CAP 09

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CALLERI

Voltei para casa com pães e ódio da nojentinha. Agora, ela disse que eu tenho mau hálito, e eu tenho certeza que fez isso para me irritar.

Só me provocou por conta do beijo, e que beijo. Se eu não soubesse que era ela, a beijaria por horas, porque o beijo é muito bom. Foi quente, mesmo estando em plena luz do dia e de frente a uma padaria.

Eu ainda sinto o gosto dos lábios dela nos meus.

– Nojentinha, se você não fosse você, eu ia continuar te beijando. – falo sozinho.

Pena que aquela boca quando é aberta, só sai asneiras. Ela é extremamente mal educada, sempre arruma um jeito de me provocar e consegue, o pior de tudo é que ela consegue.

Cheguei em casa, coloquei os pães em cima da mesa.

– Hijo, demorou. – minha mãe fala.

– Perdão, mamá. Lá estava bem cheio. – minto.

– Venham tomar café, já está tudo pronto. – ela fala.

– Vou daqui a pouco, antes, preciso falar com a Tefi. – digo.

– Ela está lá em cima. – minha mãe diz.

Subi até o quarto da Tefi e bati na porta.

– Entra, Jonny. – ela diz.

– Aconteceu alguma coisa? – ela pergunta, estranhando eu estar no quarto àquela hora.

– Eu tenho mau hálito? – pergunto sério e ela começa a rir.

– Não acredito, Jonny, que você veio até aqui só para me perguntar isso. – ela diz.

– É sério, me fala, eu tenho mau hálito? – pergunto novamente.

– Por que você está tão preocupado com isso? – ela pergunta.

– Primeiro me fala. – digo impaciente.

– Claro que não, Jonny. – minha irmã responde.

– Sabia, aquela nojentinha estava mentindo. – eu penso alto.

– Do que você está falando? – ela pergunta totalmente confusa.

– Uma nojentinha que eu encontrei e insinuou que eu tenho mau hálito. – explico sem dizer quem é.

– E você ficou assim só por causa disso? – minha irmã pergunta.

– Foi. Ela estava me provocando. – digo.

– Jonny, Jonny... Está se importando demais com as opiniões de quem não faz parte da sua vida. – Tefi diz.

– Fiquei com raiva, mas você tem razão. – falo pra encerrar o assunto.

Desde que a nojentinha que eu nem sei o nome, entrou na minha vida, eu tenho dado importância demais às coisas que ela faz e fala.

Vou adotar outra postura, vou ignorá-la, se eu fizer isso, ela não vai ter com quem discutir.

Eu fui burro de tê-la beijado, isso só prolongou a "conversa". Mas se eu não tivesse feito isso, não ia saber como aquela metida beija bem.

Bom, acho que depois do que aconteceu hoje, ela também não vai querer mais me dirigir a palavra. Então, voltaremos a ter a paz de antes.

Tomei café da manhã e fui para o CT treinar, hoje vamos ter treino o dia inteiro.

– Já vou, mamá. – digo lhe dando um beijo.

– Bom trabalho, Jonny. – ela responde.

Tirei o carro da garagem e liguei logo o som, era bom ter uma distração para não ficar lembrando do beijo daquela desalmada.

A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora