Sono de princesa

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Quando nos dizem que somos a pessoa mais poderosa do mundo, pensamos que nada poderia ser maior que isso. No entanto, sempre nos surpreendemos com o que encontramos.

Olhar para essa figura à minha frente e imaginar que ela é mais forte que eu, e que foi criada... digamos, para me destruir, é uma sensação estranha. É a primeira vez que me sinto vulnerável, e, sinceramente, isso não é algo ruim. Claro, ser poderosa tem suas vantagens, mas perceber que, de certa forma, sou sensível é, sem dúvida, uma experiência única.

Agora, ela está ali, dormindo despretensiosamente, como se o mundo pudesse explodir e ela soubesse que ainda assim sobreviveria, como as baratas.

Já se passaram dois dias seguidos em que ela dorme tranquilamente, e a cada minuto que passo aqui, percebo que sua pele se torna cada vez mais bonita.

— Inferno! — Hope colocou a mão na boca ao perceber que a palavra saiu de sua boca sem querer.

Estava pensando na beleza dela. Nunca havia gostado de nenhuma garota além de Jô, e isso aconteceu quando eu tinha 14 anos. Desde então, não havia pensado mais em me relacionar com alguém, exceto por Landon.

— Deixa eu sair daqui — Hope se levantou com cuidado, para não acordar Aradia, que continuava dormindo tranquilamente.

Já passavam das 18h e o dia estava chuvoso lá fora. Desde que Aradia chegou a Mystic Falls, o clima ficou pesado. Josie lia um livro sobre mitologia grega, tentando descobrir algo sobre Aradia. Já faziam dois dias que ela lia incessantemente e não encontrou nenhuma informação sobre ela, nem algo que se parecesse com o que estava escrito no grimório que falava sobre ela.

— Ainda nisso? — Hope se aproximou de Josie, sentando-se ao seu lado no sofá e pegando um dos livros para ver o que Josie estava lendo.

— Não há uma palavra sobre isso, Hope. Isso é loucura! Como nunca ouvimos falar dela? — Josie jogou o livro junto com os outros, que já formavam uma pilha, e se deixou cair no sofá, encostando as costas.

— Eu nunca imaginei que isso aqui — apontou para o livro aberto em sua mão — pudesse ser real. Claro, existem vampiros, lobos, bruxas e muito mais. Mas isso??? É ainda mais insano! — Hope jogou o livro na pilha e se jogou no sofá da mesma forma.

— Eu estive lá embaixo agora há pouco — Josie a encarou por alguns segundos, antes de voltar o olhar para frente. — Ela é mais poderosa que eu, Jô... — Josie a interrompeu

— Hope... não pense assim — Josie se virou para Hope e segurou sua mão, que estava apoiada na lateral do corpo, em cima do sofá. Ia continuar falando, mas Hope foi mais rápida.

— Isso é bom, Jô, quer dizer... — mexeu-se no sofá — Eu sempre fui vista como a mais poderosa, mas também me viam como a aberração que poderia destruir o mundo. — Soltou um suspiro pesado. — Olha agora...

— Você acha que ela poderia destruir o mundo? — Josie disse, cada palavra carregada de preocupação.

— Se ela quisesse, talvez. Sinceramente, não sei — respondeu, levantando-se e pegando alguns livros da pilha, indo em direção à estante. — Você não pode ficar presa a isso, Josie. As respostas virão dela.

Josie a ajudou a guardar os livros, passando alguns minutos organizando tudo, já que alguns eram de estantes diferentes e deviam ser mantidos em ordem. A biblioteca era um lugar sagrado na escola, e as regras de organização eram rigorosas, e assim fizeram.

Após arrumarem tudo, estavam saindo da biblioteca em direção à cozinha. Josie reclamava de fome, pois havia passado parte do dia imersa nos livros de mitologia. Hope a acompanhou, aproveitando para fazer um lanche também, já que a geladeira de bolsas de sangue ficava lá.

O sangue das antigas linhagens Onde histórias criam vida. Descubra agora