CAP 28

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BEATRIZ - dias depois

Nada como muito trabalho para fazer a gente parar de pensar besteira, ou pelo menos, pensar menos nelas.

Eu ainda penso no Calleri e me martirizo com a ideia de ter sido equivocada e pensar mal dele.

Se eu tivesse reagido assim no primeiro beijo que ele me deu, seria até compreensível, mas não, eu reagir depois de vários beijos.

Estaria sendo mentirosa se dissesse que ele tentou algo mais, não, ele não tentou. Foi só um beijo na boca e outro no pescoço.

Estou começando a pensar que eu devo um pedido de desculpas a ele, mas meu orgulho não vai deixar eu fazer isso.

Mudando de assunto, César, meu fiel escudeiro, meu amigo de fé, meu irmão de outros pais, meu burro do Shrek, meu Sancho Pança, meu Salsicha, enfim, meu melhor amigo, está me ajudando a organizar o meu espaço.

A reforma foi rápida, e agora estamos na parte de decorar. Preciso arrumar um emprego urgentemente, qualquer coisa, quer dizer, qualquer coisa não.

Certos tipos de trabalho eu não consigo realizar.

Mas enfim, preciso de algo que seja remunerado par poder investir no meu ateliê.

César está tentando me convencer a colocar o nome do ateliê de CENNI, com dois ns, porque segundo ele é forte. Mas eu não quero usar meu sobrenome famoso.

Tenho receio que as pessoas só se interessem porque eu sou filha do meu pai.

Seja como for, eu preciso de um nome, para poder criar um Instagram profissional para divulgar meu trabalho.

Hoje à tarde eu vou comprar tecido para poder fazer alguns vestidos para o dia a dia, quem sabe eu consiga vender e eles me tragam clientes.

Infelizmente, meu best não vai poder ir comigo hoje, porque tem um compromisso no trabalho.

Passei a manhã terminando dois desenhos da coleção do meu pai. Vou levar os desenhos para poder ver o tecido certinho. Com esses, já tenho 5 desenhos prontos.

Depois, resolvi tirar todas as coisas da minha mochila, tinha muita coisa para por no lixo.

Peguei uma carteira menor, coloquei meus documentos e o cartão do plano de saúde. Queria reduzir o peso ao máximo, então tirei o que não ia precisar e guardei.

Na mochila agora só tem a pasta com os desenhos, uma nécessaire com maquiagem e remédio, uma carteira pequena com documentos e cartão do plano de saúde e a caixinha do meu óculos.

Parece muito, mas não é, se compararmos com o tanto de coisa que tinha antes.

[...]

Almocei em casa mesmo, e só depois me arrumei para ir comprar os tecidos.

Vesti uma calça pantalona, uma cropped e calcei uma anabela. Peguei minha mochila, meu celular e pedi um carro de aplicativo.

Alguns minutos depois o carro chegou e eu entrei. O motorista não puxou assunto, e eu dei graças a Deus, não queria socializar.

A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora