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O barulho da multidão ecoava no Parque de La Villette, onde as Olimpíadas de Paris estavam em pleno andamento. S/n, a skatista, estava radiante. Após meses de treinamento intenso e superação, ela finalmente havia conquistado sua primeira medalha de ouro. O sentimento de vitória era indescritível, mas havia algo mais que a fazia sentir um aperto no coração: a saudade de Júlia Soares, sua melhor amiga de infância.
Durante o ensino médio, elas costumavam passar horas juntas, rindo e sonhando. No entanto, conforme os sentimentos entre elas começaram a crescer, o medo de arruinar a amizade as levou a se afastar. Embora nunca tivessem confessado os sentimentos uma pela outra, a conexão que compartilhavam era inegável. A decisão de cada uma seguir seu próprio caminho machucou, mas ambas acreditavam que era o melhor a fazer.
Agora, anos depois, s/n estava de volta a Paris, a cidade que sempre sonharam em visitar juntas. Enquanto segurava a medalha de ouro, uma onda de nostalgia a atingiu, e ela se perguntou o que Júlia estaria fazendo agora.
Quando a competição de ginástica começou, s/n não conseguiu evitar a expectativa. Na verdade, ela estava mais ansiosa para ver Júlia do que para qualquer outra coisa. E quando Júlia entrou na quadra, a lembrança dos momentos que compartilharam no passado inundou sua mente.
O evento foi emocionante, e Júlia brilhou em cada movimento, como sempre. Ao final, quando a medalha foi colocada em seu pescoço, s/n não pôde conter a emoção. Com a medalha brilhando sob a luz, Júlia procurou a multidão e, para sua surpresa, encontrou s/n ali, aplaudindo e sorrindo como nunca antes.
Após a cerimônia de premiação, o destino as uniu novamente. S/n correu em direção a Júlia, que estava cercada por repórteres e fãs, mas encontrou um momento para olhar nos olhos de sua amiga. “Você foi incrível!”, exclamou s/n, abraçando Júlia com força.
Júlia retribuiu o abraço, sentindo o calor e a sinceridade nas palavras de s/n. “Eu não teria conseguido sem você. Sempre pensei em você durante os treinos. Você é uma parte de mim.”
Aquelas palavras ecoaram como um lembrete do que havia sido perdido. Após alguns momentos de conversa e risadas, s/n olhou nos olhos de Júlia. “Você se lembra do que sonhávamos quando éramos mais novas? De viver momentos assim juntas?”
“Como poderia esquecer?”, respondeu Júlia, seu coração acelerando. “Eu sinto falta de nós.”
O tempo parecia parar enquanto as duas se encaravam, o passado e o presente se entrelaçando. O que começou como uma amizade inocente estava se transformando em algo mais profundo, e ambas sentiam a conexão renascer.
“Vamos dar uma volta no parque? Preciso de uma pausa da imprensa”, sugeriu Júlia, um brilho nos olhos.
S/n assentiu, e juntas caminharam, relembrando histórias e risadas. Quando chegaram a uma pista de skate improvisada, s/n não pôde resistir. “Quer tentar?”, desafiou, puxando Júlia para perto da pista.
Júlia hesitou, mas a adrenalina tomou conta. “Por que não? Eu sempre quis aprender!”
As duas passaram a tarde se divertindo, entre quedas e risadas. O que começou como um reencontro se transformou em uma nova oportunidade de se redescobrir. Enquanto patinavam, o sol se punha, e a luz dourada envolvia as duas, criando um cenário perfeito.
“Júlia, eu… eu nunca deixei de sentir algo especial por você. A distância foi difícil, mas estar aqui agora, com você, me faz perceber que ainda existe algo entre nós”, s/n confessou, o coração na boca.
Júlia sorriu, lágrimas de felicidade nos olhos. “Eu também sinto isso. Sempre senti. Não podemos deixar o medo nos separar novamente.”
Com um sorriso cúmplice, s/n se aproximou, e as duas se entregaram a um beijo suave, selando o reencontro e a nova chance que tinham. O passado ficou para trás, e o futuro agora parecia repleto de possibilidades.
As Olimpíadas de Paris não eram apenas um momento de conquistas esportivas, mas também o início de um novo capítulo na vida de Júlia e s/n, onde a amizade se transformava em um amor que sempre esteve ali, esperando para ser descoberto novamente.
