CAP 08

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BEATRIZ

Depois do susto de quase desmaiar na rua, cheguei em casa e fui logo comer uma maçã.

Meu pai apareceu rindo da minha forma de comer a fruta, era como se eu estivesse presa há dias.

– Cuidado para não engasgar. – o técnico diz enquanto eu devoro a maçã.

Assim que acabei, subi até o quarto para tomar banho e tirar o suor do corpo. Senti raiva porque lembrei que graças a não ter comido nada de tarde, eu passei mal e fui ajudada pelo narigudo.

Agora, me sinto na obrigação de agradecê-lo por isso. E para mim vai ser terrível ter que engolir meu orgulho e dizer: "obrigada pela ajuda, Jonathan Calleri".

Eu já agradeci, mas fiz isso porque a irmã, se é que ela é irmã dele, estava presente e foi muito gentil.

Seja como for, na próxima vez que nos encontrarmos, já que isso não demorar, pois o universo gosta de se divertir às minhas custas, eu vou agradecê-lo.

Terminei o banho, vesti um pijama e desci novamente, mas dessa vez era para jantar de verdade.

– Bia, você vai jantar o que? – meu pai pergunta.

– Vou fazer um sanduíche. O senhor quer? – pergunto.

– Não, obrigado. Já jantei. – ele responde.

– Se mudar de ideia, me fala. – respondo.

Fiz meu sanduíche e um suco de caju. Comi, depois lavei e organizei a cozinha e fui até a sala.

– Quer assistir um filme? – meu pai pergunta.

– Quero. Qual vamos ver? – eu pergunto.

– Escolhe você, e enquanto isso eu faço uma pipoca. – o técnico diz e eu sorrio.

Saí procurando um filme que ambos fossem gostar. Meu pai é bem criterioso com tudo, e nem os filmes escapam.

Finalmente achei um que tinha um título bem chamativo.

– Aqui a pipoca. Já escolheu? – meu pai diz sentando ao meu lado.

– Sim. – dou play no filme.

Era um filme de comédia, nós dois rimos muito, comemos a pipoca e sem programar, fizemos um programa de pai e filha.

Meu pai nem faz ideia do quanto eu tenho orgulho dele. Para mim, ele é o melhor, seja como pessoa ou como profissional.

– Nunca ri tanto na minha vida. – meu pai diz.

– Muito bom o filme. Eu até chorei de tanto rir. – comento.

– Agora eu vou dormir, o trabalho me chama amanhã cedo no. CT. – ele diz se levantando.

– Boa noite, pai. – levanto e lhe dou um beijo.

– Boa noite, Bia. – responde retribuindo o carinho.

Subimos para nossos quartos, mas diferente do meu pai, eu ia demorar a dormir.

Peguei meu caderno de desenho e comece a pensar em um novo vestido. Dessa vez, seria para homenagear a ida do meu pai para o time profissional.

Levando em consideração o significado da palavra profissional, comecei a pensar em um vestido que pudesse ser usado em uma ocasião mais séria. Um vestido com um ar de seriedade.

Desses que a mulher veste e não precisa dizer nada. A roupa fala por si.

Fiz alguns rabiscos, mas nada concreto. Anotei algumas ideias em outra folha e, vencida pelo sono, me deitei e dormir.

A FILHA DO TÉCNICO - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora