CALLERI
Cheguei ao CT depois que deixei a Bia em casa e vários jogadores já tinham chegado, inclusive o Diego.
Não posso deixar que o meu incômodo interfira no treinamento e nos jogos, mas é difícil vê-lo falar de forma tão doente sobre ela e não poder dizer nada.
– Bom dia! – cumprimento meus companheiros.
– Bom dia, Jonny. – alguns respondem.
– Jonny, hoje nós vamos para uma balada. – Arboleda diz.
– Certo. – é o que eu digo.
– Vamos também! – ele fala.
– Não tô afim não, tô aproveitando esses dias para descansar enquanto o Brasileirão e a Copa Sul Americana não começam. – falo.
– Dá pra descansar depois. – ele insiste.
– Não tô afim não, mas valeu pelo convite. – respondo.
– Será que a filha do Ceni curte esse tipo de balada? Estou pensando em mandar uma mensagem no dm dela. – Diego fala e eu rio.
– Falei alguma besteira, Jonny? – ele pergunta.
– Oi?! Não, eu tô rindo dos passarinhos ali, brigando por um farelo. – aponto para os passarinhos.
– Ah! Então, o que vocês acham, eu mando ou não? – volta a perguntar.
Tomara que ele mande, só pra ser ignorado por ela e quem sabe assim, a esqueça.
– Manda, cara. Só torce para o Ceni não descobri. Se ele souber que um de nós está interessado na filha dele, capaz de deixar a gente no banco. – Arboleda responde.
E se ele souber que eu transei com ela, e ela dormiu lá em casa, qual será a punição?
– Quando a gente for almoçar, eu mando. Tomara que ela me responda. – o zagueiro diz cheio de expectativas.
Não vou mandar mensagem pra Bia, nós não namoramos, então não acho certo cobrar certas coisas, e também, eu confio nela, sei que não vai dá ousadia a ele.
O professor chamou para iniciar o treino e a gente foi para o campo. A manhã toda foi no campo, estava exausto e ainda tinha mais à tarde.
Fomos para o vestiário tomar uma ducha antes de almoçar. Ao entrarmos, os jogadores voltaram a falar da minha nojentinha.
Eu estava extremamente incomodado e angustiado por não poder fazer nada, mas eu tinha de fazer. Não podia ouvir eles falando dela como se fosse um pedaço de carne oferecido em um churrasco.
– Caras, vocês não conseguem falar de outra coisa que não seja a filha do professor, não? – falo.
– Tá incomodado por que, Jonny? Não gosta de mulher não? – Diego diz rindo.
– É constrangedor e machista a forma como vocês estão falando da moça. Ainda mais sendo ela, filha do nosso treinador. É falta de respeito. – digo, sem responder a provocação do zagueiro.
– Eu só quero pegar, não quero casar não. Gostosa igual a ela eu tenho muitas à disposição, é só estalar o dedo. – ele fala se achando o homem mais cobiçado mundo.
– Mais respeito pelo Ceni, pelo menos, já que vocês não têm pelas mulheres. – falo e entro no banheiro, mas ouço quando o Diego me chama de chato.
Vou falar com a Bia, não vai ter jeito. Eu estou com ciúmes, mas não é só isso. O incômodo maior é falar dela como se ela fosse objeto.
Ela é muito gostosa, mas eu jamais vou constrangê-la. Hoje cedo eu a queria muito, mas ela não estava a fim e eu respeitei, e sempre vai ser assim.
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A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri
FanfictionChegando de surpresa em São Paulo para passar uma temporada com o pai, Beatriz Gouveia não imaginava que uma simples ida ao trabalho dele, ia lhe causar tanta raiva.