Um até logo

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Aradia atravessou os corredores apressadamente, seu coração batendo forte no peito. A expressão da serva a preocupava, e uma sensação de urgência a empurrava para frente. Hope e Josie a alcançaram logo de perto, trocando olhares preocupados, enquanto a atmosfera de tensão se instalava entre elas.

Ao chegar a sala, Aradia encontrou Thalassa sentada no sofá com a cabeça baixa e os cabelos caindo em desordem sobre o rosto. A luz suave que entrava pela janela iluminava a sala, mas não conseguia dissipar a escuridão que parecia envolver Thalassa.

— Mãe? — Aradia chamou, sua voz suave, mas cheia de preocupação. Thalassa levantou a cabeça lentamente, e Aradia pôde ver a luta em seus olhos.

— Aradia... — Thalassa começou, mas a voz falhou, e ela olhou para o chão, como se as palavras a deixassem presa em um labirinto.

Aradia agachou  em frente a sua mãe, pegando sua mão.

— O que está acontecendo? Você parece distante. O que a preocupa?

Thalassa respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas.

— Eu... estou lutando para lidar com tudo isso, com as memórias que ainda me assombram. Embora a maldição tenha sido quebrada, os ecos dela ainda permanecem, e às vezes sinto que não sou mais a mesma.

Aradia sentiu um aperto no coração. Ela sabia que sua mãe havia passado por uma experiência devastadora ao ser transformada em Quimera, e mesmo após a libertação, as cicatrizes emocionais podiam ser profundas.

— Você é forte, mãe. Eu vi você superar tantas coisas — Aradia disse, tentando transmitir confiança. — Não precisa enfrentar isso sozinha.

Thalassa olhou com tristeza e balançou a cabeça.. Era visível o quanto estava mal

O ar estava pesado na sala, e a atmosfera que antes era de expectativa e alegria agora se tornava sombria. Aradia agora estava sentada em uma poltrona, sua expressão de dor e confusão refletindo a luta interna que a consumia. Hope e Josie, em pé, observavam a cena, preocupações profundas em seus corações.

Thalassa, a mãe de Aradia, estava em um estado de agitação. Seus olhos, normalmente brilhantes e cheios de vida, estavam agora turvos, e seu corpo tremia levemente como se estivesse lutando contra algo invisível.

— Não! — Thalassa gritou, sua voz ecoando pela sala. — Eu não sou isso! Não sou mais a Quimera!

Hope e Josie trocaram olhares, a perplexidade e o medo visíveis em seus rostos. Elas estavam acostumadas a ver Thalassa como uma deusa forte e imponente, mas a cena diante delas era de desespero. A mãe de Aradia estava se debatendo contra fantasmas do passado, e a intensidade da crise a tornava quase irreconhecível.

— Mãe, calma! — Aradia implorou, sua voz repleta de angústia. Ela se levantou, tentando se aproximar, mas Thalassa ergueu a mão, como se estivesse afastando uma força invisível que a atacava.

— Você não entende! — Thalassa gritou, seus olhos cheios de lágrimas. — Eu sinto a Quimera dentro de mim, sussurrando que sou um monstro, que nunca serei digna de ser sua mãe!

Hope e Josie hesitaram, sem saber se deviam intervir. A cena era devastadora, e o desespero de Thalassa era tão palpável que parecia um peso sobre os ombros delas. A sala estava imersa em uma tensão sufocante, e a luta de Thalassa as deixava paralisadas.

— Não! Você é forte, mãe! — Aradia tentou novamente, sua voz cheia de emoção. — Você é minha mãe, sempre sera digna de ser minha mãe. Você não é mais a Quimera!

— Mas eu sinto! — Thalassa começou a andar de um lado para o outro, suas mãos se debatendo no ar. — Sinto a escuridão me puxando, cada vez mais forte. O que acontece se eu não conseguir me controlar? O que acontece se eu me tornar aquilo novamente? Irei te atacar ?

O sangue das antigas linhagens Onde histórias criam vida. Descubra agora