CAP 31

676 46 64
                                    

BEATRIZ

Toquei a campainha, César abriu a porta e me olhou de cima a baixo.

- Que roupa é essa, Bia? - ele pergunta.

- Roupa do Calleri. - falo adentrando a casa dele.

- Quero saber tudo sobre esse rolê. - ele diz.

- Vou te contar. - falo.

- Vamos lá para o meu quarto. - ele fala e eu o acompanho.

- Você disse a meu pai que eu estava com você? - pergunto.

- Sim, não se preocupa. - meu amigo responde.

Entramos no quarto dele, tirei a sandália e me joguei na cama abraçando um travesseiro. Ele deitou e ficou de frente para mim.

- Me conta tudo. - ele pede.

- Eu estava na rua, começou a chover, quando fui pegar o celular para pedir um carro de aplicativo, passou um ladrão de bicicleta e levou minha mochila com tudo que estava dentro, inclusive meu celular e meus desenhos. - começo a explicar.

- Todos os desenhos? - ele pergunta preocupado.

- Não, foram dois. Eu fiquei muito mal, sem saber o que fazer. De repente, sentir duas mãos em meus ombros. Quando levantei a cabeça, era o jogador. - eu digo.

- Ele te levou pra casa dele e... - ele diz ansioso pela continuidade.

- Me deu uma roupa limpa, tomei banho, ele fez um lanche para mim e eu acabei dormindo no sofá enquanto esperava ele tomar banho. - falo.

- Ele foi bem atencioso com você. - meu amigo diz.

- Hoje quando acordei, pedi desculpas a ele por todas as implicâncias e ele propôs que a gente se perdoasse. - falo com um riso singelo.

- Vocês se beijaram? - ele pergunta.

- Não, eu só dei um abraço nele. - falo.

- Ah... - fala frustrado.

- Ele vinha me deixar aqui mais cedo, aí pediu para passar em um lugar e eu fiquei esperando no carro. Olha só o que ele me deu. - mostro o celular.

- Pretérita. Ele te deu um celular?! - César fala pegando o aparelho.

- Sim. Eu não queria aceitar, mas ele insistiu bastante. - falo.

- Pretérita com esse homem. Superou todas as minhas expectativas. - ele fala.

- Eu o beijei quando fui agradecer. - falo um pouco envergonhada.

- Até que enfim, achei que não tinha rolado nada. - ele fala levantando as mãos para o céu.

- Mas não foi só isso... - falo.

- Conta tudo, pelo amor de Deus. - ele fala ansioso.

- Eu pedi para voltarmos para a casa dele e, assim que chegamos, comecei a beijá-lo, ele ficou com receio de que eu fizesse a mesma coisa que fiz no banheiro do CT e do restaurante. - começo a contar o momento mais íntimo.

- E aí? Conta logo. - ele fala desesperado pela fofoca.

- Eu disse que queria muito ele, que não ia fazer a mesma coisa e a gente acabou transando. - digo.

- Pretérita estou! - ele diz.

- E como foi? Não economiza nos detalhes. - César fala.

- Foi maravilhoso. Ele foi muito carinhoso, me deu tanto prazer... - falo e começo a me lembrar.

A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora