Capítulo 14

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Atom sentiu-se estremecer, enquanto as pernas endureciam, deixando-a ali, imóvel.
Faye... o amor de sua vida... estava ali, no apartamento da irmã mais nova... beijando-a com um ardor que nunca estivera presente em um beijo entre elas.

Com a visão turvada, Atom voltou a entrar no elavador ainda aberto, apertando o botão para descer.

-A mulher que roubou Faye de mim... é a minha irmã. –Riu, amarga, a expressão totalmente vazia.

Yoko! A maldita.

Atom sentiu as mãos geladas. Um enorme nó na garganta lhe sufocava, mas não vinham lágrimas.

A dor da traição lhe apunhalava.

-Isso não vai estar assim, Yoko. Você começou uma guerra. Vai se arrepender por ter roubado minha coisa mais preciosa.

-Você fica aqui enquanto eu tomo um banho? –Yoko murmurou, de pé, recostada no corpo de Faye.

-Não. Vou fugir. –Ela ameaçou.

Ela deu língua, e ela sorriu suavemente.

-Eu faço alguma coisa pra gente comer. –Faye deu uma piscada.

-Você cozinha? –Ela arregalou os olhos.

-Não cozinho, mas sei me virar. –Ela girou os olhos. –Diferente de você.

-Precisa me ofender? –Ela franziu o cenho, emburrada. –Eu sei fazer algumas coisas...

-Miojo, imagino. –Ela zombou.

-Não, isso eu sempre queimo. –Ela se queixou, chateada. Faye não conseguiu prender a gargalhada alta.

-Yoko, por Deus, se alguém esquecer de você por uma semana, você morre de fome. –Ela beijou seus cabelos, ainda se divertindo. –Vai para o seu banho. Eu vou fazer o jantar.

-Ok.

Yoko saiu da cozinha, e Faye deu mais uma risada baixa, enquanto pegava duas panelas.

--

Yoko saiu do banho, enrolada numa toalha, e foi trocar de roupa no quarto. Já estava vestida com um short curto e uma bata branca, passando creme nas pernas, quando Faye bateu na porta.

-Pode entrar?

-Pode. –Ela disse, divertida. Quando ela entrou, ela sorriu. –Hoje você bateu na porta pelo menos.

-Hoje sim. –Ela deu aquele sorriso de canto de lábios que deixava o coração dela aos saltos. –A comida está pronta.

-Ok. –Ela espalhou mais um pouco de creme nas mãos. Pousou um pé em cima da cama, e começou a espalhar pela coxa. Viu Faye olhando seus movimentos, e ficou tímida, parando o que fazia.

-Não precisa parar por minha causa. –Ela se aproximou, e ela ficou apreensiva. –Que cheiro bom. –Ela disse, aproximando o nariz do ombro e do pescoço dela.

-O banho normalmente tem esse efeito. –Ela disse, prendendo o fôlego ao sentir a pontinha da língua dela tocar seu ombro.

Faye riu suavemente, e olhou as pernas dela.

-Eu quero passar em você.

-O creme? –Ela arregalou os olhos, sem-jeito. –Mas eu já...

Faye a calou quando tomou o creme das mãos dela, derramou nas duas mãos e começou a espalhar pela coxa dela. Passou os dedos suavemente, e começou a massagear, sentindo a pela macia e farta daquela área.

Ela mordeu o lábio ao ver que Faye olhava suas coxas com desejo nos olhos.

-Sua pela daqui é tão macia. –Ela murmurou.

-Brigada. –Ela respondeu, sorrindo rapidamente.

-A outra. –Ela pediu, e Yoko colocou o outro pé na cama, baixando a primeira perna.

O jeito que ela espalhava o creme pela coxa dela a fazia engolir em seco. Ela passava as mãos bem lentamente, acariciando e apertando de leve em certas partes... quando ela começou a passar na parte interior da coxa dela, ela se arrepiou e baixou a perna.

-Pronto, acho que já está bom. –Murmurou, fechando o frasco de hidratante e deixando-o em cima da mesinha ao lado da cama. –Estou morrendo de fome, o que você fez?

Quando a olhou, Faye estava com um ar estranho, passando suavemente as mãos na calça para tirar a umidade do creme.

-Macarrão ao molho branco, e fiz omelate. –Ela respondeu, enquanto saíam do quarto na direção da cozinha, que cheirava muito bem.

-Molho branco? –Ela virou-se, incrédula. –Aonde achou?

-Acho que seu pai comprou, não sei, estava no armário. –Ela riu suavemente, abraçando-a por trás.

Entraram na cozinha, e Yoko foi direto levantar a tampa da panela. O cheiro do macarrão subiu, e ela respirou fundo.

-Hum... vou te convidar pra jantar aqui mais vezes.

Ela sorriu e saiu de trás dela, para pegar dois pratos e colocar a panela na mesa. Yoko pegou os talheres, e estava quase sentando para fazer seu prato, quando Faye a chamou:

-Ei, ei, vem pra cá.

Meu TormentoOnde histórias criam vida. Descubra agora