CAP 10

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BEATRIZ

Fui buscar meu pai no trabalho, ele foi de Uber e deixou o carro comigo para caso eu precisasse.

Assim que cheguei na frente do CT, tinha um carro parado, o vidro foi baixado e eu reconheci quem era o motorista: o Calleri.

– Hora de provocar o argentino metido. – digo sozinha.

Comecei a buzinar insistentemente só para irritá-lo. Buzinei até meu pai aparecer.

Tenho certeza que ele ficou extremamente irritado com o barulho, e eu estava me divertindo. Virou lazer irritar aquele narigudo.

– Bia, vamos pedir uma pizza hoje? – meu pai pergunta.

– Sim, eu quero de frango com catupiry.   – falo pra ele.

– Eu quero portuguesa. – ele diz e eu concordo.

Chegamos em casa, enquanto ele tomava banho, eu pedia a pizza no delivery.

Fiquei deitada no sofá rolando no feed do meu Instagram, até receber uma mensagem do meu best friends.

"Vai fazer o que amanhã, girl Ceni?" – dizia a mensagem do César.

"Vou para o Morumbi. Quer ir comigo?" – pergunto já sabendo que a resposta é não.

"Credo. Ver um monte de homem correndo atrás de uma bola. Apesar deles serem bem gostosos, prefiro ficar em casa." – ele responde e eu rio.

"Sabia que você não ia querer ir." – mando.

"Vamos sair hoje?" – ele chama.

"Não sei, hoje não estou muito a fim." – respondo.

"Chata. Se mudar de ideia, me manda mensagem que eu te passo o endereço." – ele responde.

"Tá bom." – mando.

"Vai ser melhor do que ficar aí sem fazer nada." – diz.

"Vou comer pizza com Rogério Ceni. Você sabe quantas pessoas gostariam de estar no meu lugar?!" – respondo.

"Um bom programa, excelente companhia. Devo confessar que me convenceu, massss, se mudar de ideia vou estar te esperando." – leio a mensagem dele e rio.

"Tá bom. Te amo, seu chato." – digo por último pois a pizza tinha acabado de chegar.

Saí para pegar a pizza, coloquei em cima da mesa e coloquei dois pratos, talheres e copos.

– Um técnico limpo e cheiroso. – meu pai diz ao chegar na cozinha.

– Está mesmo, pai. – concordo e ele rir.

– Estou muito cansado, Bia, o treino hoje foi extremamente cansativo. – ele diz ao sentar.

– Imagino, pai. – digo.

– Vou comer e dormir. – ele diz.

– Aqui a pizza do senhor. Quer quantos pedaços? – pergunto.

– Coloca dois, acho que é o que vou conseguir comer. – ele responde.

Meu pai estava realmente cansado, só comeu dois pedaços e subiu para dormir.

Eu comi três pedaços e guardei o restante na geladeira. Lavei os pratos e me joguei no sofá.

Fiquei pensando no convite do César para sair, não era tão tarde e no outro dia eu não teria compromisso mesmo, a não ser o jogo do São Paulo. Mas isso era só mais tarde.

Subi para meu quarto, tomei banho, passei hidratante, um perfume mais suave e me troquei.

[...]

Cheguei na balada, estava lotada e um escuro terrível. Só consegui me locomover usando o tato.

A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora