Anne Lou.

659 86 13
                                    

O último aviso.

Incessantemente me cobram por mais capítulos, mais atualizações, mais conteúdo, mais, mais, mais...

Eu escrevo com amor, por amor e pelo amor. Há um propósito nas minhas fanfics que vai além do hobby, além da diversão.

Mas vocês continuam pedindo mais.

Se quisessem apenas mais conteúdo, tudo bem, isso não me incomoda. A questão é que muitos pedem mais incansavelmente e se tornam completos ingratos por tudo o que eu já entreguei.

Eu escrevi QUARENTA E TRÊS capítulos de uma história em um ano inteiro. Isso é quase um capítulo por semana durante um ano (visto que um ano possui 52 semanas), e o que recebi de feedback foram pessoas dizendo que era difícil se contentar com "migalhas de conteúdo".

Há um ser humano por trás desse perfil.
A Alexia na verdade é apenas uma fração do ser humano completo que aqui escreve. A Alexia é uma personalidade criada para sorrir na internet, assinar os textos e recepcionar os leitores, para ser sua anfitriã da literatura. A Alexia não é tudo o que eu sou.

Eu sou a Anne. Anne Lou.

Eu sou nascida em 1999, natural de São Paulo, fiz faculdade de enfermagem, mas não terminei e migrei para a odontologia. Eu estou terminando a faculdade e em menos de um ano serei cirurgiã-dentista. Eu tenho três irmãs mais novas. Eu tenho um pai.

Eu tenho trabalhos para fazer, provas para entregar, pacientes para atender, vidas para mudar, amigos com os quais celebrar e outros para acalentar e confortar. Eu tenho noites não dormidas e idas ao mercado, à farmácia... tenho passeios em restaurantes para fazer e também remédios para tomar, pois, pasmem, eu também fico doente às vezes.

Eu também choro. Choro bastante, na verdade.

Eu sou uma grande, tremenda, assumida chorona. Qualquer coisa me faz chorar e eu sempre vou choramingar. Porque sim, eu choro. E às vezes eu não quero fazer nada além de chorar.

E eu também adoro sushi. Eu sempre aproveito a oportunidade de ir até um dos meus restaurantes favoritos e me empanturro de sushi, principalmente se for depois de uma aula difícil.

Eu ainda não sei o tema do meu TCC e estou frustrada porque o meu kit de bordado quebrou.

Um antigo amigo meu faleceu recentemente e eu ainda me pego vendo as fotos dele sem acreditar que ele realmente partiu.

E também tenho muitas amigas que tiveram bebês, então eu preparei os presentes que eu sempre faço para as minhas amigas que vão ter bebês. Eu adoro bordar as mantinhas, enrolar as toalhinhas e mandar os presentes da tia Anne (ou "Tia Nany", como as crianças preferem chamar).

Eu também quero sentar no sofá da sala e assistir Senhor dos Anéis com o meu pai, ou jogar Resident Evil 4 pela milésima vez. E quero ligar para os meus primos que são como irmãos e que eu chamo de Limãos (e eles me chama de Limã). Eu sinto saudade de passar minhas férias com eles e ficar sentada no telhado no meio da madrugada comendo sanduíche e jogando conversa fora.

Eu sinto saudade da minha vovó. Ela, que faleceu, e agora não tenho mais o colinho dela. Ela não vai mais me abraçar e nem vai me ver casar. Também não vai estar aqui quando eu finalmente der um tataraneto.

Mas eu também fico feliz porque ela sempre falava que a morte não é o fim. Ela sempre me abraçava e rodopiava, dizendo o quanto eu tinha que ser livre e todas as coisas que ela me ensinou.

E também quero comer bolo de laranja com cobertura de chocolate. E fazer meus amigos entenderem a minha breve loucura cultural sobre os desaniversários. Quero terminar de ler todos os 30 livros ainda não lidos que ainda estão na minha estante, mas eu ainda tenho tantos artigos da faculdade para ler!

OlderOnde histórias criam vida. Descubra agora