, franzi a testa tentando entender o que ela estava fazendo e ela puxou meu pescoço colando nossos lábios. Eu afastei ela na hora e fiquei a olhando, os olhos azuis cerrados e a boca com um pequeno sorriso era de foder.

— Tu tá muito bebada mulher, deixa de ser louca.

— Eu não tô louca, e tô só um pouco bebada — fez um sinal de "pouco" com a mão.

— Eu quero muito te beijar mas não assim, vem aqui — a puxei pela mão até a cozinha e fiz ela sentar na cadeira. Servi um copo de água e ela comeu o resto do chocolate enquanto eu fazia um misto quente.

Era pra serOnde histórias criam vida. Descubra agora