CAP 47

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CALLERI

Cheguei em São Paulo, tomei banho e me deitei para tentar dormir e descansar da viagem.

Mas, como eu já esperava, não consegui dormir muito.

Levantei e olhei a hora no celular, eram  7h da manhã. Muito cedo. Tentei voltar a dormir, mexi para um lado e para o outro, deixei o quarto bem frio, coloquei um travesseiro na cabeça, e nada adiantou.

Se hoje eu estou assim, imagina amanhã que é o dia do pedido?! Vou ter que tomar chá de camomila o dia todo para controlar a ansiedade.

Como não tinha mais jeito, levantei, tomei um banho gelado e desci para fazer algo para comer.

Gastei o tempo que pude fazendo dois ovos mexidos, torradas e café. Se brincar, estava até conversando com os ovos que não conseguiram virar pinto.

O que a ansiedade não fizer com uma pessoa apaixonada, não faz com mais ninguém.

No café da manhã eu levei uma hora, depois fui limpar tudo e estava fazendo as coisas a passos de tartaruga.

[...]

Finalmente deu 10 horas da manhã. Tomei outro banho e me arrumei para ir ao shopping. Mandei mensagem para o César e ele confirmou que estará lá.

Me aliviou um pouco e também me fez pensar que, se ele está me ajudando, é porque sabe que a amiga vai me aceitar.

Saí de casa faltando vinte minutos para o horário combinado. Dirigi mais tranquilo e assim que cheguei, já avistei o César.

Estacionei, peguei o celular e a carteira e desci.

– Oi, César. – falo com certa timidez.

– Oi, boy Calleri. Tudo bem? – ele diz bem espontâneo.

– Estou bem nervoso. – falo.

– Relaxa e confia em mim. – ele diz.

– Estou tentando relaxar. – digo.

– Me diz uma coisa: dinheiro é problema? – ele pergunta.

– Não! – digo rindo.

– Muito bem, porque pra namorar com minha amiga não pode ser pão duro. – ele fala e eu rio.

– O que nós vamos comprar primeiro? – pergunto.

– O anel. – ele fala.

– Certo. – digo.

– Você vai querer usar também? – ele pergunta enquanto a gente caminha para dentro do shopping.

– Queria, mas tudo depende da sua amiga. – falo.

– Então vamos comprar para vocês dois. – ele fala.

Seguimos para a joalheira específica que o César escolheu. Ao entrarmos, a atendente nos olhou bem estranho quando falamos que queríamos anel de compromisso.

Acho que ela pensou que nós éramos um casal. César também percebeu e para evitar os julgamentos disse em alto e bom tom: “minha amiga vai gostar”.

A atendente trouxe alguns modelos e o que eu achava bonito, ele dizia que era feio e Bia não ia gostar.

Eu estou ferrado quando tiver de comprar um presente sozinho para ela. Não vou acertar um.

Passamos um tempão vendo os modelos até que ele gostou de um. Pedimos o tamanho dela e o meu também.

Depois que a atendente trouxe, eu fiz o pagamento e a gente saiu.

A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora