Duelo - Flávia Saraiva/You

Filmagem

Jade Barbosa Point Of View
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Eu nunca havia vivenciado um clima tão tenso na minha vida, depois do episódio do dia seguinte. Ao chegar em casa, senti uma inquietação que não conseguia dissipar. Será que eu tinha feito algo que S/n não gostou? Talvez a marquei demais. A ideia de sua mãe ficar brava com ela me deixou ainda mais ansiosa. Eu precisava resolver isso antes que tudo ficasse fora de controle.

Me sentei no sofá, encarando o teto, tentando processar os acontecimentos. Eu precisava me recompor, tomar um banho e sair daquela espiral de pensamentos negativos. Decidi me desligar, nem que fosse só por alguns minutos.

Fui até o banheiro, despindo-me lentamente, mas parei abruptamente quando percebi que não havia nenhum registro da noite anterior marcado na minha pele. Observei cada centímetro possível, procurando por qualquer indício, qualquer marca. Mas não havia nada. Nenhuma evidência dela em mim.

Entrei no box do chuveiro, a água quente batendo nas minhas costas, tentando encontrar uma maneira de falar com S/n sem ser ignorada. O problema é que eu não fazia ideia do que havia feito para merecer esse tratamento! Ela ao menos quer me contar? Que inferno, Jade! Jamais toque em bebida novamente.

Depois de me molhar, entrei no closet e comecei a trocar de roupa. A ressaca ainda persistia, latejando em minha cabeça como um martelo. Joguei-me na cama, tentando vasculhar minha memória pelo que poderia ter acontecido na noite anterior.

Apenas fragmentos desconexos vinham à minha mente, gemidos que soavam distantes, como se eu estivesse alheia à minha própria consciência. Será que colocaram algo na minha bebida? Se fosse vindo da Julia, eu não ficaria surpresa.

Meu celular começou a tocar enquanto eu esticava a mão preguiçosamente para alcançá-lo. O esforço parecia em vão, mas persistente, consegui tocar na tela, atendendo sem nem verificar quem era.

— Alô — murmurei, o tédio pesando na minha voz.

— Jade? Este é o número da Jade, certo? Aqui é a Celine — Sua voz apertou meu coração instantaneamente. A ideia de que algo poderia ter acontecido com S/n passava por minha mente como um relâmpago.

— O-oi! Está tudo bem? — Disse, tentando me ajeitar na cama sem quebrar uma das pernas.

— Bem, aqui está, mas... Está tudo bem com você? Ouvi dizer que você e as meninas fizeram uma festa, mas, Jade, tenho escutado um boato — A calma em sua voz era tão enganosa que era difícil imaginar que era a mãe de S/n do outro lado da linha.

— Boato?! — Meu coração acelerou, oh não! Ela sabia de algo.

— Calma! Tenho tentado confirmar isso desde que ouvi. Então, gostaria de saber... Você gosta da minha filha? — Quando ela repetiu a pergunta, parecia estar ficando louca.

— Claro! Ela é uma amiga e tanto — Respondi, engolindo seco, tentando manter a compostura.

— Já que gosta tanto da minha filha, quero compartilhar algo com você e pedir um favor. Encontre-me no Starbucks perto do ginásio, agora.

**Ponto de Vista de S/n Kriston** 
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Meu corpo estava suado, emaranhado ao de Flávia. Eu havia engolido minhas palavras quando disse que ela não iria me foder mais; era impossível olhar para ela e fingir que não a desejava.

Eu a encarei nos olhos enquanto seus dedos traçavam caminhos dentro de mim, mas algo desviou minha atenção. Um brilho vermelho emanava debaixo da televisão.

— Flávia... espera.

— O que foi? — Ela parou imediatamente, virando-se, apreensiva de que alguém pudesse ter chegado.