CAP 02

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CALLERI

Em plena hora do almoço surgiu uma maluca parada no portão do CT e quase me fez perder meu réu primário.

A gente sai cansado, com fome, doido para chegar em casa e ainda tem que ouvir reclamação de um ser que está errado, pois não é preciso ser muito inteligente para saber que se existe um portão é porque há entrada de carros naquele lugar.

Eu ainda tentei ajudá-la, desci do carro para ver se ela não tinha se machucado, mas a nojentinha não aceitou minha ajuda.

Quando eu percebi que ela só queria discutir, saí, pois como diz o professor Rogério: não devemos perder tempo com bobagens.

Assim que cheguei em casa, vi que tinha uma mensagem dele avisando que eu esqueci uma garrafa no CT. Agradeci e disse a ele que amanhã eu pego.

Abri a geladeira para pegar a marmita e esquentar, estava com muita fome.

Tirei uma e coloquei no microondas, programei o tempo e fui para meu quarto tomar banho.

Eu tomei uma chuveirada no CT, mas gosto de tomar banho novamente quando chego em casa.

Enquanto tomava banho, a lembrança da maluca veio à tona. Eu senti ódio ao lembrar dela, espero que nunca mais a veja na minha vida.

Da próxima vez eu passo por cima, tenho certeza que não vai fazer falta pra ninguém.

Assim que terminei o banho, meu celular começou a tocar, era  o Galoppo.

– Oi, Giuliano. – falo ao atender.

– Jony, hoje vamos para uma festinha à noite, topa ir com a gente? – ele pergunta.

– Onde vai ser? – pergunto e ele me passa as informações

Era em uma boate bem conhecida de São Paulo. Como eu não tinha planos, acabei topando. Vai ser bom sair e me divertir um pouco.

– Eu vou sim, mais tarde a gente se vê. –  digo e a gente encerra a ligação.

Tenho trabalhado demais e aproveitado de menos, é preciso ter equilíbrio.

Desci para a cozinha, tirei meu almoço do microondas, coloquei em um prato.

A tarde foi passando e eu aproveitei para dormir o máximo que pude, pois à noite eu não tenho hora para chegar em casa.

Acordei no início da noite, era mais ou menos dezoito e trinta. Tinha uma mensagem do Galoppo dizendo o horário que eles vão. Eu respondi que estava tudo certo e que chegaria lá no horário marcado.

Me deitei novamente e fiquei mexendo no celular para passar o tempo. Às vezes às redes sociais são um saco, só gente reclamando, falando mal de quem não conhece  por causa de boatos... Mas como eu não tinha outra distração...

[...]

Vesti uma roupa toda preta, peguei a chave do carro e a carteira.

Galoppo me mandou uma mensagem dizendo que tinha uma amiga para me apresentar, mas eu dispensei. Não tava a fim de ninguém no meu pé. Depois elas acham que eu tenho obrigação de mandar mensagem, convidar pra sair, pedir em casamento, quando para mim foi só mais um caso sem importância.

No dia que eu me interessar por alguém de verdade, eu faço isso sem precisar que ninguém me peça.

O trânsito estava terrível, me atrasei um pouco e o jogador já estava me ligando para saber se eu tinha desistido.

– Já estou chegando. Estou aqui na portaria. – digo.

– Estamos te esperando. – ele responde.

A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora