Capítulo 36

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-Para onde vamos? –Yoko perguntou, sentada no banco do passageiro, mudando a música do CD que tocava no carro.

-Minha casa ou sua casa? O que prefere? –Faye dirigia.

-Vamos pra sua. –Yoko pediu.

Ela assentiu, distraidamente. Chegaram no apartamento de Faye, e Yoko largou-se em seu sofá.

-Quer tomar um banho? –Ela sorriu, fazendo um carinho em seu cabelo.

Ela assentiu.

-Vou ajeitar uma ducha. E fazer o jantar.

-Ahhh... Deus abençoe as mulheres gostosas assim que sabem cozinhar. –Yoko mordeu o lábio, fazendo-a rir.

-Graças a Deus eu sei cozinhar. Ou estaríamos ferradas.

-Hey! Eu já melhorei um pouco na cozinha, para sua informação. Susi andou me ensinando umas receitas.

-Pobre de quem for comer com vocês duas. –Ela saiu na direção do banheiro e Yoko ficou resmungando sozinha.

Enquanto Faye fazia o jantar, Yoko foi tomar um banho rápido, para relaxar e ficar mais desperta. Depois de um dia inteiro trabalhando, aquela ducha foi uma maravilha. O chuveiro de Faye era melhor do que o do seu próprio apartamento.
Vestiu uma camisa qualquer da morena e a roupa de baixo que tinha levado na bolsa. Penteou os cabelos e foi andando pelo corredor, cheirando a comida que estava sendo preparada na cozinha.
Faye já estava servindo a mesa quando ela apareceu.

-Cheira delicioso! O que é? –Yoko perguntou, quase salivando ao se aproximar.

Ela riu dela.

-Raviólli de ricota.

E estava delicioso. Yoko teve vontade de dizer que quando aquela mulher se casasse, seria uma relíquia nas mãos da mulher. Mas o pensamento a fez calar a boca antes de dizer qualquer coisa.
O repuxo incrivelmente possessivo que sentiu no peito veio de surpresa. Yoko sabia que a amava..., mas nunca pensara em chegar a se casar com Faye.
Aquela palavra certamente a assustaria tanto quanto a ela.
Mas o pensamento dela se casando com outra, anos mais tarde, era simplesmente insuportável. Ela era dela, e ponto final.

-Ficou quieta. Isso é novidade. –Faye observou. –Ou está pensando numa coisa séria, ou engoliu a língua junto com o raviólli.

-Rá Rá. –Yoko respondeu, tentando tirar aquele alarme ciumento que pulsava em seu peito. Mas não adiantava. Era só olhar para aquela mulher que parecia que setas apontavam para ela ... minha, minha, minha. Só minha.

-O que aconteceu? –Ela insistiu.

Ela balançou a cabeça, espetando o último raviólli do prato e mastigando.

-Não é nada. Estava pensando... na sessão de hoje à tarde.

Terminaram de comer em silêncio, e Yoko a ajudou a tirar os pratos. Faye voltou a sentar na cadeira para tomar um pouco de chá gelado, e Yoko enroscou-se em seu colo, observando os traços feminino.

-Não se cansa de me olhar? –Ela deu um sorriso maliciosa, sem olhar para ela, só a mantendo em seu colo firmemente com um braço. –Eu não sou tão interessante como você.

-Você não sabe do que está falando. –Yoko disse, encostando a bochecha em seu ombro.

Ela terminou o chá e pousou o copo vazio na mesa. Virou-se para olhá-la, sorrindo. Yoko não resistiu o impulso de beijá-la.
A língua morna colidiu com a sua, e a morena sentiu os braços começarem a arrepiar enquanto apertava os braços de Faye.
Ela passou a mão por seu pescoço, descendo pelo contorno dos seios e chegando à cintura.
Yoko remexeu-se no colo dela, a respiração ficando rasa e se misturando com a dela. Mexeu o quadril para frente quando a mão dela apertou sua cintura com força.

-Yoko... –Ela disse de forma entrecortada quando ela mexeu o quadril de novo.

-Faye... –Ela murmurou, olhando-a fixamente. –Nós... nós podemos...nós...

-Yoko. –Ela travou o maxilar.

-Eu quero. –Yoko puxou seu queixo para que ela a encarasse no fundo dos olhos. –Eu quero isso. Hoje e agora. Não tem porque esperar mais... é com você e não resta dúvida.

Faye ficou rígida, com a respiração toda desregulada. Visivelmente as palavras de Yoko mexiam com ela.

-Você... tem certeza? A porra do meu corpo ferve só de olhar para você, Yoko, mas isso é algo com que eu lido há anos. Eu posso esperar mais, se você precisar.

Yoko lambeu os lábios, e ela acompanhou o movimento com os olhos.

-Meu corpo ferve por você também. E eu quero você.

Meu TormentoOnde histórias criam vida. Descubra agora