CALLERI
Finalmente chegou o dia. Ou eu viro genro do Ceni, ou me atiro da ponte.
Agora pela manhã eu tenho treino e estou tentando parecer o mais tranquilo possível. O treino vai até o meio-dia, e eu espero que passe bem rápido.
Quase não dormi de noite, fiquei mexendo de um lado para outro como se o colchão estivesse cheio de pulga.
Levantei e tomei um banho bem gelado, dava pra fazer sorvete com a água, de tão gelada que estava.
Vesti meu uniforme de treino e desci para tomar café. O cardápio é o de sempre, o bom e velho ovo mexido com orégano, só que dessa vez eu coloquei um pouco de queijo também.
Fiz um café bem forte, tomei, depois subi para escovar os dentes e pegar minha mochila.
Tirei o carro da garagem e fui para o CT.
Liguei o som e coloquei no modo aleatório.Todas as músicas que tocaram, me lembraram da Bia. Como pode uma mulher mexer tanto comigo desse jeito?!
Vi o celular acender a luz do visor e era mensagem do César, avisando que é para eu encontrá-lo às 14h, no ateliê e é para eu levar tudo que compramos.
Esperei o sinal ficar vermelho e respondi, confirmando o horário.
Cheguei ao centro de treinamento, coloquei o carro na vaga e fui para o campo.
O professor já estava batendo falta, e alguns jogadores estavam conversando à beira do campo.
Cumprimentei com um "bom dia" e fiquei próximo deles apenas ouvindo o papo, mas sem me manifestar. Até que alguém comentou sobre as fotos que tiraram minha com o Galoppo no shopping.
Me perguntaram o que estávamos fazendo lá, e eu disse que o Galoppo foi ver um presente para a namorada e eu fui comprar um relógio para mim.
Menti na maior cara dura, nem olhei relógio. Eu queria ver o anel de compromisso, mas daí o jogador chegou bem na hora e eu mudei o assunto.
Esse povo é curioso demais, querem saber tudo.
– Vamos para uma baladinha hoje? – Arboleda chama.
– Eu topo. – Diego é o primeiro a se manifestar.
– Eu vou para a balada com as minhas filhas. – Luciano diz rindo.
– Casado também tem direito a diversão. – Diego diz.
– E você acha que tem diversão maior que brincar com minhas filhas? – o camisa 10 diz e os outros se calam.
– Jonny, e você? Você não é casado! – Arboleda diz.
– Eu tenho um compromisso. – falo.
– Certeza que é mulher. – ele diz.
– É não. Só preciso resolver umas coisas. – tento inventar uma desculpa.
– Tá bom, a gente acredita. – Diego diz.
Se ele soubesse a raiva que eu ando dele, nem abria a boca.
– Diego, desistiu da filha do Ceni? – Arboleda pergunta e parece proposital.
– Ela se acha. Metidinha. Só porque é filha do Ceni. – o zagueiro fala com desdém.
– Tomou um fora dela, né?! Tá com o ego ferido porque levou um fora de uma mulher. – Luciano diz e eu queria tanto rir.
– Eu tenho a mulher que eu quiser. – Diego diz.
– A que quiser não, porque a Ceni não te quis. – Luciano debocha, irritando-o.
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A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri
FanfictionChegando de surpresa em São Paulo para passar uma temporada com o pai, Beatriz Gouveia não imaginava que uma simples ida ao trabalho dele, ia lhe causar tanta raiva.