BEATRIZ
Fui buscar meu pai no trabalho, ele foi de Uber e deixou o carro comigo para caso eu precisasse.
Assim que cheguei na frente do CT, tinha um carro parado, o vidro foi baixado e eu reconheci quem era o motorista: o Calleri.
– Hora de provocar o argentino metido. – digo sozinha.
Comecei a buzinar insistentemente só para irritá-lo. Buzinei até meu pai aparecer.
Tenho certeza que ele ficou extremamente irritado com o barulho, e eu estava me divertindo. Virou lazer irritar aquele narigudo.
– Bia, vamos pedir uma pizza hoje? – meu pai pergunta.
– Sim, eu quero de frango com catupiry. – falo pra ele.
– Eu quero portuguesa. – ele diz e eu concordo.
Chegamos em casa, enquanto ele tomava banho, eu pedia a pizza no delivery.
Fiquei deitada no sofá rolando no feed do meu Instagram, até receber uma mensagem do meu best friends.
"Vai fazer o que amanhã, girl Ceni?" – dizia a mensagem do César.
"Vou para o Morumbi. Quer ir comigo?" – pergunto já sabendo que a resposta é não.
"Credo. Ver um monte de homem correndo atrás de uma bola. Apesar deles serem bem gostosos, prefiro ficar em casa." – ele responde e eu rio.
"Sabia que você não ia querer ir." – mando.
"Vamos sair hoje?" – ele chama.
"Não sei, hoje não estou muito a fim." – respondo.
"Chata. Se mudar de ideia, me manda mensagem que eu te passo o endereço." – ele responde.
"Tá bom." – mando.
"Vai ser melhor do que ficar aí sem fazer nada." – diz.
"Vou comer pizza com Rogério Ceni. Você sabe quantas pessoas gostariam de estar no meu lugar?!" – respondo.
"Um bom programa, excelente companhia. Devo confessar que me convenceu, massss, se mudar de ideia vou estar te esperando." – leio a mensagem dele e rio.
"Tá bom. Te amo, seu chato." – digo por último pois a pizza tinha acabado de chegar.
Saí para pegar a pizza, coloquei em cima da mesa e coloquei dois pratos, talheres e copos.
– Um técnico limpo e cheiroso. – meu pai diz ao chegar na cozinha.
– Está mesmo, pai. – concordo e ele rir.
– Estou muito cansado, Bia, o treino hoje foi extremamente cansativo. – ele diz ao sentar.
– Imagino, pai. – digo.
– Vou comer e dormir. – ele diz.
– Aqui a pizza do senhor. Quer quantos pedaços? – pergunto.
– Coloca dois, acho que é o que vou conseguir comer. – ele responde.
Meu pai estava realmente cansado, só comeu dois pedaços e subiu para dormir.
Eu comi três pedaços e guardei o restante na geladeira. Lavei os pratos e me joguei no sofá.
Fiquei pensando no convite do César para sair, não era tão tarde e no outro dia eu não teria compromisso mesmo, a não ser o jogo do São Paulo. Mas isso era só mais tarde.
Subi para meu quarto, tomei banho, passei hidratante, um perfume mais suave e me troquei.
[...]
Cheguei na balada, estava lotada e um escuro terrível. Só consegui me locomover usando o tato.
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A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri
FanficChegando de surpresa em São Paulo para passar uma temporada com o pai, Beatriz Gouveia não imaginava que uma simples ida ao trabalho dele, ia lhe causar tanta raiva.