Saber a verdade pode ser uma experiência profundamente dolorosa. Às vezes, as revelações que surgem podem desmantelar crenças que considerávamos inabaláveis, trazendo à tona medos e inseguranças que preferiríamos manter escondidos. No entanto, essa dor é também um catalisador de transformação. A verdade, por mais difícil que seja de aceitar, tem o poder de nos libertar das correntes da ilusão e da negação. Ao encarar a realidade, damos um passo em direção à autocompreensão e ao crescimento pessoal. É nesse espaço de vulnerabilidade que encontramos a verdadeira força, pois a liberdade que vem com a aceitação da verdade nos permite viver de forma autêntica, sem o peso das mentiras que nos aprisionam. Assim, mesmo que o processo de descobrir a verdade traga dor, a recompensa é uma vida mais leve e plena.
**POV AUTORA**
Hope havia passado o dia todo se martirizando, se culpando e até mesmo se sentindo burra. Mas o que a atormentou durante o dia foi ouvir as palavras de Aradia sobre sua família. Será que estava sendo hipócrita ao ponto de não enxergar que sua família era exatamente a descrição que deu para Aradia? Será que o amor por sua família a fazia anular quem eles eram?
*****
— Entra, fecha a porta, por favor — Aradia sabia que não dava para fugir disso; havia falado de sua família e sabia que Hope estaria curiosa. — Senta aqui.
Hope sentou-se sobre as pernas ao lado de Josie, e as duas ficaram de frente para Aradia. O peso do olhar das duas sobre Aradia deu a certeza de que isso seria longo demais.
— Eu conheci sua família, Hope — Aradia não era de enrolação; falava o que tinha que falar e seguia em frente, mas ali era diferente. Muito diferente.
— Como? Quantos anos você tem? — Hope parecia desacreditada, imaginando que Aradia tivesse, talvez, poucos anos a mais que ela.
— Muitos — Aradia soltou uma risada inasalada —, mas essa não é a questão. Pergunte o que quer saber, Hope.
— Como... como os conheceu? — Hope estava mexida com aquilo; ela amava a família e sentia falta de todos, principalmente do pai. Saber que tinha alguém que o conheceu a deixava melancólica.
— Já ouviram falar sobre a Irmandade dos Cinco? — As duas concordaram com a cabeça. — Eu tive o desprazer de encontrar um, e ele me caçou por anos. O único jeito que tive para ele perder meu rastro foi ficar em forma de lobo. Fiquei por meses assim e, quando voltei à forma humana, tinha quase desaprendido a andar.
As expressões das duas, ouvindo sua história, a instigavam a continuar.
— Quando fiz o caçador perder meu rastro, foi minha vez de segui-lo. Ainda em forma de lobo, o segui até a Grécia. Lá, ele se encontrou com mais quatro caçadores. No começo, fiquei observando, de longe, no meio da floresta; eles faziam o maior show para matar os vampiros na frente de toda a população, deixando-os queimar ao sol. Em uma noite, estava na floresta e o mesmo caçador que me perseguia entrou bêbado. Achei que seria um plano brilhante matá-lo ali — soltou uma risada inasalada —, mal sabia eu que seria assombrada por ele.
— Ele te assombrou? — Josie queria saber cada detalhe.
— Sim, por muitos meses. Foi quando voltei à forma humana que ele me atormentava. Era insuportável; ele tentava me matar e me induzia a me matar. Mas vou contar um segredo a vocês: "eu sou imortal". É impossível se matar. Por um momento, pensei em amarrar uma âncora nos meus pés e pular no meio do oceano, só para ele sumir.
Josie e Hope a olhavam assustadas com a revelação. Será que era tão atormentador assim?
— E simplesmente ele sumiu. Achei muito estranho ele desaparecer assim; imaginei que seria atormentada por ele para sempre, que esse seria meu carma. Mas não, ele sumiu e eu queria saber o porquê. Foi quando, em 1914, cheguei à Itália, em um vilarejo, e lá estavam os outros caçadores mortos. Todos os quatro estavam mortos. Saí perguntando e hipotetizando a cidade inteira para saber o que aconteceu. Me deram informações vagas sobre o ocorrido. Foi aí que percebi que já tinham sido hipnotizados. Mas um homem em específico, o famoso bêbado da cidade, me falou que quem tinha feito aquilo tinha ido para leste. E eu segui para leste e encontrei dois homens e uma mulher no meio da estrada, discutindo. Um dos homens tinha acabado de matar o cocheiro. Ele gritava com os dois, e gritava para o nada. Foi aí que percebi que ele estavam sendo assombrados.
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O sangue das antigas linhagens
FanfictionNa escola Salvatore, um refúgio para seres sobrenaturais, Hope Mikaelson luta para equilibrar suas responsabilidades como uma das últimas descendente da poderosa linhagem Mikaelson. Com um passado repleto de desafios e uma identidade que carrega o...